Espanhol é ferido em ataque no Memorial do Holocausto em Berlim

Policiais detêm suspeito de realizar ataque no Memorial do Holocausto, em Berlim, na Alemanha, em 21 de fevereiro de 2025ODD ANDERSEN

Odd ANDERSEN

Um cidadão espanhol de 30 anos ficou gravemente ferido nesta sexta-feira (21) em Berlim, após ser atacado no Memorial do Holocausto, informou a polícia.

O incidente ocorreu por volta das 18h (14h de Brasília), quando “um homem atacou outro, possivelmente com um objeto perfurocortante”, informou a polícia.

Mais tarde, após uma operação de busca, a corporação armada afirmou que deteve um homem suspeito de perpetrar o ataque.

“Acabamos de prender um homem suspeito”, garantiu o porta-voz da polícia, Florian Nath no local dos fatos.

“É provavelmente o suspeito que atacou o espanhol aqui no Memorial”, acrescentou.

O ataque ocorre às vésperas das eleições legislativas no país, onde as pesquisas colocam o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) em segundo lugar, atrás dos conservadores.

Durante a campanha, ocorreram vários ataques com facas e atropelamentos em massa que chocaram o país.

A polícia de Berlim informou que a vítima passa por uma cirurgia.

“O Memorial de Berlim foi a cena de um crime, mas não sabemos exatamente o que aconteceu”, acrescentaram as autoridades, que não divulgaram pistas sobre a motivação do agressor.

O Memorial do Holocausto, inaugurado em 2005 no centro de Berlim, perto do Portão de Brandemburgo e da embaixada dos Estados Unidos, é uma homenagem aos milhões de judeus mortos pelos nazistas durante o Terceiro Reich.

As autoridades isolaram o perímetro em torno do monumento.

Um jornalista da AFP presente no local informou que há dezenas de viaturas da polícia e um caminhão dos bombeiros.

O jornal local Bild noticiou um “ataque com faca” e afirmou que os serviços de emergência estão atendendo várias pessoas que estão em “estado de choque”.

– Campanha eleitoral marcada por ataques –

A campanha eleitoral foi marcada por uma série de ataques, incluindo um atropelamento múltiplo em um mercado de Natal em dezembro, em Magdeburgo, que deixou seis mortos e foi atribuído a um psiquiatra saudita.

Em janeiro, uma criança e um adulto morreram após serem atacados com facas em um parque em Aschaffenburg, no sul da Alemanha.

A menos de dez dias das eleições, outro atropelamento múltiplo ocorrido em Munique deixou dois mortos, uma mulher e sua filha de dois anos.

O principal suspeito é um afegão que, segundo as autoridades, tinha uma “orientação islamista”.

Após o atropelamento, o chefe do governo, o social-democrata Olaf Scholz, afirmou que o agressor deveria ser punido e “deixar o país”.

A questão da imigração tem centrado grande parte da campanha eleitoral na Alemanha. As últimas pesquisas colocam o candidato conservador do partido CDU, Friedrich Merz, em primeiro lugar.

O AfD também deve conseguir um avanço significativo, e algumas pesquisas projetam que a legenda de extrema direita possa alcançar 20% dos votos, logo atrás dos conservadores.

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