Irmãs acusadas de matar idoso e descartar corpo no centro de Marília vão a júri popular


Decisão, assinada pelo juiz Fabiano da Silva Moreno, foi publicada na quinta-feira (15) no Diário Oficial da Justiça. A data do julgamento ainda não foi definida. Vídeo mostra mulheres arrastando saco com corpo em Marília (SP)
A 3ª Vara Criminal de Marília (SP) determinou que as irmãs Wânia Santos Silveira e Andréa Santos Silveira de Souza sejam julgadas pelo Tribunal do Júri Popular pelo assassinato e ocultação do corpo do aposentado Donizeti Rosa, de 60 anos, ocorrido em novembro de 2022.
A decisão, assinada pelo juiz Fabiano da Silva Moreno, foi publicada na quinta-feira (15) no Diário Oficial da Justiça. A data do julgamento ainda não foi definida.
O corpo da vítima foi encontrado envolto em sacos e panos, já em decomposição, o que dificultou inclusive a sua identificação. Câmeras de segurança mostraram as duas mulheres carregando o corpo, já embalado em sacos e panos, do prédio em que o idoso vivia para a rua. Veja acima.
Elas foram indiciadas pela Polícia Civil no final de 2022 e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) ofereceu a denúncia contra a dupla em março de 2023. A Justiça tornou-as rés e elas tiveram a prisão preventiva mantida.
Segundo consta na denúncia da promotoria, as irmãs “amarraram Donizeti em uma cadeira e o deixaram sem qualquer alimentação ou hidratação causando-lhe, assim, intenso e desnecessário sofrimento físico e psicológico”.
Diante do quadro, a vítima acabou morrendo, segundo o MP-SP, para quem a prática acabou “revelando brutalidade além do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”.
Relembre o caso
Durante as investigações, também ficou constatado que a vítima, de 60 anos, era pessoa debilitada e que não tinha condições mínimas de se defender, uma vez que uma das indiciadas confessou ter agredido fisicamente o idoso momentos antes da morte dele.
Além disso, a apreensão do cartão bancário da vítima com as indiciadas, mesmo após o corpo ter sido encontrado, indica que elas tentariam continuar os saques da conta bancária, podendo, inclusive, causar prejuízos ao INSS, pois o idoso era aposentado.
Wania Santos Silveira e Andrea Santos Silveira de Sousa, vindas de Minas Gerais, eram cuidadoras do idoso e tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça por 30 dias no dia 10 de novembro. Eles seguem presas.
As mulheres, de 49 e 52 anos, foram detidas pela Polícia Militar um dia após o corpo ter sido encontrado. A princípio, elas negaram o crime. No entanto, uma câmera de segurança no centro de Marília registrou as duas arrastando o saco com o corpo.
O delegado Luís Marcelo, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), confirmou que, quando a PM chegou ao local onde o corpo de Donizeti Rosa, natural de Gália (SP), foi encontrado, a equipe suspeitou das duas mulheres e as encaminhou à delegacia.
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g1
Segundo a Polícia Civil, as imagens mostram ainda as suspeitas chegando ao prédio em um carro no período noturno, mas o motorista se recusa a colocar o saco no veículo, o que pode explicar o corpo abandonado em plena região central.
Em depoimento, o motorista afirmou que as suspeitas contaram que no embrulho tinha material de macumba. Diante disso, ele desistiu, recusou a corrida e foi embora.
Para despistar sobre o caso, as duas cuidadoras chegaram a acionar a Polícia Militar para ir ao local, após alegarem terem sido vítimas de um suposto roubo.
Ainda em meio às investigações, os policiais da DIG constataram saques recentes da conta do idoso, no valor aproximadamente de R$ 25 mil.
Vídeo mostra mulheres arrastando saco com corpo no centro de Marília
Circuito de segurança/Reprodução
Para a polícia, o idoso foi morto dentro de um apartamento em um prédio que fica a cerca de 20 metros do local onde o corpo foi encontrado.
No local do crime, após a perícia, a polícia encontrou vestígios de sangue. Já nas bolsas das suspeitas foram encontrados materiais que estavam envoltos no corpo, como fitas. Há suspeitas de que a vítima morreu aproximadamente 10 dias antes de ser encontrado.
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