Justiça manda soltar médico que atropelou motociclista, perseguiu testemunha e desacatou policiais


Natanael Angelo Stuque Matos Vaz, de 32 anos, estava preso desde 5 de fevereiro, em Ribeirão Preto (SP). ‘Sumiço’ de mulher atropelada foi usado por juiz para embasar decisão; entenda. O médico Natanael Angelo Stuque Matos Vaz
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A Justiça concedeu liberdade provisória ao médico Natanael Ângelo Stuque Matos Vaz, de 33 anos, preso no último dia 5 de fevereiro após atropelar uma motociclista, perseguir uma testemunha do acidente e desacatar policiais militares durante abordagem em Ribeirão Preto (SP).
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Para embasar a decisão, o juiz Sylvio Ribeiro de Souza Neto destaca que a motociclista atropelada sequer compareceu à Polícia Civil para prestar queixa, além de o suspeito ser primário, possuir residência fixa e ocupação. Ainda na decisão, o magistrado cita que a defesa alegou que Natanael sofre de problemas psiquiátricos.
Por outro lado, o juiz determinou medidas cautelares que devem ser seguidas pelo médico. São elas:
Comparecimento bimestral em juízo para informar e justificar as atividades e aqui apresentar relatório médico psiquiátrico a respeito da evolução de seu quadro médico;
Proibição de ausentar-se da comarca sem prévias autorização e comunicação ao juízo, exceto para exercer as atividades profissionais nas cidades em que atua na área médica e indicadas nos autos.
À EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa de Natanael disse que não irá se pronunciar.
Quem é o médico
Natanael Matos Vaz tem registro ativo no Conselho Regional de Medicina (CRM). Ele não possui especialidade cadastrada e atua como clínico geral.
Natanael é proprietário de uma empresa ativa há oito anos, voltada para atendimentos médicos e ambulatoriais restritos a consultas. A sede fica no bairro Jardim Botânico, na zona sul de Ribeirão Preto. Segundo um registro no site “Médicos Brasil”, ele também presta atendimentos em Barrinha (SP), Pradópolis (SP) e Taquaritinga (SP).
Em 2023, o médico ficou em 23º lugar em um concurso público para médico temporário na maternidade Gota de Leite, em Araraquara (SP). O homem foi preso em flagrante e mantido na prisão após audiência de custódia.
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Prisão preventiva e flagrante
A prisão preventiva foi decretada no dia seguinte à abordagem. Ele tinha sido preso em flagrante na noite anterior, quando PMs relataram que ele estava visivelmente alterado e encontraram uma substância parecida com cocaína na caminhonete dele.
Vaz foi submetido a uma audiência de custódia, onde o juiz Guacy Sibille Leite descartou a possibilidade de manter o suspeito em liberdade, de estabelecer prisão domiciliar ou outras medidas cautelares.
O magistrado ressaltou a gravidade dos delitos e argumentou que os crimes pelos quais ele responde, cometidos cumulativamente, têm penas que ultrapassam os quatro anos de prisão. Vaz é investigado pela Polícia Civil por lesão corporal, uso de entorpecentes, embriaguez ao volante e resistência.
“O autuado é primário, todavia as circunstâncias do delito evidenciam gravidade concreta da conduta capaz de justificar a ordem de prisão preventiva, para a garantia da ordem pública e mitigação dos riscos sociais”, expediu na ocasião.
Atropelamento e perseguição
De acordo com o boletim de ocorrência, o médico dirigia em alta velocidade quando atingiu a lateral de uma motocicleta na rotatória da avenida. A vítima caiu no chão, mas ele não parou para prestar socorro.
Logo após o atropelamento, segundo o boletim de ocorrência, o suspeito começou a perseguir um outro motociclista que presenciou o acidente. A testemunha seguiu até um posto de combustíveis na Avenida Adelmo Perdiza, onde encontrou uma viatura da PM e alertou os policiais.
Ao ser abordado pela polícia, o médico tentou resistir à prisão e entrou em confronto com os agentes, conforme registrado no boletim de ocorrência. Em entrevista à EPTV, a testemunha disse que o homem gritava que iria ‘matar todo mundo’ ao ser abordado pela polícia.
“Ele ‘partiu para cima do policial’, sendo contido e algemado. Natanael estava visivelmente alterado, provavelmente em razão do uso de substâncias entorpecentes”, registrou o juiz no termo de audiência.
O médico foi levado para a delegacia, além de ter sido submetido a um exame clínico, que, segundo os autos, constatou alterações psicomotoras compatíveis com embriaguez.
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