Moradores de prédio evacuado às pressas no litoral de SP revelam problemas em pagamentos de auxílios


Construtora assumiu a responsabilidade de pagar um auxílio a famílias para alugarem um espaço durante as obras de reparo do prédio em Praia Grande (SP), e garantiu reembolsar pelos valores gastos com hotéis após a interdição. O edifício foi evacuado em 13 de fevereiro após três pilastras terem apresentado danos. uwe
Uma parcela dos moradores do prédio que precisou ser evacuado às pressas em Praia Grande, no litoral de São Paulo, afirma não ter recebido o auxílio-moradia e a ajuda de custo para alimentação. As medidas para dar assistência às famílias foram garantidas pela Construtora e Incorporadora de Imóveis JR Ltda., enquanto o trabalho de reparo no edifício não é finalizado. Há também quem tenha recebido os valores com atraso.
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O Condomínio Giovaninna Sarane Galavotti, de 23 andares e 133 apartamentos, foi esvaziado no dia 13 de fevereiro em decorrência de danos estruturais em três colunas. A Defesa Civil da cidade e o Corpo de Bombeiros apontam que as estruturas de sustentação sofreram um cisalhamento [ruptura por esforços] no subsolo, térreo, G1 [Garagem 1] e G2 [Garagem 2].
Desde que o prédio foi interditado, e os moradores precisaram procurar um local para ficar, a construtora assumiu a responsabilidade em arcar com os auxílios a alguns moradores, embora não informe quantos são. Entretanto, após 16 dias do ocorrido, são relatados atrasos e falta de pagamento.
O auxílio é destinado às famílias que precisaram se hospedar por conta própria, e não puderam ficar com parentes ou na colônia disponibilizada pela prefeitura. Estas deveriam receber R$ 2,1 mil e R$ 500 para a alimentação, de acordo com nota enviada pelo grupo que representa os condôminos.
O g1 entrou em contato com a empresa, nesta quinta-feira (29), para falar sobre os problemas relatados por alguns moradores, mas não teve resposta. Mesma situação para quando foi perguntada sobre o motivo de ter assumido a responsabilidade de pagar os auxílios – o prédio foi entregue em 2011.
Onde estão as outras famílias?
A maioria das famílias que moram no edifício está hospedada na casa de parentes. Segundo a prefeitura, cada condômino decidiu organizar a própria logística para lidar com o período de interdição total do edifício. Já se passaram mais de duas semanas do incidente e, até o momento, não há previsão de retorno.
Há também alguns moradores alojados em uma colônia de férias no bairro Praia Mirim. “A gente está recebendo café, almoço e jantar. Estamos bem hospedados aqui. Enfim, está tudo certo por aqui e eles vão arcar com essas despesas”, disse uma mulher.
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Sem reembolso
Assim que os moradores deixaram o prédio alguns precisaram alugar imóveis ou ficar em hotéis. Para estes, a construtora garantiu o reembolso, mas também há relato da falta de pagamento. Um condômino que está hospedado na colônia de férias afirma não ter recebido.
“Eu fiquei em um hotel em uma noite e em um Airbnb por três dias. Essas notas [fiscais] eu já mandei e eles me disseram que pagariam entre hoje [quinta-feira, 29] e amanhã [sexta-feira]”, afirmou.
Construtora
Procurada pelo g1, a Construtora JR disse que desde o primeiro momento a preocupação é com as famílias que vivem no edifício, “tanto que vem arcando com despesas de acomodação e reembolsando gastos emergenciais dos moradores”.
Monitoramento
Técnicos da Prefeitura de Praia Grande e da Defesa Civil vistoriaram o local na tarde de segunda-feira (26). Segundo a administração municipal, ainda não há data definida para as obras terminarem.
“As obras compreendem a recuperação e reforços estruturais das áreas danificadas e são de responsabilidade da construtora e condomínio. Ainda não existe uma data definida para o final dos trabalhos e, desta forma, o prédio segue interditado totalmente”, disse em nota.
Na semana passada, segundo a administração do condomínio, houve a contratação de um engenheiro e professor para acompanhar o andamento das obras emergenciais.
“Estamos ainda monitorando com a JR a celeridade no reembolso das famílias que locaram espaços, pois não estava nos planos de ninguém ter que gastar com moradia e impacta o orçamento familiar”, reforçou Ávila. O prazo definido pela empresa foi de 10 dias após o envio do recibo de locação.
A Prefeitura de Praia Grande aprovou o projeto apresentado pela JR na última semana. A colocação de cerca de 2 mil escoras metálicas nas pilastras já acabou. Agora, ocorrem as obras emergenciais para reforçar a estrutura no subsolo, térreo, G1 e G2.
Prédio em Praia Grande (SP) é evacuado por risco de queda
g1
Relembre o caso
O edifício em questão tem 23 andares e 133 apartamentos. Os moradores tiveram que deixar o imóvel no último dia 13, depois que uma vistoria indicou danos em três pilastras do prédio, que tem 19 pavimentos residenciais.
Segundo a Prefeitura de Praia Grande e o Corpo de Bombeiros, as pilastras sofreram cisalhamento [ruptura por esforços]. As pilastras danificadas foram localizadas no subsolo, térreo, G1 [Garagem 1] e G2 [Garagem 2].
Em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada da Globo, a moradora aposentada Valderez Maria Afonso afirmou ter escutado um “estrondo” no prédio. “Achamos que era um terremoto. Estávamos nos preparando para ir até a praia, mas vimos que todo mundo desceu [para a rua]”, relatou ela. “Moro aqui há quase um ano e nunca recebi informações sobre problemas estruturais”.
A maioria das famílias residentes no edifício está hospedada na casa de parentes. Segundo a prefeitura, cada família decidiu organizar sua logística para lidar com este período de interdição total do edifício.
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