Cenipa e polícias Civil e Militar investigam queda de avião em avenida de São Paulo; 2 pessoas morreram


Menos de um minuto depois da decolagem, a aeronave caiu na Avenida Marquês de São Vicente, paralela à Marginal Tietê, uma das vias expressas mais importantes da cidade. Cenipa e polícias Civil e Militar investigam queda de avião em avenida de São Paulo
Reprodução/TV Globo
A queda de um avião em uma avenida movimentada de São Paulo matou duas pessoas e feriu 10 na manhã desta sexta-feira (7).
O avião surgiu de repente, bateu no asfalto, pegou fogo e atingiu a traseira de um ônibus. Em câmera lenta é possível entender melhor o acidente. O ônibus aparece na imagem segundos antes da queda. No cruzamento, dezenas de carros esperavam o semáforo abrir. Também escaparam por pouco outros sete carros que viraram à esquerda. Antes de atingir o solo, o avião bateu em árvores e em uma placa.
Avião de pequeno porte King Air cai em avenida na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, bate em ônibus e deixa 2 mortos
O advogado gaúcho Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, dono do avião, e o piloto Gustavo Medeiros, de 44 anos, também gaúcho, morreram na hora. Antes da decolagem, Márcio postou um vídeo do avião em uma rede social. Ele comprou a aeronave depois de ter perdido outras durante as enchentes no Rio Grande do Sul.
Em 26 de dezembro de 2024, Márcio publicou uma foto do avião com a legenda: “Primeiro voo no PS-FEM. Família reunida”, ao lado da companheira Franciele.
PS-FEM era o prefixo da aeronave de pequeno porte, um bimotor turboélice, com oito lugares, fabricado em 1981 pela empresa americana Beechcraft.
Márcio tinha três filhos. O piloto Gustavo tinha um do primeiro casamento e a mulher está grávida. Antes de ser piloto particular, ele trabalhou como comandante na Azul por dez anos.
A queda do avião fez surgir uma cortina de fumaça que cobriu parte da Zona Oeste e pôde ser vista ao vivo do estúdio do Bom Dia São Paulo, na Zona Sul da capital.
“É uma fumaça bem preta ali que chama atenção”, narrou a jornalista Sabina Simonato.
O Globocop registrou a tragédia:
“A gente acaba de chegar aqui na região da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, muito densa, inclusive há um ônibus pegando fogo”, contou a repórter Larissa Calderari.
Pelo chão, a equipe do repórter Elieser dos Santos chegou minutos depois e conversou com testemunhas:
“No caso, eu estava passando de moto, aí eu vi o barulho do avião vindo do céu, ele pegou na árvore lá da frente e começou a despejar a querosene”, conta João Lucas Amaral, testemunha.
O vídeo da câmera no para-brisa mostra o momento em que o ônibus balançou ao ser atingido. E dá pra ouvir a reação dos passageiros.
Dez pessoas ficaram feridas. Entre elas, um motociclista, cinco passageiros do ônibus e o motorista, que teve uma crise de ansiedade.
“Eu só sei que salvei todo mundo”, diz o motorista de ônibus Laurenilton Azevedo.
O avião decolou do Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, às 7h17, com destino a Porto Alegre, e caiu menos de um minuto depois na Avenida Marquês de São Vicente, paralela à Marginal Tietê, uma das vias expressas mais importantes da cidade. Perto dali existem lojas, concessionárias de moto, uma escola, um clube e os centros de treinamentos de futebol do Palmeiras e do São Paulo.
“Eu estava lá com meus colegas esperando abrir a loja e aí, em um certo momento, eu ouvi um barulho muito forte. Aí eu vi o avião descendo. Eu ainda gritei com meu colega: ‘Olha aí um avião caindo’”, conta a testemunha Luiz Sousa Alves.
“Eu estava no telefone na hora que eu olhei, um barulho muito forte. Quando eu vi o avião estava descendo, aí ele passou próximo aqui à minha frente, na avenida”, diz o consultor técnico Marcelo Scotini.
O avião atingiu árvores que ficam no canteiro central. Elas têm mais ou menos 5 m de altura e o impacto foi tão forte que uma delas foi arrancada. A fuselagem do avião, se vê no gramado, foi ficando pelo caminho. Um pouco mais à frente, a aeronave ainda atingiu uma placa de sinalização e deixou uma grande mancha de óleo e querosene no asfalto.
Avião atingiu árvores que ficam no canteiro central e deixou fuselagem pelo caminho
Reprodução/TV Globo
O trabalho de perícia da Aeronáutica começou no início da tarde. O modelo King Air F90 não tem caixa preta. Com os destroços mais frios, os técnicos do Cenipa, com ajuda de bombeiros, fazem um trabalho mais minucioso de perícia nos destroços da aeronave. Eles vão observando cada detalhe e recolhendo peças que podem ser importantes para se determinar quais as causas desse acidente.
Cenipa e polícias Civil e Militar investigam queda de avião em avenida de São Paulo
Reprodução/TV Globo
Quem escapou por pouco ainda se recupera do susto. O analista financeiro André Teixeira estava com a esposa, grávida, parado no cruzamento e viu o avião passando:
“Nosso carro era o terceiro ou quarto ali aguardando pra poder atravessar, no momento da explosão subiu uma bola de fogo enorme. Começou uma gritaria generalizada, muito choro, algumas pessoas entraram em choque. Nesse momento que o avião bateu o farol abriu para a gente. Então, se o avião tivesse demorado dois ou três segundos a mais para cair, nós estaríamos no meio do cruzamento”.
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