Campinas deve substituir 60 árvores mortas no Bosque dos Jequitibás, aponta estudo


Segundo a prefeitura, espécies apresentam risco de queda e estão localizadas nas margens do parque, próximas à grade e às ruas do entorno. Medida requer aprovação do Condephaat. Bosque dos Jequitibás, em Campinas (SP)
Prefeitura de Campinas/Divulgação
O Bosque dos Jequitibás, em Campinas (SP), tem 60 árvores mortas que requerem substituição. Foi o que apontou o Plano Diretor Florestal feito pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), para a prefeitura.
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Segundo a administração municipal, as árvores apresentam risco de queda e estão localizadas nas margens do parque, próximas à grade e às ruas do entorno. A substituição das espécies foi autorizada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) na quinta-feira (6).
Agora, a solicitação segue para o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão estadual, já que o parque é tombado como patrimônio cultural e histórico nas duas instâncias.
A remoção só terá início após eventual autorização do Condephaat, por isso não há prazo para que o serviço seja realizado.
“O objetivo do estudo é mapear e analisar as condições das árvores, especialmente em áreas como os parques, espaços muito utilizados pelas pessoas, e estruturar um plano de manejo e como proceder em eventos extremos”, detalhou a prefeitura, em nota.
Outros manejos
Em julho de 2023, a prefeitura extraiu 75 árvores do parque. Inicialmente, o Departamento de Parques e Jardins (DPJ) previa o manejo de 111 espécies (extração de 108 árvores e poda de outras três), mas o número diminuiu para 75 após o contralaudo elaborado a pedido da Comissão de Arborização da Câmara de Vereadores.
No início daquele mês, a Secretaria de Serviços Públicos informou, ainda, que as outras medidas apontadas no contralaudo seriam reavaliadas durante o período de manejo das plantas. Eram elas:
Fechamento da denominada “trilha da figueira”, que liga a Grande Figueira na entrada do Bosque ao Museu de História Natural, e restauração da área com plantio de mudas de árvores nativas;
Eliminação das espécies exóticas na área interna do parque, dentre elas, Melia azedarach, Caryota urens, Hovenia dulcis, Ligustrum lucidum, Leucaena leucocephala, Mangifera indica, Eryobotria japonica, Syngonium podophyllum;
Realizar o manejo programado de lianas e demais trepadeiras que afetem a estrutura e o funcionamento do dossel;
Planejamento, implantação e manutenção da arborização urbana no entorno do parque, priorizando as espécies nativas de ocorrência local, de modo a minimizar os impactos do isolamento do fragmento na matriz urbana;
Desenvolver e aplicar atividades educativas permanentes, como estratégia na orientação de visitantes tanto de escolas, como do público geral;
Desenvolver um programa de identificação e coleta da flora arbórea em Trilhas Ecológicas nos parques de Campinas, visando a conservação de espécies raras e ameaçadas de extinção, bem como as com potencial de uso na arborização urbana e recuperação de áreas degradadas;
Instalação de deck elevado próximo de árvores como o jequitibá (sustentado por cabeamentos) e figueira, de maneira a destacar a importância desses exemplares aproximando-os da população e impedindo vandalismo e degradação/compactação do sítio, no entorno das raízes desses exemplares, criando locais de contemplação, estar e confraternização;
Instalação de dispositivos artístico de suporte nas árvores a serem preservadas, em conjunto com placas de educação ambiental destacando a importância desses exemplares na dinâmica florestal, na disponibilidade de recursos para abelhas nativas e fauna, classe sucessional e patrimônio do conforto térmico e sombreamento exercido pelo dossel florestal.
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Morte de morador em 2022
O laudo usado pela Secretaria de Serviços Públicos foi produzido após a morte de um técnico em eletrônica atingido por uma figueira branca de 35 metros que caiu durante um temporal em 28 de dezembro de 2022.
Documentos obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação mostram que, nos cinco anos anteriores à morte do morador, a prefeitura só realizou laudo técnico sobre árvores do Bosque após o acidente.
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Heitor Moreira/EPTV
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