‘Livramento’, diz turista do DF que visitou ‘igreja de ouro’ dois dias antes do desabamento


Felipe Reis visitou ponto turístico em Salvador com esposa e diz que local aparentava estar em ‘mau estado de conservação’. Desabamento causou morte de jovem e deixou outras cinco pessoas feridas. Felipe Reis e esposa Danyele Soares, do DF, em visita à “igreja de ouro”.
Arquivo pessoal
O empresário Felipe Reis, de 39 anos, mora no Lago Norte, em Brasília, e esteve na “igreja de ouro”, em Salvador (BA) , na segunda-feira (3), dois dias antes do desabamento que causou a morte de uma jovem e deixou outras cinco pessoas feridas.
“Eu fiquei perplexo, foi uma mistura de alívio com surpresa e tensão”, diz Felipe. Para ele, não ter visitado a igreja no dia do desabamento foi um “livramento”.
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Felipe está na Bahia em viagem de férias com a esposa Danyele Soares, de 33 anos, desde segunda-feira (3). O empresário visitou a igreja logo no primeiro dia da viagem, entre 12h e 13h30.
Ele conta que, durante a visitação, percebeu que a igreja aparentava estar “em mau estado de conservação, com estrutura velha, descascada e empoeirada”.
“Eu falei isso pra Danyele, que estava muito mal cuidada. Eu falei exatamente isso. Parece que nunca teve restauração, que estava mal cuidado”, conta Felipe.
O empresário lembra que estava na praia com a esposa quando foram surpreendidos ao ver a notícia do desabamento nos jornais.
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Turista morreu e outras 5 pessoas ficaram feridas
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Parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como “igreja de ouro”, desabou na tarde de quarta-feira (5), no Centro Histórico de Salvador. Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas.
Na última segunda-feira (3), o frei Pedro Júnior Freitas da Silva, que ocupa a função de guardião-diretor da igreja, havia alertado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre uma “dilatação” no forro do teto e pediu uma vistoria. A visita dos técnicos estava agendada para esta quinta (6).
O diretor da Defesa Civil de Salvador, Sósthenes Macedo, reforçou que o poder público sabia que havia algumas partes comprometidas na estrutura, contudo, sem riscos de desabamento, por isso o espaço não estava interditado.
O presidente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), Leandro Grass, confirmou que a igreja pediu na segunda (3) uma vistoria ao órgão e que a visita dos técnicos estava agendada para esta quinta (6). De acordo com Grass, a solicitação foi feita pelo protocolo normal do Iphan mas, segundo o presidente, esse não é o caminho para o caso de uma urgência.
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Itana Alencar/g1
Registros feitos pelo g1 no ano de 2023 documentaram problemas estruturais da Igreja de São Francisco. Em imagens, é possível ver pintura e teto desgastados, pilastras sem reboco e piso desnivelado em vários pontos do templo – o que dificultava a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida.
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