Homem enterrado após assassinato é identificado 12 anos depois em SC; inquérito é reaberto


Ponta de um dos dedos de Rafael Tura, morto em 2013, auxiliaram na identificação. Uma das semelhanças analisadas para identificar a vítima foi a falta da ponta do dedo indicador direito
Polícia Científica/ Divulgação
O corpo de um homem assassinado a tiros em 2013 em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, foi identificado neste mês, 12 anos após o sepultamento. Com a descoberta, a Polícia Civil informou que vai reabrir o inquérito que investiga o homicídio de Rafael Tura, como foi reconhecido após exames. A identificação ocorreu por causa da ponta de um dedo.
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As análises da Polícia Científica começaram em setembro de 2024, durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, do Ministério da Justiça.
Entre as características informadas sobre o desaparecido e as encontradas no esqueleto, que precisou ser exumado, foi possível identificar semelhanças como a amputação de parte de um dedo e outras fraturas antigas, por exemplo (entenda mais abaixo).
O corpo de Rafael Tura havia sido encontrado na linha Sede Trentin, em Chapecó, em 30 de maio de 2013.
A vítima apresentava pelo menos seis marcas de tiro pelo corpo, mas, diante do avançado estado de decomposição, não foi possível identificar idade, cor da pele ou outras características que pudessem auxiliar na identificação dele na época.
Como nenhum familiar reclamou o corpo, ele foi sepultado nessas condições três meses depois.
Identificação
Rafael Tura foi dado como desaparecido em 2013
Reprodução
Ao revisar casos antigos de cadáveres não identificados que foram enterrados, a Polícia Científica de Chapecó constatou registros compatíveis com desaparecimentos no mesmo período e local de onde o corpo havia sido encontrado.
Os peritos chamaram familiares de Rafael Tura, ainda considerado desaparecido na época, e realizaram entrevistas com eles. Também coletaram material genético de referência, levantaram informações sobre características físicas e odontológicas e dados das circunstâncias de seu sumiço.
“Após essa suspeita inicial, que já tinham esses indicadores fortes de proximidade temporal e geográfica e falta do indicador direito, foi feita a exumação do cadáver”, informou Felipe Salata Braga, superintendente Regional de Polícia Científica em Chapecó.
Corpo foi exumado em novembro de 2024 para passar por análises
Polícia Científica/ Divulgação
A exumação ocorreu em novembro de 2024. No exame pericial, conforme Braga, foram constatadas várias convergências entre a ossada analisada e os documentos que a família levou na entrevista antropológica, como prontuários médicos.
Além da amputação do dedo indicador direito, foram confrontadas outras informações, como fraturas antigas, deformação no braço e tratamentos odontológicos.
“Outros parâmetros da ossada, como sexo biológico, estimativa de altura, ancestralidade, todos os parâmetros foram convergentes, não tinha nada que apontasse divergência. Então, o conjunto de todos esses elementos analisados na antropologia deu para bastante segurança de cravar essa identificação”.
Segundo a Polícia Científica, esse foi o primeiro caso atendido pelo Programa Conecta que pôde ser resolvido sem a necessidade do processamento do material genético.
“Essa identificação é mais um exemplo da importância da participação de familiares de pessoas desaparecidas no Programa Conecta, permitindo que unamos as informações fornecidas pelos familiares com os conhecimentos das ciências forenses para a resolução de casos que, por anos, permanecem sem respostas”, ressaltou a perita criminal, Patrícia Monteiro, responsável pelo programa.
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