Polícia Civil faz operação contra suspeitos de envolvimento em ataque a assentamento do MST


A operação deflagrada nesta quinta-feira (30) cumpre 10 mandados de busca e apreensão e dois de prisão. O crime aconteceu no início do ano, quando duas pessoas morreram. Assentamento Olga Benário, do MST, em Tremembé, SP.
Rauston Naves/TV Vanguarda
A Polícia Civil realiza nesta quinta-feira (30) uma operação contra suspeitos de envolvimento no ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo, no início deste ano.
O ataque aconteceu no dia 10 de janeiro, no assentamento Olga Benário, na Estrada Kanegae. Valdir Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 27, foram assassinados a tiros. Seis pessoas também ficaram feridas na ação. Um suspeito envolvimento já havia sido preso – veja mais abaixo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp
Os policiais cumprem 10 mandados de busca e apreensão e dois de prisão durante a manhã. Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Tremembé após pedido da Delegacia de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté, onde o caso é investigado.
De acordo com a apuração de Rede Vanguarda, até às 9h30 foram apreendidos celulares dos investigados e um carro usado para dar apoios aos criminosos no caso. O veículo foi encontrado em São José dos Campos.
Os alvos da operação têm ligação familiar com um outro suspeito que também já foi identificado e reconhecido pelas vítimas. Ele está foragido.
Além dos materiais apreendidos, a polícia também encontrou porções de drogas durante as buscas.
O caso
Ataque a assentamento do MST em Tremembé (SP) deixa dois mortos e seis feridos
Valdir Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 27, foram assassinados a tiros no ataque. Seis pessoas também ficaram feridas na ação.
Um dia depois do crime, o delegado seccional de Taubaté, caso, Marcos Parra, informou em entrevista coletiva que as evidências iniciais apontam para uma possível disputa por um lote no assentamento como a motivação do crime.
“Com o assentamento fechado que é, eles têm ali um entendimento de existir concordância para a admissão de pessoas novas no local. Até onde a gente apurou, essa concordância não teria acontecido nessa comercialização do terreno”, disse.
“O homem e seu grupo estariam lá para, num primeiro momento, intimidar, mas, como não intimidou e aconteceu, na verdade, uma repulsa da presença deles lá, a gente tem o nascimento de um confronto envolvendo arma branca e arma de fogo e levou a gente para esse resultado trágico de várias mortes e várias pessoas lesionadas”, completou.
O assentamento do MST que foi alvo do ataque fica na zona rural de Tremembé.
Reprodução/TV Vanguarda
Em entrevista à TV Vanguarda na semana do crime, o delegado diretor do Deinter-1, Dr. Múcio Mattos, disse que o ataque não teve nada relacionado contra o MST, mas, sim, a um lote específico no assentamento.
“O que foi possível compreender até agora é que o litígio foi nesse lote específico. Não é contra o Movimento [Sem Terra], é contra esse lote. A disputa não é da gleba, é do lote que está desocupado”, disse Múcio Mattos, diretor do Deinter-1 em São José dos Campos (SP).
Desde então, a Polícia Civil conseguiu identificar ao menos cinco suspeitos pelo crime. Um deles foi identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, mais conhecido como “Nero do Piseiro”.
Segundo a Polícia Civil, Nero, que foi preso e passou por audiência de custódia, confessou que foi até o local, mas negou ter efetuado disparos contra as vítimas. Ele é suspeito de chefiar o ataque.
Na ocasião, o caso foi registrado como homicídio e tentativa de homicídio.
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina
Adicionar aos favoritos o Link permanente.