Júri condena um dos acusados de matar tenente-coronel da PM Valdir Copetti Neves, envolvido no Caso Evandro; dois são absolvidos


Crime aconteceu em 2018, em Ponta Grossa, e teve ligação com arrendamento de terras. Policial foi encontrado baleado dentro do próprio carro e quatro homens foram acusados pelo crime. Valdir Copetti
Reprodução/ RPC Ponta Grossa
O Tribunal do Júri condenou nesta terça-feira (27) um dos três acusados de matar o tenente-coronel da Polícia Militar (PM) Valdir Copetti Neves, envolvido no Caso Evandro.
No dia 29 de outubro de 2018, Copetti foi encontrado morto, com várias marcas de tiros, dentro do próprio carro, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Segundo a investigação, o policial estava saindo da fazenda onde morava quando foi vítima de uma emboscada. Relembre abaixo.
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Valdemar Anufriev foi condenado a 16 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado por meio cruel e que dificultou a defesa da vítima. Ele é considerado foragido pela Justiça e será expedido um novo mandado de prisão contra ele.
Os outros dois acusados do crime, Hector Rafael Garcia e Vanderlei de Mello, foram absolvidos por falta de provas.
O júri contou com a presença de cinco testemunhas, sendo três delas da Polícia Civil, envolvidas na investigação. Também constava como réu do processo Efrem Anufriev, irmão de Valdemar. Porém, ele morreu na prisão em 2022.
A defesa de Anufriev disse apenas que avaliar se recorrerá da decisão.
Em nota, a família de Copetti disse se conformar com a condenação de Anufriev a 16 anos de prisão. Porém, disse discordar da absolvição de Vanderlei, por entender que ele também participou do crime, e ter ficado surpresa com o pedido de absolvição feito pelo Ministério Público.
A RPC entrou em contato com a defesa de Hector, mas ainda não recebeu uma resposta, e tenta contato com a defesa de Vanderlei.
O crime
Tenente-coronel Valdir Copetti Neves foi encontrado morto em Ponta Grossa.
Fábio Ângelo/RPC
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), Efrem foi o responsável por vigiar Copetti e avisar os demais réus quando o policial saiu de casa. Valdemar estava dirigindo um veículo para Vanderlei e Hector, que efetuaram os disparos. Todos fugiram na sequência.
Dois suspeitos foram presos no mês seguinte: os irmãos russos Efrem Anufriev e Valdemar Anufriev. De acordo com a investigação, os dois arrendavam terras de Copetti.
Vanderlei trabalhava tanto nas terras de Copetti, quanto nas dos russos, e Hector teria ido de Curitiba a Ponta Grossa apenas para cometer o crime, segundo o MP.
A motivação do crime, de acordo com as investigações, foram desavenças financeiras.
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Valdir Copetti Neves e o Caso Evandro
O tenente-coronel Valdir Copetti Neves atuou no Caso Evandro, como ficou conhecido o assassinato de Evandro Ramos Caetano, de 6 anos, que desapareceu no trajeto entre a casa e a escola em 1992 em Guaratuba, no litoral do Paraná.
Sete pessoas foram acusadas pelo crime e cinco chegaram a confessar. Porém, depois, alegaram que tinham sido torturadas pela polícia para admitir o crime. Na época, os policiais militares eram comandados pelo coronel Copetti Neves.
No final de 2023, todos os quatro condenados pelo crime foram absolvidos pela Justiça após fitas de áudios indicarem que eles foram torturados para confessar crimes que não cometeram.
Condenação de Copetti
Em 2009, o tenente-coronel foi condenado a 18 anos e 8 meses de reclusão e à perda do cargo sob acusação, entre outros crimes, de tráfico internacional de armas e formação de quadrilha.
Ele havia sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formar milícias armadas para proteger fazendeiros contra invasões de terra e foi um dos ouvidos pela CPI do Tráfico de Armas em 2005.
O advogado responsável pela defesa deste caso informou que em 2018, quando Copetti foi assassinado, ele estava recorrendo das condenações, na expectativa de que elas fossem revisadas pelo Poder Judiciário.
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