Faltando apenas duas cidades, casal que pretende morar em todas as capitais do Brasil avalia três anos de projeto: ‘Descobertas fascinantes’


O g1 conversou com a publicitária Fabiana Mercado e o marido, Gustavo Longo, profissional de TI, sobre a experiência de morar em 24 capitais em três anos. Naturais de Bauru, os dois finalizam o projeto neste ano com Rio de Janeiro e Porto Alegre. Casal de Bauru iniciou em janeiro de 2022 o projeto Desbravando Capitais
Fabiana Mercado e Gustavo Longo/ Arquivo pessoal
Em três anos, o casal Fabiana Mercado e Gustavo Longo viveu a rotina de moradores em 24 das 26 capitais brasileiras, além da capital do país, Brasília (DF).
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Faltando apenas duas cidades para encerrar o projeto Desbravando Capitais, a publicitária e o profissional de TI, que são naturais de Bauru (SP), conversaram com o g1 sobre essa experiência que tem como objetivo principal divulgar o Brasil para todos os brasileiros.
Desde que iniciou o projeto, em 8 de janeiro de 2022, o casal sempre faz uma pausa durante as festas de fim de ano para curtir a família em Bauru e planejar o início de um novo ano. Em 2025 serão apenas duas capitais que faltam – Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
Gustavo e Fabiana durante a estadia em Rio Branco (AC)
Arquivo pessoal
Confira abaixo a entrevista com Fabiana e Gustavo:
Como vocês avaliam esse terceiro ano do Desbravando?
Fabiana e Gustavo: Explorar o norte do Brasil foi uma verdadeira aventura, desafiando a visão comum que muitos têm da região. Frequentemente, o que ouvimos sobre o norte envolve desmatamento, queimadas, disputas territoriais e crises imigratórias. No entanto, essa jornada revelou muito mais. Em 2024, o projeto Desbravando Capitais mergulhou em um ano cheio de descobertas fascinantes. Exploramos a estrutura urbana, a natureza exuberante, a culinária diversificada e a rica expressão cultural das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Cada capital visitada revelou tesouros únicos: desde as paisagens da Amazônia às praias paradisíacas do Nordeste, passando por mercados e festivais culturais vibrantes. Tivemos muitas surpresas positivas, incluindo conexões significativas com moradores locais que compartilharam suas histórias, tradições e o calor humano característico dessas regiões.
O que foi mais difícil nessa jornada?
Fabiana e Gustavo: O clima úmido e quente de Manaus e Rio Branco, especialmente em Manaus, levou Fabi a buscar atendimento na UPA duas vezes. Manter uma rotina de treino também foi um desafio para ela, dada a constante mudança de cenários e climas variados.
Além disso, o clima nas diversas regiões adicionou um nível extra de dificuldade às atividades diárias, sem mencionar o alto custo de moradia em quase todas as capitais do Norte.
Quais diferenças em relação aos anos anteriores?
Fabiana e Gustavo: Diferente foi desbravar o norte do país, um local que ainda é muito subjugado e que é mais difícil de encontrar informações sobre a região que não seja em programas com holofotes. Difícil de encontrar uma vivência mais realista da região e que não seja envolvido diretamente com indígenas.
No ano de 2024 foi a primeira vez que não estivemos com carro próprio, então a locomoção dependeu de transporte público (ônibus, barco) e por aplicativo, além de locação de carro de forma esporádica. Trouxe um pouco de dificuldade em alguns momentos, mas que não foi um impeditivo para desbravarmos todas as atividades possíveis. Ao longo do ano aprendemos a encarar os problemas de forma natural e resolvê-los da forma mais rápida possível.
Quais são as expectativas para finalizar as capitais em 2025?
Fabiana e Gustavo: Nossa jornada pelo Rio de Janeiro e Porto Alegre está marcada para o primeiro semestre. De lá, planejamos explorar o interior do Rio Grande do Sul. Fabi está animada para mostrar alguns lugares especiais que visitou durante uma viagem de moto com seu pai até o Uruguai, incluindo a Serra Romântica e o Chuí. No trajeto para Porto Alegre, também queremos aproveitar um tempo em Curitiba e Florianópolis.
Algumas ideias nasceram ao longo do projeto, mas não conseguimos realizar todas nessas primeiras capitais. Por exemplo, Gustavo quer entrevistar um profissional do tênis de mesa para explorar o cenário local do esporte. Ele também deseja conversar com alguém da área do audiovisual, ligado ao canal Faro Frame, que ele tem com um amigo, para descobrir obras premiadas que muitas vezes não chegam ao grande público brasileiro. Fabi também precisa correr uma prova em Florianópolis, seguindo seu objetivo de competir em todas as capitais e colecionar medalhas.
No Rio de Janeiro, estamos ansiosos para viver como moradores, imersos nos ritmos da Bossa Nova, do samba, e no carnaval, explorando a rica história da cidade que já foi a capital do país. Nossa expectativa é explorar essas duas capitais profundamente, focando na culinária, natureza e expressão cultural. Vamos reencontrar amigos que fizemos durante a jornada deste ano de 2024 e pretendemos criar novas conexões em cada cidade.
Vocês colheram depoimentos de moradores em todos os locais. Como surgiu essa ideia?
Fabiana e Gustavo: Surgiu em Florianópolis, nossa primeira capital. Fabi estava passando por uma fase muito complicada com a sua ansiedade e crise de burnout e, para tentar driblar isso, em alguns dias saía sozinha. Em um momento desses, ao tentar visitar o Sesc, teve a graça de encontrar uma moradora com quem começou a conversar – não sabemos o nome dela e nem sequer pegamos o depoimento dela. No contexto da conversa, Fabi teve a oportunidade de perguntar o que Florianópolis representava para ela, e se apaixonou por aqueles olhos brilhantes falando sobre a cidade dela. Sim, acreditamos que a cidade é de todos os moradores.
Foi aí que Fabi, encantada, chegou em casa dizendo: “vamos colher os depoimentos do que os moradores acham e sentem de sua cidade”. Isso tem a ver com o que queremos, que é ouvir os moradores e suas histórias. Foi decidido em conjunto que seriam três perguntas e, ali em Florianópolis, já começamos a colher os depoimentos. Temos o número mínimo de colher depoimentos: são três. Como desbravamos 25 capitais, temos no mínimo 75 depoimentos, e em algumas capitais conseguimos colher mais do que três. (Veja abaixo alguns desses depoimentos).
Casal de Bauru pretende morar em todas as capitais do Brasil
Além das duas capitais que faltam, vocês têm mais planos de projetos desbravadores?
Fabiana e Gustavo: Temos planos de explorar mais nossa cidade, Bauru, e a região ao redor. Em um futuro não muito distante, queremos conhecer os interiores de todo o Brasil. Além disso, estamos ansiosos para nos aventurar no mundo do empreendedorismo. Temos o sonho de transformar o Desbravando Capitais em um negócio, compartilhando com todos as experiências marcantes que tivemos em cada capital. Por enquanto, é isso que podemos revelar.
Outra meta futura é desbravar a maternidade/paternidade quando terminarmos de visitar todas as capitais estaduais brasileiras. Mesmo depois de nos estabelecermos mais em Bauru, sabemos que a vontade de viajar continuará presente. Pensamos em explorar os interiores do Brasil ou até mesmo revisitar as capitais que mais gostamos.
E, por fim, para quem pretende se aventurar como vocês, quais as dicas?
Organize-se financeiramente: Planeje suas finanças antes, durante e depois da viagem. Ter um orçamento claro ajuda a evitar surpresas desagradáveis.
Abra-se ao novo: Tenha a mente aberta para conhecer o novo, mesmo que esteja fora da sua zona de conforto. O Norte do Brasil, por exemplo, trouxe desafios para a Fabi, que teve que ajustar seus treinos de corrida ao clima úmido. Ela seguiu praticando, mesmo com dificuldades, mostrando que a atitude faz toda a diferença.
Cultive a curiosidade: Esteja sempre curioso para explorar novos lugares e conhecer pessoas, indo além do turismo comercial. Nós, por exemplo, nem sempre compartilhamos a mesma sensação ao desbravarmos juntos, o que mostra a importância de viver as próprias experiências.
Evite criar expectativas: Uma dica valiosa é não criar expectativas sobre o próximo destino e aproveitar onde está ao máximo. Durante o projeto, evite buscar muitas informações antecipadas, exceto para atividades que exigem planejamento prévio e se programe onde será a sua estadia. Assim, chegue ao local sem pré-conceitos, explore a cidade e aproveite melhor o momento.
Conecte-se com mradores Locais: Fazer conexões com os moradores locais é a melhor maneira de sair do roteiro turístico tradicional e viver experiências autênticas.
Veja mais fotos das viagens do casal:
Casal durante os passeios realizados em Rio Branco (AC)
Arquivo pessoal
Experimentar a culinária local das capitais onde moram é uma das atividades que o casal compartilha nas redes sociais
Arquivo pessoal
Casal de Bauru fez de barco a viagem de Macapá até Belém
Arquivo pessoal
Fabiana e Gustavo antes do embarque para viagem de Macapá para Belém
Arquivo pessoal
Moradores de Bauru experimentaram pratos típicos durante a estadia em Boa Vista (RR)
Arquivo pessoal
Festividades em Boa Vista (RR)
Arquivo pessoal
Bioparque de Macapá (AP)
Arquivo pessoal
Pratos típicos de Macapá que foram apreciados pelo casal de Bauru
Arquivo pessoal
Projeto Desbravando Capitais na temporada em São Luís (MA)
Arquivo pessoal
Casal bauruense no teatro de São Luís (MA)
Arquivo pessoal
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