Entenda como esmeralda encontrada na Bahia avaliada em R$ 6 bilhões foi levada para os Estados Unidos


País americano formalizou repatriação da pedra preciosa quatro dias antes de prazo determinado pela Justiça. Ainda não há detalhes de quando tesouro nacional chegará ao Brasil. Justiça dos EUA determina repatriação de esmeralda bilionária ao Brasil
Os Estados Unidos formalizaram a repatriação de uma esmeralda encontrada em 2001 na cidade de Pindobaçu, no norte da Bahia. Segundo a Advocacia-Geral da União, a pedra, que pesa aproximadamente 380 kg e tem valor estimado em 1 bilhão de dólares – mais de R$ 6 bilhões, foi levada do Brasil sem autorização. Posteriormente, foi enviada aos EUA em 2005 com a utilização de documentos falsificados.
Para uma reportagem do Fantástico, o garimpeiro Alderaci de Carvalho contou que comprou a esmeralda e depois a vendeu por R$ 45 mil.
Ao longo dos tempos, surgiram várias lendas em relação à esmeralda:
Uma delas diz que a pedra é amaldiçoada;
Outra conta que os contrabandistas foram mortos por animais selvagens nas florestas brasileiras;
A versão mais provável é a divulgada pela imprensa americana:
Depois de ser retirada de Serra da Carnaíba, na cidade de Pindobaçu, a pedra foi levada para São Paulo e transferida para Nova Orleans, nos Estados Unidos. Ela ficou guardada em um depósito até 2005, que foi inundado pelo furacão Catrina. A pedra foi recuperada por mergulhadores locais.
Em 2008, depois de ser roubada, a pedra foi recuperada em Las Vegas pela polícia de Los Angeles, que, desde então, está com a esmeralda sob custódia.
Repatriação da pedra preciosa
Imagem de outubro de 2001 mostra a ‘Esmeralda Bahia’
Andrew Spielberger/AP
A Justiça americana já tinha acatado, em novembro de 2024, um pedido do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) para que a pedra fosse devolvida ao Brasil.
Na época em que atendeu ao pedido do TRF3, o juiz responsável pelo caso, Reggie Walton, da Corte Distrital de Columbia, determinou que o Departamento de Justiça dos EUA protocolasse a decisão final de repatriação até 6 de dezembro de 2024. A formalização, portanto, acontece quatro dias antes do prazo.
Ainda não há detalhes de quando a pedra preciosa, que é considerada um tesouro nacional, chegará ao Brasil. A Advocacia-Geral da União afirmou que a pedra ficará exposta no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
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Entenda a briga judicial
Em 2017, uma decisão na Justiça Federal em Campinas, no estado de São Paulo, condenou dois acusados de enviar ilegalmente a esmeralda aos Estados Unidos, em uma ação penal que também declarou que quem estivesse em posse da pedra a devolvesse ao Brasil.
Os empresários Elson Alves Ribeiro e Ruy Saraiva Filho foram condenados pelos crimes de receptação, uso de documento falso e contrabando.
A AGU atua há quase uma década no caso, desde que fez um pedido de cooperação jurídica à Justiça dos EUA por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A decisão pela repatriação atendeu a um pedido feito também pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que, em maio de 2022, acolheu decisão da Justiça brasileira determinando a devolução da pedra.
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Esmeralda Bahia
Divulgação/AGU
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