Dino libera emendas de comissão apenas destinadas à Saúde


Apesar da liberação o ministro fez críticas: chamou a atenção pra falta de planejamento do executivo e do legislativo. Ministro do STF Flávio Dino
Reprodução
No último dia do ano, o ministro do STF Flávio Dino tomou uma nova decisão sobre as emendas parlamentares. Ele liberou emendas de comissão destinadas à Saúde, mas exigiu que o congresso aponte os nomes dos parlamentares responsáveis pelas indicações.
O ministro Flávio Dino atendeu a um pedido feito na segunda (30) pelo governo, para liberar as emendas parlamentares de comissão, empenhadas para a área da Saúde.
A Advocacia Geral da União alegou que sem os pagamentos, o governo não consegue cumprir o mínimo das despesas da área da Saúde, exigidos pela Constituição.
Apesar de permitir a liberação da verba, no despacho, o ministro Flávio Dino afirmou que:
“Vale realçar que esse fato mostra uma preocupante dependência de gastos vinculados a emendas parlamentares, que – por sua configuração atual – não se articulam com ações planejadas nas instâncias de direção do SUS. Ao contrário, tem prevalecido nas emendas o caráter fragmentário, inclusive sem levar em conta indicadores sanitários objetivos, além dos terríveis casos de improbidade já identificados ou ainda em investigação”.
LEIA TAMBÉM
Lula sanciona LDO 2025, mas veta trechos que blindavam emendas e ampliavam Fundo Partidário
Dino libera emendas destinadas à saúde para atingir piso constitucional e dá prazo para comissões informarem autores
Emendas de comissão: entenda o que o Congresso fez, e por que Dino mandou suspender
Dino também chamou a atenção pra falta de planejamento do executivo e do legislativo.
Disse que: “sem planejamento, conjugado com adequada vontade política e administrativa, a balbúrdia orçamentária – violadora da constituição federal – não terá fim”.
O ministro também exigiu que até 31 de março de 2025 todas essas emendas que foram empenhadas sejam aprovadas pelas comissões de Saúde da Câmara e do Senado e que os autores sejam indicados. Ele ressaltou que caso o prazo não seja cumprido, as emendas serão anuladas.
As emendas parlamentares liberadas são apenas para cumprir o piso constitucional da Saúde. Segundo o governo, cerca de R$ 370 milhões.
Todas as outras emendas de comissão, quase R$ 7 bilhões, foram anuladas, porque para o ministro Flávio Dino, não cumpriram regras de transparência e rastreabilidade.
Além da falta de transparência, Flávio Dino questiona o fato dessas emendas terem sido indicadas pelos líderes dos partidos sem passarem por votação em comissão.
Na decisão de terça (31), Flávio Dino esclareceu que: “qualquer empenho de “emenda de comissão” que esteja neles indicada, a princípio, é nulo, independentemente da data em que o empenho tenha ocorrido.”
Adicionar aos favoritos o Link permanente.