“Colisão com pássaro, arremetendo”, disse piloto antes de bater avião na Coreia do Sul

É a primeira vez que uma possível colisão com pássaros são mencionados no acidenteJUNG YEON-JE

O piloto do Boeing 737-800 da Jeju Air declarou emergência e emitiu avisos de “mayday” e de colisão com pássaros aos controladores de voo da Coreia do Sul minutos antes do avião se chocar contra um muro de concreto e explodir, neste sábado (29). Ao todo, 179 pessoas entre passageiros e tripulantes morreram no desastre.

Esta foi a primeira vez desde o acidente que há a confirmação de que a aeronave colidiu contra pássaros. O sinal de “Mayday” é um termo universalmente conhecido para comunicar situações de emergência.

Alerta de emergência

Às 8h59 (horário local), o piloto relatou uma colisão com aves, declara emergência com o chamado “Mayday, Mayday, Mayday (…) colisão com pássaros, colisão com pássaros, arremetendo”. Logo depois, o avião inicia a manobra de arremetida e solicita autorização para pousar na pista. Após tocar o solo no ponto de 1.200 metros de uma pista com 2.800 metros de extensão, a aeronave colidiu com um barranco após ultrapassar o final da pista.

A tripulação do voo havia declarado emergência após receber um alerta da torre de comando sobre o risco de colisão com pássaros. O piloto reportou a colisão com pássaros dois minutos depois de receber o alerta, segundo informações do Ministério dos Transportes sul-coreano.

A aeronave da Jeju Air levava 181 pessoas; 179 morreram e as outras duas sobreviveram. A aeronave partiu de Bangkok, na Tailândia, e sofreu o acidente por volta das 9h no horário local (21h de sábado, no Brasil) ao pousar em Muan, na Coreia do Sul.

Causas do acidente

No aviso à torre de comando do aeroporto, o piloto falou a palavra “mayday” três vezes, e “bird strike” (colisão com pássaros) duas vezes. O avião aterrissou com o trem de pouso recolhido, mas ainda não está claro se isso tem relação com a possível colisão com pássaros.

Uma aterrissagem “de barriga” (sem o trem de pouso acionado) e indícios de uma colisão com pássaros levantam questões ainda sem resposta sobre o que causou a explosão de um Boeing 737-800 da Jeju Air, na Coreia do Sul. A empresa não havia registrado acidentes fatais em mais de 10 anos.

Tanto o pouso com o trem recolhido quanto a colisão com pássaros são ocorrências comuns na aviação comercial mundial e, isoladamente, não costumam resultar em mortes.

Esses pontos também levantam questionamentos sobre as atitudes tomadas. Um avião cujo trem de pouso não abaixa normalmente joga combustível fora antes de tentar a aterrissagem —o que não ocorreu no voo da Jeju Air. Isso porque um avião com menos combustível fica menos propenso a explosões. E a colisão com pássaros não tem relação aparente com o não funcionamento do trem de pouso.

Alerta de colisão com pássaros

Em poucos minutos, o controle de tráfego aéreo emitiu um alerta de colisão com pássaros, a tripulação declarou emergência e tentou pousar, disseram as autoridades, embora ainda não esteja claro se a aeronave realmente colidiu com aves.

Especialistas consideram improvável que uma colisão com pássaros tenha causado o mau funcionamento do trem de pouso.

O modelo da Boeing envolvido no acidente, o 737-800, é um dos aviões mais utilizados no mundo, com um histórico geral de segurança sólido e desenvolvido bem antes da variante MAX, que esteve envolvida em uma recente crise de segurança da Boeing.

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