Corpo preso em caminhonete no rio Tocantins é retirado e outra vítima é localizada dentro de caminhão; número de mortos sobe para 10


Segundo a Marinha do Brasil, o outro corpo localizado em uma cabine de um caminhão inda não foi retirado do local. Sete pessoas seguem desaparecidas. Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Durante as busca às vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, realizadas na manhã deste domingo (29), mergulhadores retiraram do rio Tocantins o corpo preso em uma caminhonete, que havia sido localizado na última quinta-feira (26). Além disso, outro corpo foi localizado, em uma cabine de um caminhão, mas ainda não foi retirado do local. Com isso, sobe para 10 o número de mortos e sete pessoas seguem desaparecidas. A informação foi divulgada pela Marinha do Brasil, na tarde deste domingo.
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Ainda segundo a Marinha, no local das buscas, o órgão conta com 87 militares, além dos 20 militares que participam remotamente, em Belém (PA), do planejamento e da logística da operação. Os Corpos de Bombeiros Militares do Pará, Maranhão e Tocantins seguem apoiando a operação.
A Marinha também informou que está à disposição do cidadão para receber informações a respeito de qualquer situação que possa comprometer a salvaguarda da vida humana nas vias navegáveis ou que represente risco de poluição ambiental.
As informações podem ser enviadas por meio dos telefones:
Disque Emergências Marítimas e Fluviais – 185
Capitania dos Portos do Maranhão – 0800-098-8432 e (98) 2107- 0121
A ponte, na BR-226 que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou na tarde do último domingo (22). Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento aconteceu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão.
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Outras vítimas localizadas
Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu (PA);
Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;
Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza, de 45 anos, foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;
No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO);
Um homem de 36 anos, Jairo Silva Rodrigues, foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito;
Na quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos;
Na manhã de quinta-feira (26), mergulhadores localizaram mais dois corpos. Apenas um corpo conseguiu ser retirado da água, após ter sido encontrado por equipes de resgate boiando no rio no fim da sexta-feira (28). A vítima foi identificada como Elisangela Santos das Chagas, 50 anos.
Rosimarina da Silva Carvalho, 48 anos, encontrada na quinta (26).
Tanques com substâncias químicas estão intactos
Os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada na quinta-feira (26), pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor.
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Marinha do Brasil
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.
Retirada dos tanques
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Tanques com ácido sulfúrico e pesticidas agrícolas que caíram no rio Tocantins poderão ficar submersos por 15 ou até 30 dias. A informação foi divulgada durante uma sala de reunião de crise, nesta quinta-feira (26), que teve a presença de representantes do IBAMA, da Agência Nacional de Águas (ANA), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dentre outros órgãos federais e estaduais.
“É importante a gente manter o monitoramento e a cautela enquanto esse material estiver lá. Se ele [tanque] se romper ainda existe algum risco, que é pequeno, mas controlado. É preciso a gente atuar para eliminar totalmente o risco. (…) Se houver algum indício de vazamento, deve ser interrompido imediatamente o abastecimento de água”, afirmou Alan Vaz Lopes, superintendente Adjunto de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).
Situação de emergência
A Prefeitura de Estreito decretou situação de emergência no município por causa da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins. Nove pessoas morreram e oito pessoas seguem desaparecidas.
O decreto, assinado pelo prefeito Léo Cunha (PL), cita a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual, já que o município estaria com falta de recursos para atender várias demandas urgentes decorrentes da queda da ponte.
Além da localização e resgate dos corpos dos desaparecidos, o prefeito cita prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio Tocantins devido aos tanques de ácido sulfúrico e de pesticidas que caíram na água, com a queda da ponte.
O desabamento
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado (21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação (assista abaixo, na reportagem do Fantástico).
Veja o antes e depois da ponte que desabou entre Maranhão e Tocantins; FOTOS
Causa do desabamento
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
Ponte rodoviária desaba na divisa de Tocantins e Maranhão
“Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA”, diz o DNIT, em nota.
Rachadura na ponte
Um vereador de Aguiarnópolis (TO) filmava rachaduras na ponte no momento em que a estrutura começou a ceder. Assista abaixo:
Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda

Arte/g1

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