Capuccino, pingado, espresso: qual é o impacto da alta do café nas padarias de Ribeirão Preto?


Bebida já está até 46% mais cara em estabelecimentos da cidade, aponta levantamento da EPTV. Diante de eventos climáticos, em 2025 preços devem seguir em alta. Café acumula alta de 32% em 2024 e deve aumentar ainda mais em 2025
Diante dos impactos dos eventos climáticos nas lavouras, tomar café nas padarias de Ribeirão Preto (SP) já está até 46% mais caro este mês com relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com um levantamento feito pela EPTV, afiliada da TV Globo, com representantes de estabelecimentos da cidade.
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Essa variação é a maior encontrada entre as bebidas mais consumidas nesses locais, do espresso ao pingado, do capuccino ao café coado.

Um espresso, por exemplo, que antes custaria em média R$ 3,50, hoje já é cobrado por R$ 4,50. Um capuccino, que em dezembro de 2023, estava custando R$ 6,00, hoje já é encontrado por R$ 7,80. O café coado está saindo a R$ 2,20, R$ 0,70 a mais do que antes.
Os valores podem até oscilar de acordo com a concentração de café e da localização do estabelecimento, mas a elevação de preços é inevitável, segundo o economista Maurílio Benite, da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace).
“Normalmente o que o comerciante faz é repassar um preço médio para cada um dos itens, mas de maneira geral o aumento foi entre 20 e 45% em cada um desses itens”, diz.
Café já está mais caro nas padarias de Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
Isso porque eventos climáticos prejudicaram em larga escala as lavouras dos dois maiores países produtores de café do mundo, o Brasil e o Vietnã, o que impacta diretamente na oferta do grão diante de uma demanda crescente da bebida, uma das mais consumidas no mundo.
No interior de São Paulo, por exemplo, o acúmulo de incêndios no início do segundo semestre causou prejuízos a cafeicultores e produtores disseram que terão de replantar os cafezais, fazendo com que a colheita prevista para 2025 seja adiada para 2027, devido ao comprometimento do que estava no campo.
Com isso, no acumulado de 12 meses até novembro, o grão moído subiu 33%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Nos dois países nos tivemos problemas climáticos muito sérios, com seca, muito calor e chuva na hora errada. Então, não podemos dizer que houve uma quebra de safra, mas uma diminuição importante na produção dos dois países.”
Cafezal destruído pelo fogo em Pedregulho (SP)
Maurivan Rodrigues/ Arquivo pessoal
Com a perspectiva de aumento da temperatura global, a previsão para 2025 não é otimista, e o preço do café deve seguir em alta.
“O contexto das mudanças climáticas no planeta acaba sendo de fato o maior influenciador para agora 2024, 2025 nesses aumentos no preço do café e lembrando que esses aumentos são para o mundo inteiro. A produção no Brasil tem grande importância no preço global e a nossa safra diminuiu, ou seja, não há muito para onde correr”, afirma o economista.
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