PF abre investigação sobre desabamento de ponte entre Maranhão e Tocantins


Investigação vai apurar as causas do acidente que deixou ao menos quatro mortos e 13 desaparecidos no rio Tocantins. No domingo (22), oito veículos despencaram da ponte, entre eles três caminhões-tanque carregado com 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxico. A Polícia Federal (PF) informou na tarde desta terça-feira (24) que iniciou investigações para apurar as responsabilidades relacionadas à queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins.
O acidente ocorreu no final da tarde do último domingo (22), quando oito veículos, incluindo três caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, caíram no rio Tocantins. A tragédia resultou na morte de quatro pessoas, enquanto 13 continuam desaparecidas.
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As diligências preliminares serão conduzidas pelas Superintendências Regionais da Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins . Além disso, um procedimento de investigação foi instaurado, e policiais federais já estão no local para coletar dados e evidências sobre o caso. As equipes também avaliarão a necessidade de perícias multidisciplinares e identificarão demandas de equipamentos técnicos para aprofundar as investigações.
Para reforçar os trabalhos periciais, uma equipe composta por cinco peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC/DITEC) , incluindo dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente, será enviada ainda nesta terça-feira (24) para a Delegacia de Polícia Federal em Imperatriz.
A PF vai apurar as causas do acidente, além dos danos ambientais causados pelo desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Polícia Federal inicia investigações sobre desabamento de ponte entre Maranhão e Tocantins
Divulgação/ PF
O desabamento
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado (21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação (assista abaixo, na reportagem do Fantástico).
Ponte rodoviária desaba na divisa de Tocantins e Maranhão
Causa do desabamento
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
“Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA”, diz o DNIT, em nota.
Riscos ambientais
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Arte/g1
Segundo o Ibama, além do Maranhão e Tocantins, a água contaminada também pode chegar ao Pará. De acordo com as notas fiscais dos veículos que caíram no rio, as cargas de transporte eram de ácido sulfúrico e pesticidas.
Entre os pesticidas estavam o Carnadine, nocivo se ingerido, tóxico se inalado e capaz de causar irritação na pele e nos olhos; o Pique 240SL, também nocivo se ingerido, causador de irritação na pele e irritação grave nos olhos, além de perigoso para organismos aquáticos; e o Tactor, que, embora não seja classificado como produto perigoso, pode provocar a morte de organismos aquáticos.
A equipe técnica do Núcleo de Prevenção e Atendimento a Emergências Ambientais (NUPAEM), do Ibama, chegou ao local nessa segunda-feira (23) para vistoriar a área.
O órgão acompanha a operação de retirada das substâncias, que será realizada por empresas especializadas contratadas pelas transportadoras responsáveis.
Agência Nacional de Águas monitora contaminação por produtos químicos no Rio Tocantins
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) monitora a qualidade da água do rio Tocantins após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins, no domingo (22), que deixou quatro pessoas mortas e 13 desaparecidas, confirmadas até até o momento.
Durante o desabamento, vários veículos que transitavam caíram, incluindo duas carretas que transportavam substâncias químicas. Pelo menos oito veículos passavam pela ponte no momento do desastre. De acordo com a ANA, os caminhões transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas.
Como medida preventiva, foi recomendada a suspensão da captação de água para abastecimento público nas cidades localizadas a jusante do local do acidente, incluindo municípios do Maranhão e do Tocantins.
Os municípios do Tocantins e Maranhão em alerta são:
Maranhão
Porto Franco
Estreito
Campestre
Ribamar Fiquene
Governador Edson Lobão
Imperatriz
Cidelândia
Vila Nova dos Martírios
São Pedro da Água Branca
Tocantins
Aguiarnópolis
Maurilândia do Tocantins
Tocantinópolis
São Miguel do Tocantins
Praia Norte
Carrasco Bonito
Sampaio
Itaguatins
São Sebastião do Tocantins
Esperantina
A ANA, em parceira com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema), realizou coletas de amostras nessa segunda-feira (23). As amostras foram coletadas em cinco pontos do rio, desde a barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito até o município de Imperatriz, o qual fica a jusante (rio baixo) do ponto do desabamento.
A análise abrange parâmetros básicos e de maior complexidade da qualidade da água, com apoio técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb-SP), referência em análise de água no país.
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