Cetesb multa Sabesp em R$ 900 mil por vazamento de esgoto que provocou morte de peixes no Rio Paraíba do Sul


Segundo a Cetesb, a companhia de água Sabesp provocou poluição hídrica com o vazamento de esgoto no rio. O órgão afirma que o material alterou o padrão de oxigênio no Rio Paraíba e causou a morte de peixes em novembro. Peixes mortos no Rio Paraíba do Sul
Reprodução/TV Vanguarda
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou, nesta quarta-feira (18), que multou a companhia de água Sabesp em R$ 900 mil. O órgão alega que a Sabesp derramou esgoto no rio, o que provocou alteração no nível de oxigênio na água e causou a morte de peixes no Rio Paraíba do Sul.
Por meio de nota, a Cetesb afirmou que a investigação teve início em função da morte de peixes, que foi registrada entre os dias 18 e 28 de novembro, no Rio Paraíba do Sul, nos trechos do rio que cortam as cidades de São José dos Campos e Caçapava.
Durante análises, a Cetesb afirma que identificou “poluição hídrica decorrente do extravasamento de esgoto da Estação Elevatória de Esgotos Ressaca, e do lançamento de efluentes em desacordo com os padrões estabelecidos na legislação vigente”.
Ainda segundo a Cetesb, a carga despejada alterou o parâmetro de oxigênio dissolvido na água, o que provocou a morte dos peixes.
Diante disso, o órgão multou a Sabesp, da regional de São José dos Campos, em R$ 900 mil.
O g1 acionou a Sabesp, que enviou uma nota informando que “recebeu a autuação nesta terça-feira (17) e está verificando o ocorrido. No momento oportuno, a Companhia prestará as informações necessárias para a elucidação dos fatos”.
Peixes mortos no Rio Paraíba do Sul
Reprodução/TV Vanguarda
Morte de peixes
No dia 28 de novembro, a Cetesb afirmou que realizou uma vistoria no Rio Paraíba do Sul, em São José dos Campos, após relatos sobre o aparecimento de peixes mortos.
Segundo o órgão, a vistoria foi realizada no trecho do rio que passa pelo Urbanova, na Zona Oeste da cidade. Durante a vistoria, foram coletadas amostras para análise da água.
Na data, segundo a Cetesb, ainda não haviam sido encontrados indícios de despejos de material poluente pontual. As prefeituras e demais órgãos ambientais foram notificados pela Cetesb sobre a situação ainda em novembro.
Na época, por meio de nota, o Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS) manifestou “profunda preocupação diante dos recentes episódios de mortandade de peixes registrados no rio Paraíba do Sul, especialmente nos trechos de Caçapava e São José dos Campos”.
Segundo o comitê, o CBH-PS solicitou com urgência à CETESB na apuração das causas desses eventos.
O Comitê reafirmou o compromisso que tem “com a preservação da qualidade da água e a proteção da fauna aquática da bacia” e que estariam “acompanhando de perto as investigações e exigindo respostas rápidas e transparentes sobre o ocorrido”.
Órgãos ambientais investigam morte de peixes no Rio Paraíba
Ainda no final de novembro, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), um órgão federal, autorizou o aumento de vazão do Rio Paraíba do Sul após o aparecimento de diversos peixes mortos no trecho de São José dos Campos e Caçapava.
Principal afluente do Vale do Paraíba, o Rio Paraíba do Sul, que corta 24 cidades da região, estava registrando um número incomum de mortes de peixes na segunda quinzena de novembro.
Na data, uma equipe da TV Vanguarda foi ao local e constatou que diversos peixes continuavam mortos no rio, como, por exemplo, os da espécie Mandi, uma das mais comuns na região.
O Comitê de bacias hidrográficas do Rio Paraíba do Sul informou que a Agência Nacional de Água foi acionada e autorizou o aumento da vazão do rio. O objetivo era diluir a poluição mais rapidamente.
“O CBH-PS e o CEIVAP acionaram à ANA para o aumento da vazão no rio Paraíba do Sul, com o objetivo de promover a diluição da carga poluidora. A ANA, ciente do ocorrido, já autorizou a medida, enquanto a CETESB realiza a apuração dos fatos e conduz a investigação para identificar as causas do ocorrido”, informou o CBH-PS.
Após encontro de peixes mortos, Cetesb faz vistoria no Rio Paraíba do Sul, em São José dos Campos
Reprodução
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