Família de homem morto após tiro de PM em Orlândia diz que não foi procurada e cobra respostas


Wagner Atonai Da Cruz, de 41 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Caso aconteceu no dia 6 de dezembro. Wagner Atonai Da Cruz, de 41 anos, morreu após ser baleado durante abordagem policial em Orlândia, SP
Arquivo pessoal
Uma semana após a morte do administrador Wagner Atonai Da Cruz, de 41 anos, a família dele cobra respostas da polícia para o caso. Ele foi baleado no abdômen por um policial militar durante uma abordagem em Orlândia (SP) na noite de 6 de dezembro e morreu na manhã do dia 7.
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Ao g1, a tia dele, Jorgina de Lima Martins, disse que não foi procurada pelos policiais e descobriu pela ex-namorada de Wagner que ele tinha sido ferido.
“O que mais mata a gente é esta demora, estamos em uma angústia sem fim. A Polícia Militar não entrou em contato, nós ficamos sabendo que ele levou um tiro porque a ex-namorada ligou avisando e minha irmã e eu catamos um Uber e fomos até Orlândia”.
O caso aconteceu por volta das 23h, quando a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica próximo a um supermercado na Avenida Marginal Direita, no centro da cidade.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, a ex-namorada de Wagner chamou a polícia porque ele estaria a impedindo de ir embora.
Segundo os policiais, Wagner chegou a dizer que eles não o iriam impedir de agredir o namorado da ex. Durante a abordagem, ele levou um tiro no abdômen, disparado por um dos agentes.
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Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública disse, por meio de nota, que todas as circunstâncias dos fatos são apuradas pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas e Wagner foi encaminhado para um hospital. Ele morreu no dia seguinte.
A defesa da família disse ao g1 que fez requerimentos para ter acesso ao inquérito e às imagens das câmeras de segurança do entorno do supermercado, mas ainda não conseguiu o material.
Briga com ex e desentendimento com a polícia
Segundo o boletim de ocorrência, a PM foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica nas proximidades de um supermercado em Orlândia.
À polícia, a ex-namorada de Wagner disse que ele estaria inconformado com o término do relacionamento e a impedia de deixar o local. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, policiais ajudaram a mulher a ir embora e, na sequência, passaram a abordar Wagner.
Eles também disseram que o homem demonstrava comportamento agressivo e teria tentado agredir um dos agentes, que utilizou uma arma de choque para afastá-lo. Wagner retirou os dardos que o atingiram e, ainda segundo os policiais, em seguida teria colocado as mãos na cintura.
Neste momento, então, a PM pediu para que ele levantasse as mãos e não se aproximasse. Como ele não teria obedecido, um dos policiais sacou a arma e atirou. O disparo atingiu o abdômen de Wagner.
Morte completa 7 dias neste sábado
Neste sábado (14), a morte de Wagner completou sete dias e Jorgina, que além de tia é mãe de criação dele, diz que tenta sobreviver.
“Ele era um filho maravilhoso, uma pessoa boa. A gente quer que a justiça seja feita. O segurança da noite [que fazia vigia no supermercado] viu tudo, a gente quer saber o que aconteceu”.
O corpo de Wagner foi velado e enterrado em São Joaquim da Barra (SP), onde vive a família, no domingo (8).
Wagner Atonai da Cruz, de 41 anos, morreu após ser baleado durante abordagem policial em Orlândia, SP
Arquivo pessoal
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