Ministério Público do DF recorre da absolvição de Geddel em acusação de obstrução de Justiça


Ex-ministro foi absolvido na semana passada por falta de provas; ele era acusado de ter ameaçado esposa de Lúcio Funaro. MP diz que há provas e que houve tentativa de impedir delação do doleiro. O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA)
Reprodução/TV Globo
O Ministério Público Federal do Distrito Federal recorreu nesta terça-feira (10) da absolvição do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) na acusação de obstrução de Justiça.
Na semana passada, o juiz Vallisney de Souza, da Justiça Federal de Brasília, absolveu Geddel por falta de provas. Ele considerou que a acusação de ameaça à mulher do doleiro Lúcio Funaro, delator da Lava Jato, para evitar uma delação premiada não se confirmou porque ela própria em depoimento negou o fato.
Em julho do ano passado, o ex-ministro da Secretaria de Governo chegou a ser preso, por decisão de Vallisney de Souza, em razão das suspeitas de que atrapalhava o andamento das investigações da Operação Cui Bono, mas foi solto dias depois.
Atualmente ele está preso em razão de outro processo, no qual virou réu em maio deste ano no caso de malas de dinheiro apreendidas em Salvador com R$ 51 milhões.
Argumentos do recurso
O recurso, que pede que Geddel seja condenado a uma pena de sete anos de prisão por obstrução de Justiça, será julgado pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) em data ainda não definida.
No documento, o MP aponta que há provas da tentativa de constranger Lúcio Funaro para evitar uma delação premiada envolvendo integrantes do MDB.
Segundo o recurso, não foi dito que houve ameaça, mas sim tentativa de impedir a colaboração – informação confirmada pelo próprio Funaro em delação validada pelo Supremo Tribunal Federal.
“Deixar de condenar Geddel por esse ato de embaraço é reconhecer que o Estado considera irrelevante as condutas por ele praticadas, um claro e indesejado incentivo a sua ocorrência, por parte do denunciado, de seus comparsas da organização criminosa”, afirma o recurso assinado pelos procuradores Anselmo Lopes e Sara Leite.
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