Médica e PMs: saiba quem são os suspeitos de tentar matar fisioterapeuta a tiros


Investigação da Polícia Civil aponta médica como mandante do atentado contra o ex-marido, com quem tinha um relacionamento conturbado. Três policiais militares e o pai da médica teriam participado do crime e são investigados. Médica e PMs são investigados suspeitos de tentativa de homicídio contra fisioterapeuta
A médica suspeita de envolvimento no atentado contra um fisioterapeuta, em Palmas, é concursada do estado e trabalha no Hospital Geral de Palmas (HGP). Segundo a Polícia Civil, ela supostamente teria contratado três policiais militares para matar o ex-marido, após um divórcio conturbado. Os quatro foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (12).
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
De acordo com o inquérito policial, a médica é Melissa Isabelle Alves de Lima, de 44 anos. O pai dela, Sebastião Alves de Lima Filho, de 78 anos, também é suspeito de participação e estava entre os alvos da operação.
Policiais civis fizeram buscas em endereços da médica e do pai dela, e também nos endereços dos PMs Ary Neres de Morais, de 39 anos, Jack Andreson Almeida Leite, de 40 anos, e Danillo Carvalho Solino de França, de 30 anos.
Investigações ligam o grupo a tentativa de assassinato registrada no dia 16 de abril de 2020, no setor Aureny III. O crime aconteceu quando o fisioterapeuta saiu para o intervalo de trabalho, acompanhado de uma colega, por volta das 16h.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) disse que a médica segue trabalhando no HGP, e que não foi notificada da ação e aguarda a manifestação dos órgãos competentes para tomar as medidas cabíveis (veja íntegra ao final da reportagem).
O advogado Kaique Fraz, que representa a médica Melissa e o pai dela, disse que não teve acesso ao teor das investigações e está esclarecendo às alegações junto com os clientes. Disse ainda que os autos estão resguardados pelo sigilo judicial, e por isso não poderia dar mais detalhes sobre o caso.
O advogado Paulo Roberto, que se identificou como advogado dos policiais militares, disse, por telefone, que não tomou conhecimento das acusações e deve se pronunciar assim que obtiver acesso ao inquérito e aos detalhes da investigação.
A Polícia Militar informou que tomou conhecimento da investigação e ressaltou que vai colaborar com as apurações no âmbito da polícia judiciária. A corregedoria da instituição abrirá procedimentos administrativos para apuração dos fatos (veja íntegra ao final da reportagem).
Médica e policiais militares são suspeitos de tentar matar fisioterapeuta em Palmas
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
LEIA MAIS
Médica e policiais militares suspeitos de tentar matar fisioterapeuta a tiros são alvos de operação
Fisioterapeuta é baleado na porta da clínica em que trabalha na região sul de Palmas
Investigação aponta suposta participação dos suspeitos:
Melissa Isabelle Alves de Lima
A médica tinha uma relação conturbada com o ex-marido, de quem se divorciou em 2019. Após a separação, Melissa supostamente passou a ter um comportamento agressivo e a perseguir a vítima. Segundo a polícia, ela fez várias denúncias caluniando o ex com denúncias de atos ilícitos e maus tratos contra os filhos. Havia, inclusive, medidas judiciais que proibiam a aproximação entre eles.
Registros de localização indicam que ela estava perto do local do crime, mesmo não tendo nenhuma relação com a região. Após o atentando, a médica ainda foi ao HGP buscar informações sobre a vítima.
Ary Neres de Morais
Suposto proprietário do carro que foi visto fugindo do local do crime e que teria sido usado pelos atiradores. Na época ele era cabo da PM, lotado no Batalhão de Choque (BPCHOQUE).
A polícia chegou a cumprir um mandado de busca e apreensão para o veículo no dia 3 de junho de 2020, mas o carro não foi encontrado. O investigado relatou que havia se desfeito dele no mês anterior, vendendo peças e partes do veículo para várias pessoas.
Jack Andreson Almeida Leite
Teria sido contratado como um segurança da médica. A investigação aponta que Jack realizou uma consulta sobre o nome da vítima no sistema da polícia em março de 2020, demonstrando que teria monitorado o fisioterapeuta. Conforme o inquérito, o PM foi visto ao lado da médica em fotos publicadas nas redes sociais.
Danillo Carvalho Solino de França
Também é apontado como um dos possíveis seguranças da médica. Imagens de câmeras de monitoramento registraram um veículo, da mesma marca e modelo que Danillo tinha na época do crime, em frente à entrada do pronto socorro do HGP na noite do atentado. Ele estaria acompanhando Melissa na tentativa de buscar informações sobre o estado de saúde da vítima.
Sebastião Alves de Lima Filho
Ele é pai da médica. Dois telefones registrados no nome dele também estiveram nas proximidades do local do crime no mesmo dia e hora, segundo a investigação. Sebastião seria dono de dois rifles calibre 22, sem registro. Mesmo calibre usado no crime.
Relembre o crime
O fisioterapeuta trabalhava no Centro de Referência em Fisioterapia da Região Sul de Palmas (Crefisul), e foi baleado durante o intervalo de trabalho. Testemunhas informaram para a Polícia Militar que os disparos foram feitos por dois homens em um carro modelo Gol de cor branca.
Testemunhas também afirmaram ter visto homens em um carro branco fazendo uma espécie de campana, do outro lado da rua do trabalho da vítima, e que não houve tentativa de assalto.
O homem foi atingido por seis dos nove tiros disparados contra ele, mas conseguiu caminhar, voltar para o trabalho e pedir socorro. Ele foi levado para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Geral de Palmas (HGP) e sobreviveu.
O fisioterapeuta ficou internado no HGP por duas semanas e precisou ser hospitalizado novamente uma semana depois, por complicações médicas. Por medo de atentarem novamente contra a sua vida, ele mudou de estado para dar continuidade ao tratamento.
Íntegra da nota da Polícia Militar
A Polícia Militar do Tocantins informa que tomou conhecimento sobre os mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Civil nos endereços de três policiais militares. Por se tratar, em tese, de fatos que não tem correlação com atividade policial militar, as investigações são de competência da Polícia Civil.
Ressaltamos que a Polícia Militar irá colaborar com as apurações no âmbito da polícia judiciária e a corregedoria da instituição abrirá procedimentos administrativos para apuração dos fatos.
A Polícia Militar repudia veementemente qualquer conduta que contrarie os princípios da legalidade, da ética e da moralidade e reafirma o compromisso com a apuração rigorosa conforme a lei.
Íntegra da Secretaria de Estado da Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que não foi notificada da ação e aguarda a manifestação dos órgãos competentes para tomar as medidas cabíveis.
A SES-TO destaca que enquanto isso, a médica, que é servidora efetiva da Pasta, segue trabalhando no Hospital Geral de Palmas (HGP), onde não há reclamações sobre sua conduta profissional.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.