Trump diz que uso de mísseis de longo alcance americanos pela Ucrânia contra a Rússia ‘não deveria ser permitido’


Republicano criticou Ucrânia por lançar mísseis no território russo em entrevista à revista ‘Time’. Presidente Joe Biden autorizou em novembro o uso de mísseis ATACMS, fornecidos pelos EUA, pelos ucranianos. Míssil americano ATACMS em lançamento teste pelo Exército dos EUA em dezembro de 2021.
John Hamilton/U.S. Army via AP, File
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, criticou o uso de mísseis fornecidos pelos EUA pela Ucrânia em ataques profundos em território russo, em entrevista à revista Time publicada nesta quinta-feira, sugerindo que ele pretende alterar a política dos EUA em relação à Ucrânia.
“É uma loucura o que está acontecendo. É uma loucura. Discordo veementemente de enviar mísseis a centenas de milhas para dentro da Rússia. Por que estamos fazendo isso? Estamos apenas escalando esta guerra e piorando tudo. Isso não deveria ter sido permitido,” disse Trump em entrevista que coincidiu com sua nomeação como Pessoa do Ano pela Time.
No mês passado, o presidente Joe Biden suspendeu a proibição dos EUA de que a Ucrânia utilizasse mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA para ataques profundos na Rússia, sua mais recente tentativa de fortalecer Kiev na luta para repelir a força de invasão russa de seu país.
A autorização de países ocidentais para uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia para atacar território russo era considerado um tabu na guerra, por poder representar uma escalada sem volta.
A decisão veio após pedidos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A Casa Branca citou o envio de 15.000 soldados norte-coreanos pela Rússia para a linha de frente como o principal motivo para a mudança de posição de Biden.
Trump afirmou que gostaria de encerrar rapidamente a guerra, que já dura quase três anos. Ele disse à Time que tem um “plano muito bom” para ajudar, mas que, se revelá-lo agora, “se torna quase um plano inútil.”
Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, reuniu-se no último fim de semana com Zelensky e o presidente francês Emmanuel Macron em Paris.
Ele afirmou à Time que o número de pessoas morrendo no conflito não é sustentável.
“Estou falando de ambos os lados. É realmente vantajoso para ambos os lados resolver isso,” declarou.
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