Pai e madrasta que deixaram bebê em estado vegetativo são condenados no AM; penas chegam a 76 anos


Sentença foi divulgada, na noite da quarta-feira (11), após um julgamento de quase 30 horas no Tribunal de Justiça do Amazonas Julgamento durou cerca de 30H no Tribunal do Jurí
Raphael Alves/Tjam
O casal Beatriz Rodrigues Matos, de 29 anos, e Clayton Augusto Souza do Carmo, de 34 anos, foi condenado pelos maus-tratos cometidos contra o bebê Davi Lucas, em 2022, em Manaus. Eles são, respectivamente, madrasta e pai da criança. A sentença foi divulgada na noite da quarta-feira (11), após um julgamento de quase 30 horas no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), localizado na Zona Centro-Sul de Manaus.
Somadas, as penas do casal ultrapassaram os 76 anos de prisão. Clayton, pai da criança, foi condenado a 14 anos de reclusão, enquanto Beatriz Rodrigues, madrasta de Davi, recebeu uma sentença de 62 anos.
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O casal foi denunciado pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) por tentativa de homicídio e de tortura contra a criança. Davi Lucas, que atualmente tem 6 anos, vive sob cuidados médicos, após uma desfalecimento no hospital devido a retirada de uma tampa de pasta de dente das suas vias respiratórias. O episódio aconteceu quando a criança estava zinha com a madrasta.
Os réus estavam presentes no plenário durante o julgamento do da 3ª Vara do Tribunal do Júri. Eles já cumpriam prisão preventiva de abril de 2024. Devido a condenação, a magistrado que presidiu a sessão determinou o cumprimento imediato da pena em regime fechado.
Por meio das redes socias a mãe da criança Fábila Moraes relatou que recebeu a decisão da justiça com bastante emoção, e classificou a decisão como justiça para ela e o filho.
“Nosso Deus é justo, voltamos para casa com a bandeira da justiça. A justiça foi feita por Davi e Moisés.agradecer a todas as pessoas que estão comigo desde o início nesse caso. Gratidão e que Deus abençoe a todos. Toda honra e glória seja dada ao Nosso Deus! Deus é Fiel”, disse.
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Relembre o caso
Em maio de 2022, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) recebeu um Boletim de Ocorrência (BO) relatando que Davi Lucas havia sofrido maus-tratos após passar um fim de semana na casa do pai.
Em 3 de junho, mesmo com as investigações em andamento, a criança passou novamente o fim de semana com o pai. Durante a estadia, engoliu uma moeda, expelida com muito sangue, e foi levado a um pronto-socorro, mas o pai não informou a mãe sobre o ocorrido e a criança não foi devolvida na data marcada.
Alguns dias depois, Davi desfaleceu devido a uma parada cardiorrespiratória, e a madrasta informou que ele havia caído e estava roxo sem respirar.
Em 14 de junho de 2022, um novo BO foi registrado, informando que, no momento do desfalecimento, a criança estava sozinha com a madrasta e que uma tampa de pasta de dente foi retirada de suas vias respiratórias.
Além disso, o corpo da criança apresentava vários hematomas. O irmão de Davi relatou à polícia que presenciou agressões da madrasta contra ele e contra a vítima.
Em 22 de setembro de 2023, a Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva do casal, Clayton Augusto e Beatriz Souza, a pedido da Polícia Civil. Durante a Operação Acalento, em 11 de abril de 2024, o casal foi preso em Iranduba.
Julgamento do ‘Caso Davi’ é realizado em Manaus
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