STJ nega habeas corpus a torcedor do Atlético suspeito de espancar flamenguista; vítima teve traumatismo craniano


Em decisão, ministro Herman Benjamin listou série de motivos para indeferir pedido da defesa do réu. Ao todo, três atleticanos foram presos preventivamente pelo crime de lesão corporal grave. Torcedor do Flamengo fica desacordado após receber um chute no rosto
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negou um habeas corpus a um dos três torcedores do Atlético-MG suspeitos de espancar um flamenguista, no último 10 de novembro, após a final da Copa do Brasil. As agressões ocorreram no bairro Dona Clara, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Testemunhas filmaram o momento em que Richard Bastani, de 50 anos, foi agredido pelo trio e, ao tentar se levantar do chão, levou um chute no rosto, caiu novamente e ficou desacordado (veja vídeo acima). Segundo o Hospital Risoleta Neves, a vítima sofreu traumatismo craniano, lesão no olho e várias fraturas.
Richard Bastani estava com a filha comemorando a vitória do time quando foi agredido
Reprodução/TV Globo
Em decisão publicada na última quinta-feira (21), o ministro Herman Benjamin listou uma série de motivos para indeferir o pedido da defesa de Felipe Messeder Ferreira. Ele citou, por exemplo, que o caso ainda não foi julgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o que inviabilizaria a análise da instância superior.
Além disso, o jurista argumentou que o atleticano responde por uma agressão grave, “com evidências claras”, justificando a necessidade de mantê-lo preso para garantir a ordem pública.
O g1 tenta contato com os advogados do réu para um posicionamento.
Prisão preventiva
Felipe Messeder Ferreira, de 37 anos, Guilherme Henrique Silva Mascarenhas, de 32, e Tiago Paim Santos, de 35, foram presos, no último 11 de novembro, pelo crime de lesão corporal de natureza grave contra Richard Bastani. O torcedor do Flamengo tinha ido a um bar com a filha para comemorar a vitória do time.
“Cheguei, entrei no bar, tomei uma copada. Virei para ver o que estava acontecendo e tomei uma pancada no rosto. Eu não tive reação, não tive o que fazer”, contou a vítima à TV Globo.
No dia seguinte, os três suspeitos tiveram a prisão convertida para preventiva — quando não há previsão para expirar.
“A gravidade concreta dos fatos no qual a vítima, Richard Bastani, trajando uma camisa do time de futebol Flamengo, teria chegado ao local dos fatos com sua filha e genro, procurando por uma mesa para se assentarem, momento em que teria sido atingida por um líquido em um copo arremessado pelo autuado Felipe e, em seguida, veio a ser espancada pelos autuados, os quais trajavam uma camisa do Clube Atlético Mineiro. (…) Tudo isso a corroborar a necessidade da conversão da prisão em flagrante em preventiva, para a garantia da ordem pública”, determinou a juíza Juliana Miranda Pagano, da Central de Audiência de Custódia (Ceac) de Belo Horizonte.
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Confrontos na final da Copa do Brasil
Segundo a Polícia Militar, no domingo (10) da final, foram registradas, pelo menos, 14 ocorrências de confronto entre torcedores atleticanos e flamenguistas. De acordo com o governo do estado, 12 pessoas foram presas.
Houve também conflitos no estádio. Em alguns, foi necessário uso da força policial com balas de borracha e spray de pimenta.
Em função dos acontecimentos, o Atlético-MG foi punido, provisoriamente, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (SJTD), com a interdição da Arena MRV.
Em nota, o governo de Minas informou que requisitou as imagens do circuito de segurança do estádio para identificar e punir os responsáveis. A delegacia de Eventos e Proteção ao Turista (Depatur) está responsável pelas investigações.
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