NASA avista “guitarra lança-chamas” se movendo pelo espaço; veja o vídeo

Nebulosa ‘guitarra’ foi vista por telescópioReprodução Nasa

Uma estrutura cósmica com aparência lembrando uma guitarra flamejante foi recentemente capturada por astrônomos usando os telescópios Chandra e Hubble, da NASA (National American Space Agency). O fenômeno, que vem intrigando os cientistas, revela um pulsar, ou seja, uma estrela de nêutrons que, após o colapso de uma estrela massiva, emite um filamento de partículas e radiação de alta energia que lembra uma chama saindo da ponta de uma guitarra.

A nova captura, que inclui dados do Observatório de Raios-X Chandra (em vermelho) e do Telescópio Palomar (em azul), mostra uma estrutura no espaço que se estende por impressionantes dois anos-luz.

Esse filamento de raios-X é impulsionado por um pulsar conhecido como PSR B2224+65, localizado na Nebulosa Guitarra, assim chamada pela sua semelhança com um instrumento musical. Astrônomos explicam que a formação dessa “guitarra cósmica” ocorre devido a partículas energéticas que são ejetadas do pulsar, criando bolhas que se expandem à medida que o pulsar se move através de regiões com diferentes densidades de gás no espaço.

O pulsar, uma estrela de nêutrons que gira rapidamente, fica localizado na “ponta” dessa formação, sendo responsável pela emissão de um filamento de partículas e raios-X que seguem a linha de campo magnético. Este processo é resultado de dois fatores extremos: a rotação rápida do pulsar e os intensos campos magnéticos gerados, que aceleram partículas a altas energias e criam matéria e antimatéria. De forma inversa à famosa equação de Einstein, E = mc², que descreve a conversão de massa em energia, neste caso, a energia está sendo convertida em massa para gerar as partículas.

“Guitarra Flamejante”

O comportamento do pulsar e suas interações com o ambiente ao seu redor geram fenômenos que têm sido observados e analisados pelos cientistas ao longo do tempo. A partir das imagens e vídeos produzidos, foi possível identificar que as partículas energéticas escapam do confinamento da Nebulosa Guitarra quando colidem com regiões mais densas de gás. Esse movimento gera uma espécie de “maçarico cósmico”, uma linha de luz intensa que se estende para a direita do pulsar, formando o filamento de raios-X.

Além disso, o estudo mostrou que as bolhas na nebulosa de hidrogênio, que formam a contornada “guitarra”, também estão ligadas à quantidade de partículas que escapam do pulsar. Isso explica as variações no brilho do filamento, criando o efeito de uma chama pulsante, semelhante ao disparo de um maçarico.

A Nebulosa Guitarra é um exemplo de como os pulsars podem influenciar o meio interestelar ao seu redor, injetando elétrons e pósitrons no espaço. Com isso, os cientistas conseguem estudar a dinâmica das partículas, fornecendo novos insights sobre como o universo funciona em níveis subatômicos.

 Com base nessas observações, os astrônomos agora têm uma ferramenta para entender o comportamento dos pulsars e o impacto que esses fenômenos podem ter nas regiões interestelares. A pesquisa dessas estruturas energéticas ajuda não apenas a ampliar nosso conhecimento sobre as estrelas de nêutrons, mas também sobre a física que rege o cosmos em níveis de energia tão elevados.

Essas descobertas são apenas possíveis devido ao avanço das tecnologias de observação espacial. O uso combinado do telescópio Chandra, especializado em raios-X, e do Hubble, conhecido por suas imagens em alta definição do espaço em luz visível, tem permitido aos cientistas uma análise mais aprofundada e uma visualização inédita desses fenômenos cósmicos. O estudo foi publicado na The Astrophysical Journal e promete trazer mais informações sobre os pulsars e o comportamento das partículas cósmicas.

Um artigo descrevendo esses resultados foi publicado na The Astrophysical Journal e pode ser acessado aqui.

Vídeo

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