PMs presos em operação contra grupo que movimentou R$ 140 milhões ilegalmente receberam carros e dinheiro para não localizar drogas, diz MP


Policiais presos atuam no batalhão da PM de Toledo. Organização movimentou R$ 140 milhões, segundo Gaeco. PM diz que coopera com investigação do caso e que instaurou processo administrativo. Dois policiais militares são presos suspeitos de protegerem criminosos
Os policiais militares presos nesta terça-feira (20) em operação que investiga movimentação de mais de R$ 140 milhões com transporte de drogas e painéis solares roubados, receberam carros e dinheiro para não localizar drogas, afirmou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP-PR). Assista vídeo acima.
“Eles surgiram já no final das investigações e teriam recebido veículos e dinheiro provenientes desse grupo criminoso para que deixassem de realizar diligências no sentido de localizar cargas de entorpecentes, porque o grupo costumava juntar grande quantidade para então haver esse transporte”, afirmou a promotora do Geco, Juliana Stofella.
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Segundo o Gaeco, o grupo investigado movimentou mais de R$ 140 milhões entre créditos e débitos, entre janeiro de 2020 e agosto de 2023. Veja outros detalhes da investigação mais abaixo.
Conforme o MP, os policiais presos nesta terça (20) atuam no Batalhão da Polícia Militar de Toledo, no oeste do Paraná. Os nomes não foram divulgados, nem os supostos valores recebidos no esquema.
Dinheiro apreendido em operação que investiga movimentação milionária com transporte de drogas e painéis solares roubados
Gaeco-PR/Cascavel
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O que diz a PM
Em nota, a PM informou que a prisão dos policiais foi feita pela Corregedoria-Geral da PM do Paraná e que a instituição está cooperando com a investigação do caso.
A PM disse ainda que “reitera seu compromisso inabalável com a lei, a ordem e a ética, e repudia veementemente qualquer comportamento contrário a esses princípios” e que as ações ilegais cometidas pelos militares estaduais não refletem nos “valores e o profissionalismo da corporação”.
A instituição disse ainda que irá apurar “com rigidez e transparência” a conduta dos investigados com instauração de processo administrativo, na forma da lei em vigor.
A operação
2 PMs são presos em operação contra grupo suspeito de movimentação milionária de drogas e painéis solares roubados
Gaeco-PR/Cascavel
Os policiais militares presos nesta terça-feira (20) em operação que apura transporte de drogas e painéis solares roubados receberam carros e dinheiro para não localizar cargas de drogas, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP-PR).
A operação cumpriu nesta terça (20) outros cinco mandados de prisão, um dos alvos está foragido. Também foram cumpridos outros 43 mandados de busca e apreensão em Toledo, Cascavel, Medianeira e em Várzea Grande, no estado do Mato Grosso.
Sete veículos, que podem ter sido usados no transporte de ilícitos ou como parte do pagamento, foram apreendidos, além de valores dinheiro em uma empresa em Toledo e outra em Medianeira. Até o momento, os valores em dinheiro apreendidos somam mais de R$ 50 mil.
As ordens judiciais são cumpridas com apoio de policiais de outros núcleos do Gaeco do Paraná e do Mato Grosso, bem como de equipes de policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), do 6º Batalhão de Polícia Militar de Cascavel e da Corregedoria da Polícia Militar.
Investigação
Dinheiro apreendido em operação que investiga movimentação milionária com transporte de drogas e painéis solares roubados
Gaeco-PR/Cascavel
A operação desta terça (20), chamada de ‘Operação Pôr do Sol’, foi deflagrada após investigações do Gaeco de Cascavel iniciada em 2022 após recebimento de uma denúncia de que o grupo criminoso teria recebido uma carga de painéis solares roubados em Minas Gerais.
Para “disfarçar” a origem dos valores obtidos de forma ilícita, o grupo utilizava contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas para a realização de diversas transferências até que chegassem aos lideres do grupo.
No decorrer das investigações, foram apreendidas mais de oito toneladas de maconha que o grupo transportava para outros estados, sendo um dos principais destinos, o estado do Rio de Janeiro.
Dois integrantes do grupo criminoso foram presos em flagrante no final de 2022 e início de 2023.
A base da organização ficava em Toledo, segundo o Gaeco e girava em torno e uma família que mora na cidade.
A operação desta terça tem por objetivo a “obtenção de documentos que serão analisados em conjunto com provas já produzidas a partir de medidas cautelares deferidas pela Vara Criminal da Comarca de Toledo, sequestros de bens imóveis, apreensão de veículos e bloqueio de ativos financeiros”, afirmou o Gaeco.
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