Familiares e amigos se despedem do empresário Abílio Diniz


Empresário morreu, aos 87 anos, de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Familiares e amigos se despedem do empresário Abílio Diniz
Jornal Nacional/Reprodução
Parentes e amigos se despediram nesta segunda-feira (19), em São Paulo, do empresário Abílio Diniz.
Acostumado a dizer que para ser jovem qualquer idade serve, não é difícil imaginar que se não fosse a recuperação de duas cirurgias no joelho, ele poderia ter feito o que amava: esquiar.
“Olha, neve caindo, caindo em cima da gente, no meu rosto. Adoro isso”, disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.
Essa foi a última vez que Abílio Diniz falou pelas redes sociais. Estava internado em São Paulo e morreu neste domingo (18), aos 87 anos. Nos últimos 19 anos, Abílio foi casado com Geyze Diniz, que escreveu:
“Me sinto em paz e tenho muita fé em Deus, acreditando que era o seu momento de fazer sua passagem.”
O local escolhido para a despedida foi a casa do time do coração de Abílio Diniz: o estádio do São Paulo. Mais do que um apaixonado por futebol, ele será lembrado como um grande incentivador da prática de esportes, quando demonstrava ter disciplina e determinação.
Atletas, empresários e políticos estiveram no velório. Entre os presentes, José Roberto Marinho, vice-presidente do conselho de administração do Grupo Globo.
O operador de loja Marcos Garcia não se esquece dos ensinamentos do antigo chefe.
“Garra e determinação, humildade e fé em Deus, foi o que mais aprendi com ele”, conta Marcos.
Antes de ir ao velório, o vice-presidente Geraldo Alckmin falou sobre a perda:
“Sempre com boas causas, boas propostas, preocupado com o desenvolvimento brasileiro e eu até o chamava de dr. Abílio, porque ele tem livro sobre saúde, era muito dedicado a questão da saúde.”
O presidente Lula publicou em uma rede social:
“Tive o prazer de ser seu amigo e conversar muitas vezes com ele sobre os rumos do nosso país. Envio meu abraço e meus sentimentos de solidariedade aos filhos, familiares, amigos e admiradores.”
A história de um maiores líderes empresariais do país nasceu nos fundos de uma mercearia e se construiu da doceria da família à consolidação do Grupo Pão de Açúcar. O primeiro supermercado abriu em 1959. Foi uma vida profissional marcada por pioneirismos, conquistas nos negócios e no esporte.
Enfrentou crises econômicas e, em 1989, sofreu um sequestro. Na década seguinte, abriu o capital do Pão de Açúcar e depois que deixou o grupo, ainda comandou a BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, e fez parte de conselhos de multinacionais.
“O que acho que foi importante foi a minha capacidade de reinvenção. Minha capacidade de sair de um ponto para ir para outro, de reinventar o Abílio outra vez”, disse ele.
Abílio Diniz morreu de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Um ano e meio antes perdeu o filho João Paulo, vítima de um infarto.
Abílio deixa cinco filhos, netos, bisnetos e amigos como Caio Mattar. Foram 45 anos de convivência intensa. Estavam juntos na última viagem aos Estados Unidos.
“Acho que foi até uma despedida e a gente conversou bastante. Era um cara sensacional, vai ser difícil ter uma pessoa igual a ele e que faça tudo sem compromisso e sem querer nada de volta. E eu nunca imaginei que esse dia fosse chegar como chegou hoje. A gente sempre acha que ele era imortal”, conta Mattar.
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