Viúva de Alexei Navalny acusa Vladimir Putin de tê-lo assassinado


A família do líder oposicionista russo não teve acesso ao corpo e o resultado oficial da causa da morte só deve sair em duas semanas. A viúva de Alexei Navalny acusou o presidente russo Vladimir Putin de assassinar o marido dela.
A Rússia viveu um fim de semana de choque e protestos depois da morte do opositor ao governo de Vladimir Putin, Alexei Navalny. A polícia prendeu de 300 a 400 pessoas em 39 cidades do país.
Polícia prendeu de 300 a 400 pessoas em 39 cidades da Rússia desde a morte de Alexei Navalny
JN
O paradeiro do corpo do ativista, que morreu na sexta-feira (16) em uma prisão no Círculo Polar Ártico, ainda é desconhecido. Lyudmila Navalnaya, mãe de Alexei Navalny, foi impedida de entrar no necrotério de Salekhard, para onde o corpo teria sido levado.
Os investigadores russos ainda não determinaram a causa da morte. A versão oficial é de que Navalny teria morrido de “síndrome de morte súbita”, um termo vago para diferentes problemas cardíacos. Um aliado de Navalny disse ter ouvido de um dos investigadores do governo que o resultado sairia em duas semanas.
A viúva Yulia Navalnaya publicou, nesta segunda-feira (19), um vídeo em que acusou o presidente Vladimir Putin, não somente de matar Alexei Navalny, mas de tentar também eliminar a esperança, a liberdade e o futuro do povo russo.
“Vladimir Putin matou o meu marido e, ao matar Alexei, Putin matou metade de mim, metade do meu coração e da minha alma. Mas ainda tenho a outra metade, e isso me diz que não posso desistir”, disse ela – e prometeu seguir a luta de Alexei Navalny por um país cheio de dignidade, justiça e amor.
Yulia Navalnaya
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Navalny mantinha uma fundação para combater a corrupção na Rússia; o dinheiro vinha de doações. Em 2021, o governo declarou a organização como terrorista e a baniu do país. A maioria dos integrantes hoje está no exílio.
À tarde, Yulia chegou a Bruxelas, onde participou da reunião de ministros de Relações Exteriores da União Europeia. Encontrou-se nesta segunda com o presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel, e com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.
A União Europeia estuda impor novas sanções à Rússia pela morte do opositor de Putin. O Kremlin voltou a negar envolvimento e declarou que considera as acusações inaceitáveis.
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