Cultivo de grãos exige cuidados especiais no verão para otimizar produtividade; entenda


Rotação de culturas e Plantio Direto estão entre as estratégias que tendem a beneficiar a produção dos principais grãos plantados nessa época do ano. Colheita da soja, o carro-chefe das culturas de verão nos Campos Gerais
Jaelson Lucas/Arquivo AEN
A soja, o milho e o feijão representam os principais grãos produzidos no verão. Como o que essencialmente movimenta a escolha da cultura a ser cultivada é o preço, o mercado tende a orientar o produtor sobre o que plantar.
Outro critério usado pelos produtores é a rotação de culturas, que, além de incrementar a produtividade, melhora as características do solo e favorece o controle da erosão, doenças, pragas e plantas daninhas.
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O Chefe do Núcleo Regional de Ponta Grossa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), Marcelo Ferreira Hupalo, explica que a rotação de culturas parcela a terra de acordo com aquilo que se predispõe a plantar, de modo que uma cultura seja cultivada ali em um ano e só retorne ao mesmo local dali 3 ou até 4 anos.
Nos Campos Gerais, conforme o engenheiro agrônomo detalha, o cultivo de soja começa um pouco mais tarde do que em outras regiões, devido ao clima mais frio, indo de setembro a janeiro.
As outras culturas de verão, como milho e feijão, também possuem algumas especificidades orientadas pelo clima e pelo próprio ciclo de evolução da planta.
Colheita de feijão no Paraná
Gilson Abreu/AEN
“Na nossa região a soja ainda é o carro-chefe, que ocupa a maior parte das áreas da safra de verão. Não temos aqui, pela questão do frio, a safrinha de milho, que está sendo plantada agora no Norte do Paraná. O que está sendo plantado agora nos Campos Gerais é basicamente feijão, essa sim uma cultura que possibilita a safrinha pelos poucos dias de produção. Em 90 dias, até menos hoje em dia, em 80, 70 dias consegue tirar uma safra de feijão”, diz.
O produtor rural e presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, Rafael Barros Correia, concorda que a rotação de culturas seja um dos principais aspectos a serem levados em conta para a escolha dos grãos de verão, mas cita outras variáveis que também devem ser consideradas.
“Alguns aspectos devem ser levados em consideração na hora de escolher a melhor cultura, como planejamento estratégico do produtor, relação de custo-benefício de acordo com a margem deixada pela cultura, fluxo de caixa, valor de arrendamento, características edafoclimáticas da região, previsão do tempo, entre outras”, afirma.
Mais cuidado, mais produtividade
Milho está entre os principais grãos plantados no verão
Gilson Abreu/AEN
Um dos principais cuidados para o bom desenvolvimento das lavouras de verão é o Plantio Direto, um sistema que surgiu nos Campos Gerais e possui forte aderência dos produtores locais.
Nessa prática conservacionista de cultivo, na qual não existem etapas como aração e gradagem, é possível evitar a erosão e contribuir para a fertilidade do solo, aumentando a produtividade das plantações no longo prazo.
O técnico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento afirma que há um crescimento também no uso de bioinsumos, substâncias formuladas a partir de micro e macro organismos, e materiais vegetais, que favorecem a nutrição das plantas e o controle de pragas e doenças.
Outro cuidado importante durante o verão é o Manejo Integrado de Pragas (MIP), um conjunto de medidas que busca manter essas ameaças à lavoura numa densidade menor em relação ao nível de dano econômico (NDE), ao mesmo tempo em que preserva os inimigos naturais de cada praga, otimizando o uso de produtos químicos, insumos biológicos e armadilhas.
“Por incentivo do IDR [Instituto de Desenvolvimento Rural] e da Fundação ABC existe hoje um manejo integrado de várias doenças com monitoramento, principalmente a ferrugem da soja”, salienta Marcelo.
Nesse sentido, uma pesquisa conjunta da Embrapa Soja e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) apontou que, nos últimos 10 anos, os produtores que adotam o Manejo Integrado de Pragas na cultura da soja estão conseguindo reduzir praticamente pela metade as aplicações de inseticidas nas lavouras.
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