
Policiais atendiam a uma denúncia de tráfico de drogas quando, na comunidade em Guarujá (SP), foram notados pelos suspeitos. Um deles, segundo a Secretaria de Segurança de SP, teria puxado a arma e foi baleado. Ele não resistiu. Caso ocorreu na Avenida Miguel Mussa Gaze, no Beco das Almas, em Guarujá (SP)
Prefeitura de Guarujá
Um homem, ainda não identificado, foi morto na manhã deste sábado (17) pela Polícia Militar em um local conhecido como Beco das Almas, em Guarujá, no litoral paulista. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o suspeito puxou a arma para os policiais, momento em que foi baleado. Ele é o 27º morto na Operação Verão, que foi reforçada após o assassinato do PM da Rota Samuel Cosmo, que levou um tiro no rosto.
A SSP-SP informou ao g1, que a PM recebeu uma denúncia sobre a presença de suspeitos armados e traficando na Avenida Miguel Mussa Gaze. Assim que os policiais chegaram ao local, de acordo com a secretaria, permaneceram numa distância aproximada de 50 metros e confirmaram a informação.
Os agentes, porém, foram observados pelos suspeitos, momento em que um deles teria apontado uma arma. “Um dos PMs, que atua como atirador designado para proteger a tropa, revidou” matando o homem. Os comparsas, segundo a pasta, fugiram.
Com o suspeito baleado e morto, os policiais encontraram uma pistola 380 e, ao lado dele, um revólver calibre 38. O homem também estava próximo a uma pochete com mais de 600 porções de drogas, como maconha e cocaína.
As armas dos criminoso e do policial que efetuou o disparo foram apreendidas para perícia e exames residuográficos. O caso foi registrado na Delegacia de Guarujá como homicídio, morte decorrente de intervenção policial, tráfico de entorpecentes e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
O caso é investigado pela Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário, da mesma forma que ocorre com todos os casos de morte em confronto na região.
Balanço da operação
De acordo com a última nota da SSP, divulgada neste sábado (17), desde o dia 7 de fevereiro, quando foi desencadeada a operação, 645 criminosos foram presos, incluindo 242 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos mais de 156 kg de drogas e 77 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.
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Suspeitos mortos
As mortes começaram após o reforço do policiamento com o assassinato do PM das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Samuel Wesley Cosmo.
Em nota, a SSP-SP afirmou que todos os casos são rigorosamente investigados pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, com o acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Relembre outras mortes em confrontos policiais no litoral de SP:
Sábado (3) – seis mortos
O primeiro suspeito, que não foi identificado, morreu na madrugada. O caso aconteceu na Avenida Francisco da Costa Pires, no bairro São Jorge, em Santos. Segundo a SSP-SP, policiais da Rota estavam em operação no local quando foram recebidos a tiros pelo homem e revidaram. O suspeito chegou a ser socorrido ao Hospital Vicentino, mas não resistiu.
Ainda naquela madrugada, José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, morreu. Este caso aconteceu na Avenida Sambaiatuba, no bairro Jóquei Clube, em São Vicente. Segundo a SSP, os policiais deram ordem de parada ao suspeito, que tentou fugir a pé e atirou na direção dos agentes. Ao g1, a família da vítima disse que José era catador de recicláveis e implorou pela própria vida.
José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, foi morto dentro do próprio barraco na comunidade do Sambaiatuba
Arquivo Pessoal e g1 Santos
Por volta das 11h do mesmo dia, outro suspeito – também não identificado – morreu na Rua Joaquim Teixeira de Carvalho, no bairro do Bom Retiro, em Santos. Ele foi atingido após atirar contra policiais do 3º BPChq.
Durante aquela noite, outras três mortes foram registradas na Vila dos Criadores, também em Santos. De acordo com a SSP-SP, suspeitos atiraram contra policiais que faziam uma incursão na região e, depois, fugiram. No entanto, houve troca de tiros e o trio acabou atingido.
Domingo (4) – uma morte
Rodnei da Silva Sousa, de 28 anos, morreu após ser baleado por tiros de fuzis de dois PMs da Rota no Morro São Bento, em Santos. Ele estava em um carro de aplicativo que foi abordado pelos agentes.
Segundo o boletim de ocorrência, o motorista de aplicativo atendeu a ordem dos policiais e desceu. Porém, o passageiro, que estava no banco da frente, teria apontado uma arma contra os agentes. Dois PMs reagiram e dispararam.
Rodnei veio de Peruíbe e vivia no Morro do São Bento, em Santos (SP); ele deixou filho de 4 anos
Arquivo pessoal
Quarta-feira (7) – seis mortos
Gabriel da Silva Batista de Sena, de 14 anos, morreu após ser baleado por uma equipe da Polícia Rodoviária na Rodovia dos Imigrantes, durante a madrugada, na altura de Cubatão. Segundo boletim de ocorrência, obtido pelo g1, policiais viram três homens em atitude suspeita andando na beira da rodovia. Eles desembarcaram da viatura e foram surpreendidos por disparos de arma de fogo.
Um homem, de 33 anos, morreu após cair do 4º andar de um prédio durante a tarde. A queda aconteceu enquanto ele fugia da Polícia Militar, que procurava pelos suspeitos de atirarem no cabo da PM José Silveira dos Santos, no bairro São Manoel, em Santos. Essa morte não é contabilizada pela Secretaria de Segurança Pública.
Na mesma data, outro suspeito, identificado como Davi Gonçalves Junior, de 20 anos, morreu após ser baleado em uma casa na Avenida Oswaldo Toschi, no bairro Parque, em São Vicente. Ele teria apontado uma arma para os policiais, que atiraram novamente em legítima defesa.
Durante a noite, por volta das 21h50, outros dois homens morreram em Itanhaém. Segundo a PM, uma equipe da Força Tática estava em patrulhamento na Rua Manoel Francisco Lisboa, no bairro Belas Artes, quando avistou suspeitos. Eles efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra a equipe, que se defendeu. Dois homens foram baleados e morreram no local, enquanto os demais fugiram.
Mais tarde naquela noite, por volta das 22h45, um homem identificado como Jonathan Correa de Oliveira, morreu baleado por policiais militares do 6º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) na comunidade da Vila dos Pescadores, em Cubatão (SP). Ao notar a aproximação da equipe, o suspeito teria sacado uma pistola e atirado diversas vezes contra os policiais militares, que revidaram.
Suspeito que morreu em São Vicente foi levado ao PS Central, mas chegou sem vida
Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal
Quinta-feira (8) – dois mortos
Dois homens, que ainda não foram identificados, morreram em confronto com policiais militares da Rota em frente a um terreno baldio de Santos.
De acordo com o boletim de ocorrência, agentes averiguavam uma denúncia sobre a localização do acusado de matar o policial Samuel Wesley Cosmo, quando viram homens que dispararam contra os PMs enquanto fugiam. Uma outra equipe se deparou com os indivíduos e durante confronto, dois suspeitos foram baleados.
Sexta-feira (9) – quatro mortos
Por volta das 10h30, um adolescente de 16 anos morreu após entrar em confronto com policiais militares no bairro Vila Voturuá Independência, em São Vicente. A equipe policial apurava uma denúncia de tráfico de drogas.
Com o adolescente, foi apreendida uma mochila com 66 pinos com cocaína, 96 pedras de crack, 48 porções de haxixe e 44 cigarros de maconha, além de porções de K9, um caderno com anotações, um celular, a quantia de R$ 389,00 e revólver calibre 22 municiado.
Mais tarde no mesmo dia, dois homens, de 36 e 37 anos, morreram após confronto com policiais militares do 4º Batalhão de Choque, do Comando de Operações Especiais (COE). Segundo o boletim de ocorrência, os agentes estavam em patrulhamento pela operação em combate ao crime organizado no Morro São Bento, em Santos, quando se depararam com a dupla armada.
Confronto aconteceu no Morro São Bento, em Santos (SP)
Reprodução
De acordo com a corporação, a dupla passou a atirar na direção dos policiais, que revidaram com tiros de fuzis. Ao todo, foram dez disparos: sete realizados por um dos agentes e três por outro. Os homens, identificados como Jefferson Ramos Miranda e Leonel Andrade Santos, foram levados até o hospital, mas não resistiram.
Na quarta-feira (7), Davi Gonçalves Junior, morto em uma casa na Avenida Oswaldo Toschi, no bairro Parque, em São Vicente, estava acompanhado de Hilderbrando Simão Neto, de 24 anos. Este suspeito foi baleado, socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital do Vicentino, onde permaneceu internado sob escolta policial até morrer na sexta-feira (9).
Sábado (10) – um morto
Allan de Morais Santos, também conhecido como ‘Príncipe’ dentro de uma facção criminosa, morreu após ser baleado por policiais militares ao desobedecer uma ordem de parada e jogar o carro que dirigia contra uma viatura. O caso aconteceu na Avenida Martins Fontes, no bairro Saboó, em Santos (SP). Ele chegou a ser levado para a Santa Casa, mas não resistiu.
Domingo (11) – um morto
Um homem, de 32 anos, foi baleado e morto por policiais da Rota no bairro Alemoa, em Santos. Segundo a polícia, o suspeito recebeu ordem de parada, mas não obedeceu. Consta no BO que ele teria deixado a bicicleta, sacado a arma e efetuado dois disparos contra os policiais. Um dos tiros, inclusive, teria acertado a viatura policial. Os PMs revidaram com dois tiros. A versão da família de José Marcelo Neves dos Santos é outra.
Quarta-feira (14) – um morto
Um homem, de 33 anos, morreu após ser baleado por policiais militares durante confronto no Saboó, em Santos. A operação, segundo o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, utilizou um “atirador designado”, popularmente chamado de ‘sniper’, que disparou de cerca de 60 metros e matou o suspeito. O g1 apurou que, para essa técnica, o profissional responsável geralmente usa um fuzil.
Quinta-feira (15) – dois mortos
Um homem, ainda não identificado, morreu após ser baleado por policiais militares durante confronto na comunidade Maré Mansa, no bairro Jardim Mar e Céu, em Guarujá, no litoral de São Paulo, durante a tarde. Segundo a SSP, policiais militares realizavam patrulhamento na comunidade, quando se depararam com homens traficando drogas. Durante a abordagem, os suspeitos teriam disparados contra os agentes, que revidaram e balearam um deles.
Outro suspeito, de 31 anos, identificado como Ygor Júnior Gonçalves, foi morto com tiros de fuzil e pistola por policiais militares na comunidade México 70, no bairro Vila Margarida, em São Vicente. De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pela reportagem, policiais militares faziam um patrulhamento na Avenida Brasil por volta de 16h50. Na Rua 8, os agentes foram recebidos com tiros dentro de um cômodo e revidaram. Ele foi levado ao Hospital Vicentino, mas não resistiu.
Sexta-feira (16) – três mortos
Conhecido como ‘Danone’ e outros dois homens morreram após abordagem policial em Guarujá (SP)
Redes sociais
Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como o líder de facção criminosa Danone, e outros dois suspeitos foram mortos durante um confronto com policiais militares da Coordenação de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar, em Guarujá, pela manhã.
A Polícia Militar informou que o caso ocorreu, por volta de 5h50, na Rua Isaudo Martins, no bairro Santa Cruz dos Navegantes. Os agentes foram até um apartamento, onde estaria Danone. Lá, eles se depararam com ele e outros dois homens. Houve confronto e o trio foi baleado, segundo a polícia.
Mortes de policiais
Policiais militares Marcelo Augusto da Silva, Samuel Wesley Cosmo e José Silveira dos Santos, mortos na Baixada Santista (SP)
Reprodução/Redes Sociais e g1 Santos
No dia 26 de janeiro, o policial militar Marcelo Augusto da Silva foi morto na rodovia dos Imigrantes, na altura de Cubatão. Ele foi baleado enquanto voltava para casa de moto. Uma grande quantidade de munições estava espalhada na rodovia. O armamento de Marcelo, no entanto, não foi encontrado.
Segundo a Polícia Civil, Marcelo foi atingido por um disparo na cabeça e dois no abdômen. Ele integrava o 38º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) de São Paulo, mas fazia parte do reforço da Operação Verão em Praia Grande (SP).
No dia 2 de fevereiro, o policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo morreu durante patrulhamento de rotina na Praça José Lamacchia. O agente chegou a ser socorrido para a Santa Casa de Santos (SP), mas morreu na unidade.
Uma gravação de câmera corporal obtida pelo g1 mostra o momento em que o soldado da Rota foi baleado no rosto durante um patrulhamento no bairro Bom Retiro (assista abaixo).
Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP
Cinco dias depois, o cabo PM José Silveira dos Santos, do 2⁰ Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), morreu ao ser baleado durante patrulhamento no bairro Jardim São Manoel, em Santos. Na ocasião, outro policial militar foi baleado e está internado.
‘Chip’ é preso em MG
Kaique Coutinho do Nascimento, o ‘Chip’ (à dir.), é suspeito de matar o PM da Rota Samuel Wesley Cosmo
Reprodução
Ainda na última quarta-feira, a Polícia Militar prendeu o suspeito de matar o PM da Rota Samuel Wesley Cosmo. Kaique Coutinho do Nascimento, de apelido ‘Chip’, foi detido em Uberlândia, em Minas Gerais. O crime aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo.
O policial foi baleado durante patrulhamento na Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro, no último dia 2 de fevereiro. Ele chegou a ser levado para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
O g1 apurou junto à Polícia Militar que ‘Chip’ foi preso no Bairro Gávea. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, por meio das redes sociais.
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