De preparo rápido, arroz tem longo processo de industrialização até estar pronto para ir à mesa


Conheça as etapas e qual a diferença do arroz branco tradicional para o parboilizado. Brasileiros consomem 10 milhões de toneladas de arroz por ano, segundo a Embrapa.
Reprodução/Jornal Hoje
Bastam entre 20 e 30 minutos na panela para ter um arroz fresquinho pronto para ir à mesa. Não tão rápido assim é o processo de industrialização do grão, que pode demorar alguns dias para ficar pronto.
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Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que os brasileiros consomem 10 milhões de toneladas de arroz por ano. E o mercado nacional é relativamente ajustado fazendo com que a produção interna se aproxime do consumo.
O professor Luiz Gustavo Lacerda, do departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), explica inicialmente é feita uma pré-limpeza para retirada das impurezas, depois ocorre a secagem para deixar a umidade abaixo de 14% e, então, o arroz é encaminhado para o armazenamento.
Contudo, ainda existe outras etapas, que fazem parte do beneficiamento, para que esse alimento – tão presente na alimentação dos brasileiros – esteja pronto para ser comercializado e consumido:
Conforme explicação da Embrapa, o arroz normalmente não é beneficiado logo após a colheita e a secagem porque o armazenamento contribui para uma melhora significativa da qualidade de cozimento, evitando que o arroz fique com os grãos todos grudados depois de pronto.
O arroz passa por uma etapa de descascamento que tem a finalidade de remover os grãos de arroz do interior de suas cascas, procurando preservar a sua integridade;
Em uma máquina chamada câmara de palha, há a separação do arroz de sua casca;
O arroz descascado passa por um processo de desgaste nos chamados brunidores, que usam pedras abrasivas para retirar o farelo e separar o arroz branco.
A seguir, há a separação do farelo preso ao grão;
Por fim, ocorre a classificação na qual equipamentos selecionam grãos íntegros.
E o arroz integral? Nesse caso, o grão permanece com as camadas de farelo intactas, o que faz dele uma variedade mais rica em fibras e nutrientes.
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Afinal, o que é arroz parboilizado?
Ao fazer as compras no supermercado, talvez você tenha reparado que o arroz branco é oferecido em um subtipo chamado de parboilizado. Esse é o arroz que passou pelo processo de parboilização, ou seja, foi imerso em água quente (em torno de 60ºC), por um período de seis a oito horas.
Em seguida, os grãos vão para a autoclave, onde acontece a chamada gelatinização do amido, na qual os grãos são compactados e têm as vitaminas e minerais fixados em seu interior.
Qual é o melhor arroz para o consumo?
Além de um preparo simples, o arroz fornece energia para o organismo e é um alimento de fácil digestão.
Em meio aos vários tipos de arroz disponíveis no mercado, pode ser difícil escolher o melhor para o consumo, então, vale entender um pouco mais as características para definir qual fará parte do cardápio.
De qualquer forma, para não sofrer com a monotonia alimentar, você também pode variar os tipos de arroz ao longo da semana.
🍚 Para a produção do arroz branco tradicional, ou polido, a casca e o farelo são removidos, e nessa retirada de componentes o grão acaba sofrendo uma perda nutricional. Esse tipo de arroz também é rico em carboidratos e amido, além de possuir alto índice glicêmico.
🍚 O arroz parboilizado, por sua vez, é mais rico em nutrientes, uma vez que o processo de parboilização facilita a fixação dos nutrientes à porção interna do grão. Além disso, tem médio índice glicêmico e é fonte de fibras.
🍚 Já no arroz integral são mantidos a casca, o gérmen e o farelo, portanto, os grãos contêm alto teor de fibras.
“Pode-se afirmar que o arroz parboilizado possui mais nutrientes que o arroz branco polido. No entanto, quando comparado ao arroz integral, o parboilizado perde no aspecto nutricional. Isso porque o arroz parboilizado não mantém os aspectos e composições originais dos grãos, tal qual a versão integral”, ressalta Luiz Gustavo.
Arroz tipo 1, 2, 3, 4 e 5
Assim como o feijão, o arroz também possui uma regulamentação que o classifica em Grupos, Subgrupos, Classes e Tipos. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o arroz se divide em:
• Grupos: arroz em casca e arroz beneficiado
• Subgrupos do arroz em casca: arroz natural e arroz parboilizado
• Subgrupos do arroz beneficiado: arroz integral, arroz polido, arroz parboilizado integral e arroz parboilizado polido
• Classes: longo fino, longo, médio, curto e misturado
No caso dos tipos, o arroz é classificado entre 1 a 5 de acordo com os limites máximos de tolerância de impurezas (a própria casca do grão ou pedaços de talo) e matérias estranhas (grãos ou sementes de outras espécies vegetais, insetos mortos e sujidades em geral).
O arroz também pode ser enquadrado como Fora do Tipo e Desclassificado caso exceda os limites máximos de tolerância referentes a impurezas, matérias estranhas, grãos mofados, ardidos e enegrecidos.
“O arroz do tipo 1 se caracteriza por ter uma elevada uniformidade de coloração e especialmente por possuir um elevado percentual de grãos íntegros ou não-quebrados. À medida que o número do tipo vai aumentando, a exigência sobre essas características vai diminuindo. Portanto, quanto maior o valor numérico do tipo, maior será a quantidade de grãos quebrados, por exemplo”, complementa o professor.
Na cozinha, o que muda na prática entre um arroz tipo 1 e um arroz tipo 5 é a textura e aparência dos grãos. Enquanto o tipo 1 tende a ficar mais soltinho após o cozimento, o tipo 5 tem mais chances de ficar empapado.
Lavar ou não lavar: eis a questão
Muita gente ainda tem o costume de lavar o arroz antes do preparo. “Essa seria uma forma de retirar o pó branco que vem na embalagem, porém, esse pó trata-se apenas de partículas do próprio alimento que foram geradas na etapa de polimento”, esclarece o professor.
O hábito antigo tende a ser ainda mais prejudicial no caso do arroz polido, por ocasionar a retirada indesejada de nutrientes presentes nos grãos.
“No processo de parboilização, há uma retenção das vitaminas e minerais e, portanto, a prática não é tão prejudicial nesse sentido e o mesmo ocorre com a versão integral. A recomendação sobre lavar ou não o arroz deve ser de acordo com as instruções que constam na própria embalagem do produto”, finaliza.
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