A segurança dos EUA está em risco? O chefe da Inteligência da Câmara diz que sim


Alerta levanta especulações de que Rússia poderia instalar uma arma nuclear no espaço para destruir satélites. Deputado republicano Mike Turner, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
Rod Lamkey/Pool via REUTERS
Numa rara e ao mesmo tempo preocupante declaração, o chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Turner, afirmou que o país está sob séria ameaça à segurança nacional. Aliado de Donald Trump, o congressista republicano integra a chamada “Gangue dos Oito”, formada por líderes dos dois partidos na Câmara e do Senado, além de chefes de comitês de inteligência de ambas. Embora vago, o alerta de Turner, um forte defensor da segurança dos EUA, fez sentido e teve repercussões.
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A mídia americana se desdobrou a publicar informações, baseadas em fontes anônimas do governo, relacionadas ao desejo russo de instalar uma arma nuclear no espaço para destruir satélites. Nos últimos anos, autoridades americanas alertaram sobre mísseis lançados com o objetivo de aniquilar satélites em órbita.
A Rússia conduziu um teste antissatélite em novembro de 2021, que atingiu um de seus próprios satélites, transformando-o em mais de 1.500 detritos orbitais. Na época, os EUA condenaram o teste com veemência chamando-o de “ato imprudente e perigoso, que põe em risco os interesses internacionais”.
Entre as consequências econômicas, autoridades americanas citaram os perigos para os satélites que fornecem serviços telefônicos e de banda larga, previsões meteorológicas e sistemas que sustentam operações financeiras. Ou seja, seria o prenúncio do caos global.
O alerta volta à tona com a declaração de Mike Turner, corroborada por notícias publicadas em off pela imprensa americana na mesma direção. O republicano disse que se encontraria com o presidente Joe Biden nesta quinta-feira para pressionar o governo a tirar, para membros do Congresso, o caráter confidencial destas informações.
Vale lembrar que os EUA e a então União Soviética assinaram em 1967 um tratado que proibia a instalação de armas nucleares ou armas de destruição em massa no espaço. Em fevereiro do ano passado, um ano após o início da guerra russa na Ucrânia, o presidente Vladimir Putin suspendeu a participação do país no último tratado de controle de armas nucleares com os EUA — o New START, firmado em 2010 e que deveria valer até 2026.
Vale observar também que, se confirmado o alerta divulgado pelo congressista Mike Turner de que a Rússia desenvolve um satélite que pode atacar outros, por tecnologia nuclear, a ameaça feita no fim de semana pelo ex-presidente Donald Trump contra a Otan terá sido um tiro no próprio pé.
Em mais uma de suas bravatas, o principal pré-candidato republicano à Casa Branca avisou que, se eleito, encorajaria a Rússia a fazer o que quiser contra os aliados da aliança atlântica que não cumprirem as metas de gastos de defesa.
Os integrantes europeus da Otan temem que um segundo mandato de Trump possa enfraquecer a aliança transatlântica. Mas Putin, por sua vez, mostra que não precisa dos conselhos do ex-presidente americano. Nesta quarta-feira, o presidente russo admitiu, numa entrevista, que prefere ver Biden, que já o chamou de assassino, a Trump na Casa Branca: “É uma pessoa mais experiente e previsível. Ele é um político da velha escola.”
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