Veja o que funcionou e o que não funcionou no carnaval do Rio


Segurança foi um dos quesitos elogiados pelos foliões. Já a pouca oferta de ônibus gerou reclamações. Carros-pipa refrescam foliões
Henrique Coelho/g1 Rio
Câmeras de identificação facial e revistas em blocos deram mais segurança ao carnaval do Rio. A distribuição de água ajudou a amenizar o calorão nos dias de festa. No entanto, a pouca oferta de ônibus e de banheiros químicos no entorno do Sambódromo foram alguns dos problemas enfrentados por foliões.
O g1 listou o que funcionou, o que funcionou parcialmente e o que não funcionou nos dias de folia. Confira abaixo:
O que funcionou
Distribuição de água
O carnaval no Rio foi um dos mais quentes no Brasil, e foliões tiveram que enfrentar o sol de quase 40°C para curtir a folia a céu aberto.
No auge do calorão, carros-pipa da Cedae refrescaram o público, com o chamado “chuveirinho”. Pontos de hidratação também foram espalhados para distribuição de água potável.
Mas, mesmo com a distribuição de água, muitos foliões passaram mal. A cantora Ludmilla decidiu, “pela integridade de todos”, encerrar a apresentação de seu Fervo, no Centro, mais cedo.
Nos cinco dias de folia, a Secretaria de Saúde do Rio atendeu 1.924 pessoas na Sapucaí e 477 nos blocos por variados problemas, entre eles, “estresse térmico devido ao calor”.
Foliã é atendida após passar mal com o calor
Henrique Coelho/g1 Rio
Segurança e policiamento
Torres de observação para monitorar os desfiles, uso de detectores de metais durante revistas em blocos e câmeras de reconhecimento facial — essas, usadas pela primeira vez no carnaval — foram alguns dos destaques positivos apontados pela população.
O governo do Rio informou que houve redução de 20% nos crimes de rua (furto e roubos a pedestres) em relação ao ano passado.
No estado do RJ, 498 pessoas foram detidas, sendo 423 maiores e 75 menores. Desse total, 79 foram presos no Centro e 7 eram foragidos que foram reconhecidos pelas câmeras corporais da PM no Centro, na Tijuca e na Zona Sul.
As revistas da Polícia Militar renderam 682 apreensões de objetos perfuro-cortantes (facas, estiletes etc) — 270 foram só nos megablocos. Também houve apreensão de armas, entre elas, 7 fuzis, bate-bolas, lança-rojões e big bombas.
Foliões passam por revista para acesso ao bloco
Henrique Coelho/g1 Rio
Limpeza das ruas
Os desfiles dos 453 blocos no Rio — sendo 10 megablocos, ou seja, com mais de 100 mil foliões — geraram uma grande quantidade de lixo, mas o trabalho dos garis garantiu que as ruas ficassem limpas.
Desde o pré-carnaval, a Comlurb já recolheu 669,2 toneladas de resíduos. A companhia também usou essência de eucalipto concentrada para neutralizar o cheiro de xixi nas ruas.
Ludmilla levou milhares de pessoas ao Centro
Fernando Maia | Riotur
Combate a golpes com ingressos falsos
O combate à venda de credenciais e ingressos falsos funcionou. A polícia conseguiu prender Lívia Moura, por suspeita de estelionato, e outras pessoas, entre elas, o filho e o sobrinho de vereadores de Caxias, e o filho do intérprete da Mangueira, pelo crime.
No Shopping Rio Sul, uma loja foi fechada por imprimir e plastificar credenciais falsas do Sambódromo.
Lívia Moura em casa, ao ser presa pela polícia
Reprodução
Repelente na Sapucaí
Uma novidade foi a distribuição de repelentes na Sapucaí, em uma ação para conter a epidemia de dengue no Rio. Quem chegava à Avenida, recebia o produto para ficar protegido.
Adesivos, bandanas e chapéus com alertas sobre medidas de precaução também foram distribuídos.
Funcionou em parte
Transporte
O metrô funcionou 24 horas e foi um dos principais meios de transporte usados para deslocamento para blocos e desfiles na Sapucaí.
Mas, com intervalos mais longos, as linhas de ônibus do Metrô na Superfície causaram frustração. As máquinas do Riocard lacradas (e sem chance de uso para recarga) também foram alvo de reclamações.
O MetrôRio disse que os ônibus funcionaram normalmente, com “a frota máxima disponível”. Já as máquinas de autoatendimento do Riocard foram desligadas para evitar vandalismo. Como alternativa, a concessionária montou estruturas externas nas estações de maior movimento: Carioca e General Osório.
A pouca oferta de ônibus na capital também gerou insatisfação.
Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes informou que a programação da operação foi a padrão do carnaval, conforme ocorre todos os anos durante este período.
Iluminação na Sapucaí
Nova iluminação da Sapucaí
Reprodução/TV Globo
A nova iluminação teatral da Sapucaí dividiu opiniões. Com efeitos coloridos e de movimento, o recurso agradou quem estava na frisa, mais perto das escolas. Mas frustou quem assistia os desfiles da arquibancada, com vários momentos às escuras.
Não funcionou
Banheiros no entorno da Sapucaí
No entorno da Sapucaí, foliões reclamaram da falta de banheiros químicos. Apenas na calçada que fica a poucos metros para o setor 1 havia algumas cabines. No entanto, na parte anterior à concentração, as pessoas reclamaram da falta de opções para usar o banheiro.
A Riotur prometeu instalar 34 mil banheiros químicos para atender 5 milhões de pessoas e evitar o xixi nas ruas da cidade. O g1 entrou em contato com a Riotur para questionar a escassez de banheiros no entorno da Sapucaí, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno.
Pessoas na concentração
O número de pessoas na concentração que não estavam trabalhando ou se preparando para desfilar também chamou a atenção. Houve tumulto e empurra-empurra em vários momentos e pouca fiscalização.
Uma mulher ficou ferida ao ser atingida por uma alegoria. Ao fazer a curva da Avenida Presidente Vargas para entrar na Sapucaí, o carro passou arrastando parte em uma grade de proteção e acabou atingindo a mulher.
O g1 entrou em contato com a Liesa, mas ainda não obteve retorno.
Parte de carro da Porto da Pedra cai no início da Sapucaí
Stephanie Rodrigues / g1
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