Com união de rochas negras e claras, costão no litoral de SC tem encontro geológico raro; entenda


São 200 metros de pedras ultramáficas e 130 metros de quartzo leitoso entre praias de Barra Velha. Segundo geólogo, visitantes estão diante de um “local ímpar no estado, Brasil e no mundo”. Encontro de rochas negras e brancas em Barra Velha é considerado raro
Um município do Litoral Norte de Santa Catarina chama a atenção de turistas por ter às margens do oceano um encontro de rochas ultramáficas (negras) e quartzo leitoso (brancas). Segundo o geólogo Jonathan Silvestrini Lopes, o fenômeno é considerado raro.
Ao todo, são 200 metros de rochas escuras e 130 metros de blocos claros no costão entre as praias do Sol e da Barrinha, em Barra Velha, a 135 quilômetros de Florianópolis.
“Não temos conhecimento de que haja a mesma rocha negra em contato com um veio de quartzo de grandes dimensões em outro costão no Brasil e outros países”, revela o geólogo Jonathan Silvestrini Lopes.
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O geólogo, que atua na Fundação do Meio Ambiente de Barra Velha, diz que há a intenção de colocar no local uma placa para que os visitantes saibam que estão diante de um “local ímpar no estado, Brasil e no mundo”.
A área possui um deck, onde turistas e moradores podem conferir de perto o encontro das rochas (veja na foto abaixo).
Encontro de rochas negras e brancas em Barra Velha é considerado raro
Prefeitura de Barra Velha/ Divulgação
Formação
A raridade, segundo o especialista, começa já no surgimento das ultramáficas. Ele explica que, como elas se formaram em profundidades próximas ao manto terrestre, foram necessárias muitas movimentações tectônicas para trazê-las à superfície.
Essas rochas, de acordo com Lopes, são as mais antigas que se tem registro em Santa Catarina e estão entre as mais velhas do mundo. Elas vieram há cerca de 2,8 bilhões de anos, na Era Neoarqueana, e contêm 90% de minerais ricos em ferro e magnésio, o que explica a cor escura.
Contraste de cores chama atenção em costão de Barra Velha
Patrick Rodrigues/ NSC
Há 541 milhões de anos, quando as ultramáficas já compunham o cenário em Barra Velha, segundo o geólogo, movimentações tectônicas e outros fatores contribuíram para o surgimento das pedras brancas.
Conforme Lopes, as pedras do costão não tiveram grandes alterações nas características originais mesmo com o processo de “saída” do interior do planeta.
O cenário, no entanto, pode mudar daqui a milhares de anos, tendo em vista que essas rochas tendem a sofrer desgastes naturais e podem rolar em direção ao mar.
Contraste de cores chama atenção em costão de Barra Velha
Patrick Rodrigues/ NSC
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