Abraços, agradecimentos, choros, artigos religiosos: fé e emoção marcam dispersão na segunda noite de desfiles do Carnaval de SP


Integrantes das agremiações finalizam passagem pela Avenida do Samba com energia única. Comemoração da Vai-Vai e abraços que o carnavalesco Sidnei França recebeu ao fim do desfile no Anhembi
Gabriel Gabira/TV Globo
A fé e a emoção marcaram a dispersão da segunda noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo. Se o começo, na concentração, já é emocionante, o final é quando todo o resultado de um ano de trabalho é concluído. Abraços, agradecimentos, choros de emoção, objetos religiosos e uma energia única daqueles que entregaram tudo que poderiam entregar.
Ninguém ganhou mais abraços após o desfile da Vai-Vai do que Sidnei França, carnavalesco da escola. Após o portão fechar e o relógio parar a contagem do tempo, ele recebeu ao menos cinco abraços em um minuto.
Vai-Vai em 1 minuto
Ele conta que o desfile foi um misto de sentimentos após um ano muito difícil para a escola [a Vai-Vai estava no Grupo de Acesso e voltou para o Especial em 2024].
Comemoração da Tom Maior após o fim do desfile
Gabriel Gabira/TV Globo
“Mas chegar aqui, depois da última faixa amarela [demarcada na Avenida], e ver que a escola inteira passou feliz é consagrador. Esse final chancela um ano todo de luta”, relembra ele antes de ser interrompido. “Totalmente diferente. Mente nova. É o que precisamos”, grita uma senhora para Sidnei. Logo em seguida, “te amo”, diz outra.
O antes e depois da Avenida é resumido em duas palavras para Sidnei – primeiro, ansiedade, e depois, alívio.
“Parece que saiu um caminhão das minhas costas. Eu tinha um peso e responsabilidade muito grande. E chegar aqui e receber esses abraços é o meu verdadeiro prêmio. Meu verdadeiro pagamento é este”, comemora.
Diretor de bateria da Tom Maior, João Victor Gomes levou para o desfile uma estátua de Jesus
Gabriel Gabira/TV Globo
Já o diretor de bateria da Tom Maior, João Victor Gomes, chegou orando na concentração com uma pequena estátua de Jesus. Durante o desfile, ele não poderia ficar segurando o objeto e, por conta disso, deixou com uma colega de apoio da ala. Ela acompanhou João durante todo o percurso e, assim que o desfile terminou, a peça voltou para as mãos dele.
Com 18 anos de idade e há 12 anos desfilando pela Tom Maior, o jovem diretor diz que o objeto pode se tornar imprescindível nos próximos desfiles. “Este é o primeiro ano que eu trago [a pequena estátua], mas acho que vai ser meu amuleto da sorte. Se formos campeão, vou trazer todo ano”, aposta João.
Tom Maior em 1 minuto
Depois de cruzar a Avenida com um turíbulo (ou incensório) na mão, o pai Sérgio Nkosi ficou entre o relógio e o portão para continuar a energização que começou ainda na concentração, continuou durante o desfile e terminou apenas quando o último integrante da Tom Maior chegou à dispersão.
“Estou aqui trazendo axé e força para a escola. Desde a concentração até aqui, eu estou fazendo uma defumação com cravo, canela e louro para trazer prosperidade, abertura de caminho e proteção para todos que estão aqui”, conta Sérgio.
Foi seu primeiro desfile no Anhembi. “Acompanhamos a escola desde o barracão, o trabalho de todos, uma dedicação do ano inteiro e acabamos aqui. Emocionados”, relembra.
Pai Sérgio Nkosi fez energização com incenso até o momento em que o último integrante da Tom Maior chegou à dispersão
Gabriel Gabira/TV Globo
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