Dengue: busca por exames tem alta de até 247% em hospitais particulares de Campinas


Metrópole registrou 2,3 mil casos confirmados da doença neste ano, mas não houve mortes. Circulação de três sorotipos da doença preocupa autoridades. Cresce busca por testes de dengue em hospitais de Campinas
Com a disparada dos casos de dengue, hospitais particulares de Campinas (SP) registraram aumento de até 247% nos pedidos de exames para identificação da doença em janeiro no comparativo com o ano anterior.
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O maior crescimento foi identificado no Hospital Vera Cruz, passando de 182 testes para 632 no período. No Centro Médico, o total de exames passou de 287 para 735, configurando uma alta de 156%; e no Madre Theodora, a alta foi de 98%, passando de 182 para 362 testes.
Testes de dengue realizados em hospitais particulares de Campinas (SP)
Neste ano, a metrópole registrou 2.380 casos confirmados da doença, mas não houve mortes. No ano anterior, Campinas enfrentou a sexta maior epidemia da doença da história, com 11,2 mil confirmações e três mortes.
Teste para identificação de dengue
Reprodução/EPTV
Sorotipos 2 e 3
Na quarta (7), a prefeitura confirmou a reintrodução na cidade dos sorotipos 2 e 3 da dengue – fora de circulação desde 2021 e 2009, respectivamente. A chegada dos novos tipos da doença deixa autoridades em alerta para o risco de aumento de casos graves, cenário temido pela administração municipal desde 2023.
Em nota, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben, destacou que esta é a primeira vez em que os três sorotipos da doença circulam ao mesmo tempo na metrópole.
Com isso, o risco de infecção e agravamento da doença é maior, já que grande parte da população não tem anticorpos contra esses tipos da doença. A reinfecção por um sorotipo diferente é fator de risco para a dengue grave, conhecida como dengue hemorrágica.
Mosquito ‘Aedes aegypti’, vetor do vírus da dengue
Pexels
Fora da lista de vacinas
O Ministério de Saúde deixou Campinas fora da primeira lista de municípios que vão receber a primeira remessa da vacina contra dengue para a rede pública. O órgão priorizou cidades com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da doença e predominância do sorotipo 2, único critério ao qual a metrópole não atendia.
Ao todo, 521 municípios vão começar a aplicação na rede pública em fevereiro (veja a lista aqui). No estado de São Paulo, 11 cidades apareceram na primeira lista – todos da região do Alto do Tietê.
Qdenga: o que é preciso saber sobre a vacina contra dengue disponibilizada no SUS
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses. O Ministério da Saúde vai receber pouco mais de 6 milhões de doses — 5,2 milhões foram compradas da Takeda e 1,3 foram doadas pelo laboratório.
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Atenção redobrada
A previsão de um crescimento expressivo de casos em 2024 levou a prefeitura a adotar uma série de medidas de combate ao mosquito transmissor. A “operação de dengue” – expressão usada pela própria administração municipal – envolve drones e a ajuda do Exército.
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O Devisa realiza, desde o começo do ano, mutirões para remover possíveis criadouros do mosquito transmissor. O pacote de medidas prevê ainda, em caso de necessidade, entrada forçada em imóveis fechados.
Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da pasta.
Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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