Conheça a formação rochosa entre praias do litoral de SP que foi refúgio de padre canonizado


‘Cama de Anchieta’ virou atração turística por ser o local preferido do São José de Anchieta, em Itanhaém (SP). Retrato do padre José de Anchieta, obra de Benedito Calixto (à esq.) e Cama Anchieta (à dir.)
Reprodução e Prefeitura de Itanhaém
Beleza natural, história e fé: Itanhaém, no litoral de São Paulo, reúne esses três pontos na Cama de Anchieta, um dos principais monumentos turísticos da cidade. O local ficou conhecido por ser o preferido do padre José de Anchieta, canonizado em 2014 pelo papa Francisco, tornando-se o terceiro santo brasileiro.
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O acesso à Cama de Anchieta é feito por uma passarela com 220 metros de comprimento e 1,60 metros de largura, construída em 2017 com madeira de ipê e materiais derivados de eucalipto ecológico.
A formação rochosa, entre o costão das praias da Gruta e do Sonho, guarda uma lenda. O professor de turismo Ivan Santos explicou ao g1 que a pedra era o local preferido do padre José de Anchieta.
Ali, o ainda padre descansava e buscava inspiração para compor seus poemas e versos. “A importância da Cama de Anchieta é que é um local onde tem a indução do turismo, mas não só turístico, mas também religioso”.
Cama de Anchieta, em Itanhaém
Prefeitura de Itanhaém
De acordo com Ivan, a Cama de Anchieta é visitada por aproximadamente 2 mil pessoas durante os finais de semana, o que também movimenta a economia do município.
Para ele, o fato de Anchieta fazer parte da colonização do Brasil é um dos motivos para que as pessoas se interessem em conhecer os espaços em homenagem a ele.
Ivan ressaltou a importância de fortalecer a conexão entre a história do Brasil e a figura de São José de Anchieta, que, na época, era conhecido como padre ou beato, e hoje é santificado.
Outras homenagens
Ivan explicou que, como Anchieta foi muito importante para o município, região e país, Itanhaém tem vários lugares que levam o nome dele como homenagem.
Pocinho de Anchieta: Conta a lenda que o grande círculo de pedras foi construído pelos indígenas sob orientação do beato José de Anchieta, de forma a aprisionar os peixes na época do inverno, tornando mais fácil a captura.
Pocinho de Anchieta, na praia do Cibratel I, em Itanhaém
Prefeitura de Itanhaém
Painel de Anchieta: Imagens que retratam a história de José de Anchieta na cidade foram desenhadas nos reservatórios de água no alto do Morro do Paranambuco, entre as praias do Sonho e Cibratel. A obra foi criada com pastilhas de vidro pela artista plástica Ana Levina.

Painel de Anchieta, em Itanhaém
Prefeitura de Itanhaém
Passarela de Anchieta: Construída por meio de convênio com a Fundação Pró Beatificação de José de Anchieta, das Ilhas Canárias, a estrutura favoreceu o acesso de pessoas com mobilidade reduzida até a Cama de Anchieta.
Passarela de Anchieta que dá acesso à Cama de Anchieta, em Itanhaém
Prefeitura de Itanhaém
Monumento a José de Anchieta: Considerado ‘Apóstolo do Brasil’, o padre viveu em Itanhaém por muitos anos no século XVI. A escultura do artista Luiz Morrone, datada de 1956, é muito visitada por turistas e peregrinos no Centro Histórico da cidade.
Monumento de José de Anchieta
Prefeitura de Itanhaém
Co-padroeiro de Itanhaém
São José de Anchieta viveu em Itanhaém durante o século XVI, entre 1563 e 1595, o que fez com que a cidade ficasse conhecida como a ‘Terra de Anchieta’. Por causa da importância, 9 de junho, data em que ele morreu, tornou-se feriado municipal – ocasião em que missas e homenagens são realizadas.
A data foi declarada feriado municipal pela Lei n° 3.533, de 2 de julho de 2009. Já a Lei n° 3.928, de 2 de junho de 2014, proclamou São José de Anchieta como co-padroeiro da cidade.
Quem era José de Anchieta?
São José de Anchieta
Prefeitura de Itanhaém
Nascido em 19 de março de 1534 em La Laguna, Tenerige, região das Ilhas Canárias, na Espanha, José de Anchieta era filho de guerreiros. Um de seus irmãos defendeu o estandarte de Tércios de Flandres, que lutava pela unidade religiosa nos campos da Espanha.
Anchieta era acanhado e recitava poesias em latim, o que fez com o pai dele reconhecesse que não manifestava aptidão à carreira militar, vindo a matriculá-lo no Colégio das Artes da Companhia de Jesus, em Portugal.
O percurso religioso começou aos 14 anos, quando foi ao colégio em Coimbra. Anchieta chegou ao Brasil em 1553 e percorreu o litoral paulista, catequizando os indígenas, batizando e ensinando.
Em 9 de junho de 1597, morreu em Reritiba, atual Cidade de Anchieta, no Espírito Santo. Ele foi beatificado em 1980 e canonizado em 2014.
Canonizado em 2014
Arte Padre Anchieta
G1
Cama de Anchieta, em Itanhaém
Prefeitura de Itanhaém
Oração a Santo Anchieta
“Senhor, Nosso Pai, através de vosso servo José de Anchieta evangelizastes o nosso Brasil. Ele amou os pobres e sofredores, amenizando e curando seus males e foi solidário com os índios, ajudando-os a Vos conhecer e amar em sua própria língua e costumes. Neste momento, ó Pai querido, por intercessão de Santo Anchieta, eu vos peço a Graça (indicar a graça)… Fortalecido pela mediação de Nossa Senhora, que ele muito amou em sua vida. Amém.”
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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