Maduro culpa, mais uma vez, o clima seco para justificar a crise no depauperado sistema de energia do pa\u00eds. Especialistas, por outro lado, apontam corrup\u00e7\u00e3o e falta de investimentos no setor el\u00e9trico Inseguran\u00e7a energ\u00e9tica: fornecimento de energia da Venezuela apresenta falhas
\nO regime de Nicol\u00e1s Maduro reduziu a jornada de trabalho do servi\u00e7o p\u00fablico de 40 horas para apenas 13,5 horas, o que significa que o funcion\u00e1rio dar\u00e1 expediente apenas tr\u00eas vezes na semana, das 8h \u00e0s 12h30.
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\nMais uma vez o ditador responsabilizou a emerg\u00eancia clim\u00e1tica pela crise energ\u00e9tica que afeta o pa\u00eds, para tomar uma medida que j\u00e1 \u00e9 recorrente entre os venezuelanos e assegurar o m\u00ednimo de estabilidade no depauperado setor el\u00e9trico.
\nNas duas \u00faltimas d\u00e9cadas a\u00e7\u00f5es semelhantes foram decretadas pelo chavismo, em resposta a graves crises energ\u00e9ticas. H\u00e1 seis anos, um apag\u00e3o deixou 80% do pa\u00eds \u00e0s escuras durante v\u00e1rios dias. O regime joga a culpa no clima e \u00e0s vezes alterna a responsabilidade com acusa\u00e7\u00f5es de sabotagem.
\nEspecialistas, contudo, atribuem a crise no setor \u00e0 combina\u00e7\u00e3o de neglig\u00eancia, corrup\u00e7\u00e3o e falta de investimentos. O sistema el\u00e9trico do pa\u00eds depende da usina hidrel\u00e9trica Sim\u00f3n Bol\u00edvar e do reservat\u00f3rio de Guri, que est\u00e1 com n\u00edvel muito baixo, agravado pela seca. Em cidades do interior, moradores j\u00e1 enfrentam apag\u00f5es de no m\u00ednimo quatro horas por dia.
\n\u201cO governo sempre usa desculpas grosseiras como causas meteorol\u00f3gicas e zool\u00f3gicas e sabotagens sem sabotadores\u201d, ponderou o especialista em setor el\u00e9trico Jos\u00e9 Aguilar.
\nO racionamento de energia e trabalho no setor p\u00fablico passou a vigorar na segunda-feira (24) e est\u00e1 previsto para durar seis semanas, com a perspectiva de ser renovado. Exclui os funcion\u00e1rios do setor educacional, abalado pelo \u00eaxodo de mais de 70% dos professores das salas de aula.
\nEm 2019, a redu\u00e7\u00e3o da jornada de trabalho para economizar energia se mostrou incipiente: n\u00e3o evitou apag\u00f5es, al\u00e9m de piorar a qualidade de vida dos venezuelanos.
\nO panorama econ\u00f4mico agora se agrava pela a\u00e7\u00e3o do governo Trump, que imp\u00f4s uma tarifa de 25% aos pa\u00edses que negociarem petr\u00f3leo e derivados com a Venezuela, provocando a maior queda do bol\u00edvar em quatro anos.
\nEmpresas multinacionais, como a Chevron, j\u00e1 anunciaram a sa\u00edda do pa\u00eds. Trata-se de mais uma ofensiva para sitiar o chavismo. Resta saber se, desta vez, funcionar\u00e1.
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\nLeonardo Fernandez Viloria\/Reuters
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