Alunos denunciam má qualidade do bandejão da USP em Piracicaba e pedem fim da terceirização do restaurante universitário


Grupo afirma que problema com fornecimento da alimentação ocorre desde 2016, quando o serviço deixou de ser operado pela própria universidade. Manifestação de alunos por melhoria na qualidade da alimentação na Esalq/USP
GT Rucas/Esalq-USP
A qualidade da alimentação fornecida aos estudantes no restaurante do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) tem sido motivo de protestos nos últimos dois anos, ao menos.
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Nesta última quinta-feira (28), um grupo de alunos, que se intitula GT Rucas, se reuniu em frente ao prédio Central para conversar com o prefeito da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), após os alunos denunciarem que tiveram o fornecimento de alimentação interrompido no restaurante universitário do campus.
O diálogo com a administração da unidade busca o fim da terceirização do serviço. Segundo Samuel Horta, representante do GT Rucas, a última empresa contratada por meio de pregão ficou uma semana à frente do oferecimento do bandejão.
Publicação do DCE da USP pedindo o fim da terceirização do bandejão da Esalq
Reprodução/ Instagram
Compra de marmitas
Quando há interrupção da prestação de serviço no restaurante, os alunos recebem marmitas.
“Batemos na tecla que o serviço precisa deixar de ser terceirizado Não funciona, são promessas e promessas. Após dois meses, a nova empresa assumiu o posto no dia 23 de novembro e não conseguiu ficar uma semana. Os estudantes já estavam na fila do Rucas, quando foi anunciado que não iriam abrir o restaurante. Ontem [28 de novembro] à noite, o prefeito comprou marmitas de Americana (SP). [Sobre a interrupção], primeiro, alegaram que não tinha funcionário para operar, depois disseram que a marmita tinha fungo”, relatou o representante dos alunos.
Manifestações anteriores
O grupo GT Rucas foi criado em assembleia geral dos estudantes da Esalq, no final de março de 2022. Em maio de 2022, os alunos realizaram atos pela melhora das condições de alimentação no campus.
ARQUIVO: Alunos durante atos pela qualidade da alimentação no campus da USP em Piracicaba, em 022
Claudia Assencio/g1
“Não é um caso isolado. Acontecimentos como esse ocorrem há muito tempo. Todo aluno da Esalq sabe que a questão do Rucas, o restaurante universitário do campus, vem se desenrolando desde 2016, quando a unidade foi terceirizada. Antes, o restaurante era operacionalizado pela própria Usp”, disse.
Segundo o grupo de estudantes, a qualidade do cardápio oferecido decaiu após a terceirização do serviço. “A alimentação não tem o valor nutricional necessários. Vem aquela montanha de arroz, 80 % é só arroz. De salada e sobremesa, o prato é fraco. Tem pouquíssimo feijão”, descreve.
De acordo com o representante do GT Rucas, ao menos, duas empresas já foram contratadas para prestação de serviços de alimentação no campus desde 2022. Mas, segundo ele, entram nos certames com valores baixos e, depois, não conseguem seguir com o oferecimento ou cumprir cláusulas exigidas dos editais. Algumas são multadas por irregularidades.
ARQUIVO: Faixa com a palavra ‘fome’ pendurada na escadaria externa da Casa do Estudante da Esalq, em 2022
Claudia Assencio/g1
“As empresas não conseguem se manter porque é um sistema que não funciona. A empresa entra com um valor muito baixo, depois percebe que não consegue operar com esse preço. Não conseguem cumprir e acabam rescindindo varias cláusulas do contrato. Vão sofrendo multas, tendo prejuízos. Reduzem ao máximo o número de funcionários. Não conseguem atender. E são os alunos ficam reféns”, pontuou.
A última empresa fornecedora da alimentação no campus saiu há cerca de dois meses. “Quando uma empresa interrompe o contrato, não consegue contratar outra com rapidez”, acrescenta Horta.
“Enquanto estava no processo de licitação para contratar outra, a prefeitura do campus começou a o contratar fornecimento de marmita de uma empresa de Americana (SP), que inclusive, já tinha operado antes e saído por irregularidades. A reitoria da USP, muitas vezes, nem fica sabendo desse cenário”, observa.
O g1 questionou a Esalq/USP sobre a situação na quinta (28) e nesta sexta-feira (29), mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
ARQUIVO: Manifestação de estudantes da Esalq/USP por problemas na alimentação, em 2022
Claudia Assencio/g1
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