Caso Florencia Aranguren vai à júri popular em Búzios


A Justiça ainda não definiu data, mas deve acontecer no próximo ano. Defesa teve recurso para anular a sentença de Carlos José França negado. Florencia Aranguren, de 31 anos, e Tronco. Ela foi morta a facadas em uma trilha da praia de José Gonçalves, em Armação dos Búzios
Arquivo pessoal
Justiça decidiu que caso de feminicídio contra a argentina Florencia Aranguren, morta a facadas em dezembro do ano passado quando fazia uma trilha para a praia de José Gonçalves, vai à júri popular em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
Para a acusação, apesar do empenho da defesa do réu em apresentar diversos recursos, a fim do caso cair no esquecimento, “a decisão de primeira instância foi confirmada pelo Tribunal de Justiça e o réu foi pronunciado e irá ao Tribunal do Júri. Ainda sem data, mas acreditamos que seja no próximo ano”, disse a advogada Carla Policarpo.
A defesa do réu apresentou um recurso solicitando a anulação da sentença de pronúncia de Carlos José França, mas a 2ª Vara da Comarca de Búzios rejeitou.
A defesa alega que apesar do resultado do exame de DNA comprovar que o material genético colhido na unha da vítima pertencia ao acusado, as provas colhidas no local do crime não teriam sido lacradas individualmente, o que provocaria a invalidez das provas.
Segundo a decisão do juiz Danilo Borges, caberá aos jurados analisar todas as provas apresentadas e também .
“Os elementos de prova colhidos conferem um quadro indiciário que autoriza a submissão do acusado a julgamento perante a sessão plenária do Tribunal do Júri”, diz um trecho da decisão.
A decisão manteve a prisão do acusado já que “nenhuma das medidas cautelares da prisão se mostram suficientes para garantir a ordem pública, ou seja, evitando que o acusado pratique novos crimes, o impedimento que o réu exerça influência sobre as testemunhas e também garantir a aplicação da lei penal, em caso de condenação pelo tribunal do Júri.
A primeira audiência de instrução e julgamento do caso aconteceu em janeiro deste ano e durou cerca de quatro horas. Foram ouvidas dez testemunhas, de acusação e defesa, entre elas, a irmã da vítima. A família de Aranguren, que é da Argentina, participou de forma on-line.
Com cartazes e fotos, o Movimento Feminista de Búzios também relembrou outros casos de feminicídio registrados na cidade
Juan Lessa/g1
O crime
A argentina Florencia Aranguren, de 31 anos, era trapezista e estava morando há apenas três dias na cidade de Búzios quando foi assassinada, no dia 6 de dezembro de 2023.
A vítima caminhava com o cachorro na trilha que leva à Praia José Gonçalves. Câmera de segurança mostra ela passando por um rua minutos antes do acusado, que seguia de bicicleta.
Suspeito do crime passa de bicicleta pelo mesmo trajeto da argentina que passeava com o cachorro 23 minutos depois no bairro José Gonçalves, em Búzios
Imagens cedidas por Folha de Búzios
Foram agentes da Guarda Municipal que encontraram Florencia caída no chão, já sem vida, e com o cachorro dela junto ao corpo.
O cachorro, chamado Tronco, reagiu ao ver Carlos José, que foi preso em flagrante pela Polícia Militar no mesmo dia do crime e levado até o corpo da vítima.
Cachorro foi encontrado sujo de sangue ao lado de argentina encontrada morta em trilha para praia em Búzios
Arquivo pessoal
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