Motorista que atropelou e matou PM após postar vídeo bebendo cerveja volta à prisão; entenda


Ruan Malavazi Gois, de 32 anos, descumpriu uma das medidas cautelares impostas no alvará de soltura ao ser flagrado pela Polícia Militar dirigindo um carro. Condutor sem habilitação atropelou Bruna Magalhães Jurasky, de 36, na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente (SP). Motorista que atropelou e matou PM após postar vídeo bebendo cerveja volta à prisão
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O motorista Ruan Malavazi Gois, de 32 anos, que publicou um vídeo consumindo bebida alcoólica antes de atropelar e matar a soldado da PM Bruna Magalhães Jurasky, de 36, voltou à prisão após descumprir uma das medidas cautelares impostas no alvará de soltura. Conforme apurado pelo g1, ele foi pego pela Polícia Militar dirigindo um carro sem habilitação.
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Bruna pilotava uma motocicleta na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente (SP), quando foi atingida pelo carro conduzido por Ruan. O caso aconteceu em 17 de agosto. A vítima foi socorrida ao Pronto-socorro de Cubatão (SP), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O motorista não tinha habilitação e colidiu com a PM após invadir a pista na contramão. Ruan foi preso em flagrante por embriaguez ao volante e homicídio culposo [quando não há intenção de matar].
Em 7 de setembro, ele conseguiu um alvará de soltura e passou a seguir algumas medidas cautelares com o uso da tornozeleira eletrônica. Entre as condições, o acusado estava proibido de frequentar locais que servem bebidas alcoólicas e obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A equipe de reportagem apurou que Ruan foi abordado pela PM enquanto dirigia um veículo em Diadema (SP), no último dia 22. O advogado Fabio Hypolitto, responsável pela defesa do acusado, afirmou que o cliente é mecânico e estava apenas testando um carro.
De volta à prisão
Segundo o documento da decisão obtido pelo g1, a Polícia Civil informou sobre o descumprimento da medida cautelar e o Ministério Público (MP) pediu que Ruan voltasse ao sistema prisional. A solicitação foi acatada pela 2ª Vara Criminal de São Vicente, que expediu um mandado de prisão preventiva contra o homem.
O acusado não chegou a ser detido no dia do flagrante. De acordo com o advogado, Ruan foi conduzido ao presídio após ir até o Poder Judiciário de São Vicente na quarta-feira (27). “Ele vinha cumprindo rigorosamente todas as cautelares e se apresentou espontaneamente em virtude de sua lealdade com a Justiça”, afirmou Fabio.
O advogado destacou que vai recorrer da decisão com a justificativa de que o caso foi registrado como homicídio culposo e, segundo ele, a prisão preventiva não deve ser aplicada quando o acusado não teve a intenção de matar.
Versão do motorista
Vídeo mostra motorista que atropelou soldado bebendo com amigos horas antes do crime
De acordo com o boletim de ocorrência, Ruan apresentava sinais de embriaguez, no entanto, se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Em interrogatório na delegacia, ainda segundo o BO, o motorista informou que estava saindo da casa de uma namorada, no bairro Jardim Rio Branco. Ele alegou que a neblina fez com que entrasse na pista errada da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega e colidisse de frente com a motocicleta da vítima.
Ruan confirmou não ser habilitado, mas disse que prestou todo o socorro à vítima e não estava alcoolizado. No entanto, conforme relatado no registro policial, ele não ofereceu apoio a Bruna, tendo em vista que não acionou o 190 para informar sobre o acidente.
O artigo 301 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que um condutor que prestar socorro imediato e completo à vítima de um acidente não pode ser detido em flagrante e nem ser exigido a pagar fiança. Apesar disso, diante dos fatos, ele foi preso em flagrante pela Polícia Civil.
Soldado da PM morreu após ser atingida por homem embriagado, sem habilitação e que estava na contramão
PM/Divulgação
Justiça
Em 18 de agosto, a detenção foi convertida em preventiva pelo Poder Judiciário. Ele conseguiu um alvará de soltura em 7 de setembro e foi preso novamente na quarta-feira (27) após descumprir uma das medidas cautelares.
Conforme apurado pelo g1, a família de Bruna entrou na Justiça para que Ruan seja levado a júri popular. O marido dela acionou o advogado Gustavo Alves, do Capano e Passafaro Advogados Associados, que vai atuar como assistente de acusação no caso, ou seja, um contratado para defender os interesses da família ou vítima no processo penal.
Vídeo
Horas antes do acidente, o motorista que invadiu a pista contrária e atropelou a soldado publicou um vídeo enchendo um copo, diante de uma mesa com diversas garrafas de bebidas alcoólicas (assista acima).
Atrás do motorista, uma mulher aparece com duas crianças, além de outros três homens. Ruan estava bebendo em frente ao mesmo carro que dirigia quando atropelou a vítima. Com base nas informações divulgadas pelo homem nas redes sociais, ele é natural de São Paulo e morava na capital paulista.
Bruna Jurasky morreu a caminho do trabalho no litoral de SP
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Policial militar
O g1 apurou que Bruna atuava na 4ª Cia do 21° Batalhão de Polícia Militar do Interior e estava de folga naquele dia, mas decidiu fazer jornada extra. Depois da colisão frontal, a vítima foi socorrida ao Pronto-socorro de Cubatão, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
A Polícia Militar lamentou a morte da soldado e prestou condolências à família, aos amigos e colegas de trabalho, bem como à comunidade policial militar. A agente deixou o marido e dois filhos pequenos.
O velório e sepultamento de Bruna foram realizados em 18 de agosto.
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