Com equipamento parado, Hospital Mário Gatti tem 180 pacientes à espera de radioterapia em Campinas


Procedimento é usado no combate a cânceres. Unidade hospitalar teve atrasos no serviço após encerramento de contrato com prestadoras em outubro de 2023. Fim de contrato com empresa gera atraso no início de tratamentos no Hospital Mário Gatti
Com equipamento parado após o fim do contrato com as empresas prestadoras do serviço, o Hospital Mário Gatti, em Campinas (SP), possui 180 pacientes à espera do tratamento de radioterapia. O procedimento é usado no combate a cânceres.
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👥 Segundo a Rede Mário Gatti, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) possui 85 pacientes em tratamento com radioterapia, e não há fila de espera para consulta em quimioterapia. Para fazer a radioterapia, porém, existe uma longa demora.
👉 Isso porque o equipamento usado no procedimento ficou parado por cinco anos. De acordo com os responsáveis, o motivo era uma reforma no prédio. A máquina voltou a operar em outubro de 2023, mas os contratos com empresas prestadoras do serviço venceram no mesmo mês.
🧾 Ainda de acordo com a rede, dois serviços foram credenciados e assinarão contratos nos próximos dias para retomada dos atendimentos até quarta-feira (24). O valor do contrato é de R$ 769,9 mil, pelo período de seis meses, e inclui consultas, exames, diagnóstico, simulações e tratamentos.
“Essa responsabilidade [de planejamento] é minha, e não faltou esforço da minha parte para tentar ir atrás dessas empresas. Esse é o tempo de espera que a gente conseguiu para fazer um novo chamamento, chamar empresa e começar a tratar os pacientes”, diz o supervisor da Unacon, Salvador Afonso Fernandes Pinheiro.
Radioterapia é utilizada no combate a cânceres
Reprodução/EPTV
‘Não tem para onde correr’, diz paciente
Mas quem tem câncer tem pressa. Donaldo Gomes, de 73 anos, foi diagnosticado com a doença no ano passado e, em novembro, o oncologista solicitou a quimioterapia intercalada com radioterapia. Desde então, o paciente aguarda ser chamado para o tratamento.
“Deixei o pedido lá e fiquei tranquilo, esperando a chamada, e estou esperando até hoje. […] Eu fico impotente, porque não tem para onde correr. […] Vai piorar a situação, eu fiquei aguardando, estou aguardando. No banheiro eu já não faço mais, não posso sair de casa mais”, lamenta.
Dependendo da região do corpo e do estágio da doença, o câncer causa dores, como conta o aposentado Martinho Fortes. Diagnosticado com um tumor no intestino grosso em setembro, ele deveria ter começado o tratamento em outubro, mas ainda não conseguiu.
“Não dá para dormir, tomo remédio um em cima do outro. Quando dói, eu tomo remédio porque não aguento a dor. É insuportável. […] [Quero que] resolva logo. Fica para lá e para cá, amanhã e depois, não vira. A doença vai se agravando, fica pior”, diz.
A radioterapeuta Karina Ishikawa explica que o tratamento com radioterapia é uma parte importante do combate aos tumores – e a falta dele pode trazer consequências graves para os pacientes.
“Quando a gente tem um atraso ou a não realização do tratamento dos pacientes que têm indicação da radioterapia, isso acarreta, possivelmente, numa progressão da doença, e isso pode causar um malefício para o paciente. Os pacientes podem evoluir para uma piora do quadro clínico, com dor, com pressão”, destaca.
Donaldo Gomes, de 73 anos, espera tratamento com radioterapia desde novembro de 2023
Reprodução/EPTV
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