O que se sabe sobre o impasse que impede o fim da greve dos motoristas de ônibus na Grande São Luís


Entenda tudo o que está acontecendo nos bastidores e que mantém a paralização do transporte público em toda a Região Metropolitana. Terminal de ônibus vazio em São Luís durante a greve dos motoristas do transporte coletivo
Reprodução/TV Mirante
A greve dos motoristas de ônibus chegou ao 2º dia na Região Metropolitana de São Luís ainda com um impasse entre a categoria, empresários, e o poder público.
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Há reuniões entre as partes a fim de que seja possível um acordo para o fim da greve, mas ainda não houve consenso.
O que motivou a greve?
O que os motoristas buscam?
O que dizem os empresários e o poder público?
Qual a decisão da Justiça?
Por que não há 50% dos ônibus nas ruas?
Qual a perspectiva para o fim da greve?
Confira abaixo o que se sabe o que ainda falta saber sobre a paralização:
1. O que motivou a greve?
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA), os empresários planejavam reduzir os direitos trabalhistas dos motoristas e cobradores, agora no início do ano, o que motivou a paralização por tempo indeterminado.
Segundo o sindicato, os empresários propuseram a retirada de R$ 200 do valor atual do ticket alimentação, que é de R$ 817 (em média), assim como não iriam reajustar o salário dos trabalhadores este ano.
2. O que os motoristas buscam?
De acordo com o STTREMA, a reinvindicação da categoria é ter um aumento no valor do ticket alimentação e ter um aumento salarial de 15% a 20% em 2024.
No entanto, em recente reunião entre os motoristas, existe a vontade de aceitar um reajuste que fosse de 8% a até 10%, assim como a garantia da manutenção dos empregos dos motoristas e cobradores.
O sindicato também quer que o motorista que dirige e ainda cobra o dinheiro ganhe mais, pois estaria realizando dupla função.
Rodoviários discutem circulação de 50% da frota de ônibus em 2º dia de greve na Grande São Luís
Juvêncio Martins/TV Mirante
3. O que dizem os empresários e o poder público??
Diante do pedido do sindicato dos motoristas e cobradores, o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) se reuniu com a Prefeitura de São Luís (responsável pelos ônibus que rodam apenas em São Luís) e o Governo do Maranhão (responsável pelos ônibus que rodam na Região Metropolitana), a fim de verificar uma forma de atender.
Em situações de impasse entre empresários e motoristas, as empresas cobram um aumento em sua fonte de renda, ao poder público, responsável por fixar o valor das passagens de ônibus na Grande São Luís.
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O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), foi às redes sociais e disse que não haveria aumento de passagem. Para isso, o município iria assumir o pagamento percentual de reajuste negociado entre os rodoviários e as empresas.
Já a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), do Governo do Maranhão, emitiu uma nota dizendo que aguarda o acordo entre a SET e o STTREMA para tomar uma decisão, e que mantém o compromisso de não realizar reajustes nas passagens de ônibus.
Greve dos motoristas de ônibus mudou a rotina dos moradores na Grande São Luís
Montagem/g1
O g1 apurou que a MOB pretende, a princípio, seguir o que for acordado entre os sindicatos e a Prefeitura de São Luís.
4. Qual a decisão da Justiça?
Diante dos transtornos causados pela falta de transporte público, que é um serviço essencial, na segunda (5) o desembargador Francisco José de Carvalho Neto, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16) determinou que 50% da frota dos coletivos circulasse na Ilha de São Luís durante o período da paralisação.
Em caso de desobediência, será aplicada uma multa diária no valor de R$ 30 mil ao STTREMA. Além disso, o TRT-16 decretou a proibição de atos de vandalismo ou qualquer prática que impeça a prestação do serviço de transporte público na Grande Ilha de São Luís, como operações “tartaruga”, “catraca livre” ou piquetes, também sob pena de multa diária de R$ 30 mil.
Uma das opções dos usuários durante a greve dos rodoviários na Grande São Luís é a utilização de mototáxis
Murilo Lucena/TV Mirante
Apesar da determinação da Justiça, os passageiros que foram em busca do transporte público estão há dois dias sem ônibus em circulação.
5. Por que não há os 50% dos ônibus nas ruas?
O presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, Marcelo Brito, afirmou que deveria haver a metade dos ônibus do transporte público circulando nesta quarta-feira (7).
Essa seria uma orientação do próprio presidente, segundo o STTREMA, após as recentes reuniões com a classe dos empresários, a fim de cumprir a decisão judicial.
No entanto, em nota ao g1 nesta quarta (7), o STTREMA também afirmou que é a categoria que se recusa a voltar a colocar os ônibus nas ruas, até que as exigências sejam atendidas.
“Sobre a determinação do TRT-MA, o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informa que dialogou com os trabalhadores, para que fosse garantido o percentual de 50% da frota de ônibus circulando em São Luís, mas a decisão final é da categoria, que aguarda uma contraproposta da patronal, assegurando todos os direitos dos Rodoviários”, diz a nota.
6. Qual a perspectiva para o fim da greve?
Diante do impasse que ainda existe entre empresários, motoristas e o poder público, o STTREMA afirma que aguarda uma reunião, marcada para esta quarta-feira (7), que seria entre os empresários e o poder público.
Nessa nova reunião, a Prefeitura de São Luís iria dizer como iria fazer para que as empresas possam atender ao mínimo exigido pelos trabalhadores do transporte público.
Até que essa nova reunião aconteça, os motoristas e cobradores dizem estão aguardando serem chamados para que, enfim, escutem a contraproposta dos empresários e possivelmente declarem o fim da greve.
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