Companhia de Água de Roraima inicia perfuração de 50 poços para reforçar abastecimento durante a estiagem


Perfurações de novos poços é considerada emergencial, mas ocorre quase quatro meses após ter sido anunciada pelo governo. Obras vão custar R$ 12 milhões aos cofres públicos e não tem previsão para ser concluída. Perfuração de novos poços serão na capital Boa Vista e no interior
Igor Jácome/g1/Arquivo
A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) informou nesta quarta-feira (7) que vai iniciar nesta semana a perfuração de 50 poços artesianos nos pontos mais críticos afetados pela estiagem em Boa Vista e no interior do estado. A medida é considerada emergencial, porém, a Companhia não deu previsão sobre quando o trabalho deve ser concluído.
As perfurações ocorrem quase quatro meses após ter sido anunciada pela Caer. As obras vão custar R$ 12 milhões aos cofres públicos – uma média de R$ 240 mil por poço. O trabalho será feito pela empresa Cepal – Construtora de Poço Artesiano e Serviço Ltda.
De acordo com o presidente da Caer, James Serrador, a demora em iniciar as perfurações ocorreu devido ao processo de licitação. Em média, cada poço demora cerca de 15 dias para ser perfurado.
“A Caer já concluiu a licitação dos poços artesianos, e agora ainda na primeira quinzena de fevereiro iniciaremos o cronograma de perfuração dos 50 novos poços que vão atender tanto a capital Boa Vista como também o interior do Estado, nas localidades em que Companhia opera”, disse.
Em Boa Vista serão perfurados 20 poços. Inicialmente, um poço no bairro Jóquei Clube e um no Jardim Floresta, todos com áreas pré-definidas nos bairros para receber a estrutura. Nas áreas dos Centros de Reservação e Distribuição, a empresa também vai reforçar o abastecimento aumentando a quantidade de poços, perfurando duas unidades no CRD Pintolândia, duas no CRD Tancredo Neves e três no CRD Cidade Satélite.
No interior serão atendidos os munucípios de Pacaraima, com a perfuração de dois poços; a Vila Campos Novos, em Mucajaí, com mais dois poços; e Rorainópolis, com a perfuração de mais três poços artesianos.
Situação é considerada ‘crítica’
A Caer avalia como crítica a situação de abastecimento de água no estado em razão da estiagem, que tem afetado as barragens, reservas e produção de água potável, especialmente, no interior. A Companhia atribui o problema ao fenômeno climático El nino.
“Já estamos vivendo uma situação crítica por conta da forte estiagem que acontece no nosso estado, com uma redução drástica do nível do Rio Branco, já praticamente com o nível negativo, aliado à redução da produção dos poços e aumento do consumo em função do calor. Estamos envidando todos os nossos esforços operacionais para atenuar a situação, que somente será resolvida com a recomposição do lençol freático, quando houver chuva suficiente”, declarou o presidente.
Obra para interligar rede dos bairros Aracelis e São Bento
O sistema de monitoramento da Caer detectou ponto crítico de abastecimento na divisa dos bairros Aracelis e São Bento, que receberão, esta semana, obras de interligação de 1.100 metros de rede de 250 mm a partir da Avenida Brasil. O investimento é de R$ 1,5 milhão.
O presidente ressaltou que a empresa está monitorando o sistema de abastecimento de todos os bairros na capital e identificou baixa pressão em muitos locais, apresentando entre 4 a 5 MC (metros por coluna de água), quando o recomendado é de 10 MC², o que está gerando reclamações por parte dos clientes.
*Reportagem em atualização
*Estagiária sob supervisão e edição de Valéria Oliveira
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