Incêndios no Chile: brasileiro relata cenário apocalíptico, cenas à lá ‘The Walking Dead’, carros em direção contrária e botijões explodindo


Focos de incêndios mortais que devastaram as cidades de Valparaíso e Viña del Mar destruíram mais de 15 mil moradias. Já são mais de 130 mortos e 300 desaparecidos. Trata-se da maior tragédia chilena desde 2010, quando um terremoto de magnitude de 8,8 graus, o sexto mais forte registrado na história no mundo, gerou um tsunami no litoral do país. Agora, neste início de fevereiro de 2024, mais de uma década depois, outra tragédia assola o Chile: focos de incêndios mortais que devastaram as cidades de Valparaíso e Viña del Mar e destruíram mais de 15 mil moradias.
Morador de Viña del Mar, o brasileiro Cleo Menezes Júnior descreve, em entrevista ao podcast O Assunto desta quarta-feira (7), que a geografia da região, com muitos morros e montanhas, o que dificultou que ele tomasse dimensão da tragédia.
“O desespero aconteceu quando […] eu subi a rua e, quando eu cheguei ali, olhei em direção ao parque, que eu vivo perto do parque do Jardim Botânico, e vi fogo dali perto, que ali, eu nunca tinha visto. Eu tava muito perto, nunca tinha visto aquela cena. Foi que eu eu me assustei.”
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Jornal Nacional/ Reprodução
O fogo começou em uma área no Parque Nacional Peñuelas, uma grande reserva florestal. Rajadas de vento de até 80 km/h foram empurrando as chamas mais para dentro, para a área mais habitada da região. Outros dois pontos contribuíram para os incêndios: o tempo seco, característico do Chile, e o forte calor.
“Não sei se vocês já viram a série ‘The Walking Dead’, cenas assim, de carros amontoados e em direção contrária, abandonados… Basicamente essa era a cena inicial: bombeiro tentando passar e as pessoas já na rua oferecendo água para molhar o rosto. E aí já começava o cenário que eu ia viver durante as próximas horas.”
Já são mais de 130 mortos e 300 desaparecidos (muitas vítimas só serão reconhecidas por meio de testes de DNA). As ruas estão cobertas de cinzas e carros carbonizados. O governo decretou estado de emergência.
“Uma das cenas mais comuns é gente de carro, né? Tipo, nessas horas, você pegar o carro [é o] mesmo que pedir para não conseguir ir a lugar nenhum, todo mundo tem a mesma ideia e você termina engarrafado”, disse ele.
“Mas o problema não foi dentro do bairro. O problema foi sair do bairro, aí que foi onde estava o desespero, porque até ali a gente estava sendo rodeados por focos de incêndio, mas pra pra sair do bairro, a gente teve que passar pelos focos de incêndio”, complementou.
Ouça a íntegra do episódio aqui.
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Mais de 500 pessoas morreram e 800 mil foram atingidas pelos fenômenos — o governo precisou decretar estado de emergência. Parecia que o céu incendiava e cuspia fogo. Mais de 15.000 moradias viraram cinzas e ruínas. Falta luz, água e moradores têm dificuldade para recomeçar, porque as ruas estão cobertas e cinzas, escombros e carros carbonizados.
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou: Sarah Resende.
VEJA CORTES DO PODCAST O ASSUNTO EM VÍDEO
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