Casas de pioneiro alemão que chegou em Foz do Iguaçu após 1ª Guerra Mundial devem virar museu neste ano


Local fica na área central da cidade. Casas pertencem a familiares de Harry Schinke, primeiro fotógrafo e farmacêutico da cidade. Casas de mais de 100 anos de pioneiros alemães de Foz do Iguaçu podem ser transformadas em museu
Reprodução RPC
Duas casas, de mais de 100 anos, localizadas no coração de Foz do Iguaçu e cercadas pela natureza, podem ser transformadas em museu ainda neste ano. Nelas viveram pioneiros alemães no início do século passado. Ambas estão em processo de desapropriação.
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Em uma das casas viveu o patriarca Harry Schinke, alemão que veio ao Brasil logo depois da Primeira Guerra Mundial. Ao escolher a fronteira para viver com a família, ele se tornou o primeiro farmacêutico do município e também fotografo. Na outra casa, ao lado, viveu a filha dele, Laly Schinke.
Assim que os imóveis forem restaurados, moradores e turistas terão a oportunidade de conhecer um outro lado da história da cidade.
“A expectativa é pautar a votação do tombamento das casas Schinke como patrimônio cultural material do município até o fim do ano”, afirmou o presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, Pedro Louvain.
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As fotos de Harry Schinke
São de Harry Schinke os primeiros registros da fronteira, como por exemplo, a Igreja São João Batista em chamas (veja abaixo) e anos depois, a foto da matriz em construção, assim como o porto que existia na época, além de soldados marchando ela Avenida Brasil que tinha poucas casas.
Todas as fotos feitas por ele poderão ser vistas pelo público em breve.
Igreja São João Batista em chamas foi fotografada pelo alemão
Reprodução RPC
“Aqui nesse lugar se tem potencial para falar sobre saúde coletiva, fotografia, de imagens, de uma Foz do Iguaçu da década de 20, de 30. Um lugar extraordinário do ponto de vista histórico e cultural de Foz do Iguaçu”, afirmou Pedro Louvain sobre as casas.
Emocionado, o bisneto de Harry, Rafael Matteo Carinzio carrega o legado da família.
“Acabei conhecendo muito mais da minha família, descobri que a minha família passou uma época refugiada na Argentina, me emocionei na hora. Tinha uma historiadora que veio junto com o Pedro que foi o grande responsável por abrir nossos olhos, de mostrar esse lado museológico da coisa”, afirmou Rafael.
Casa da filha de Harry desapropriada
Casas de mais de 100 anos de pioneiros alemães de Foz do Iguaçu podem ser transformadas em museu
Reprodução RPC
Uma das casas que serão museu, é onde viveu Laly Schinke, uma das filhas de Harry. O local já foi desapropriado.
“Aqui também por um tempo funcionou a agência da Panair do Brasil, companhia aérea, aonde se comprava passagens para voos que saiam do Gresfi, antigo aeroporto e atualmente um clube. Então é um dos imóveis mais antigos que nós temos no município”, afirmou Pedro.
Casa da filha de Harry já foi tombada e em breve se tornará museu
Reprodução RPC
Agora, o próximo passo é desapropriar a outra casa, que foi de Harry. No imóvel ainda é possível encontrar poltronas, cama de madeira e móveis de cozinha e também o local onde Harry preparava os medicamentos.
“Emocionante, você não imagina que a sua família tenha tido tanta importância. É fascinante de certa maneira porque você olha e pensa ‘caramba, olha só'”, disse o bisneto Rafael.
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