A cem dias do Festival de Parintins, hotéis registram lotação com pacotes que chegam a R$30 mil


Mesmo com a alta demanda, ainda há alternativas disponíveis para quem deseja assistir presencialmente a disputa entre os bois Caprichoso e Garantido. Em 2024, cerca de 120 mil pessoas estiveram em Parintins durante período do festival e o número deve crescer para 2025.
Alex Pazuello/Euzivaldo Queiroz
A cem dias para o início do 58º Festival Folclórico de Parintins, a rede hoteleira de Parintins já registra lotação máxima com pacotes de hospedagem que podem chegar a R$ 30 mil, segundo levantamento feito pelo g1. Mesmo com a alta demanda, ainda há alternativas disponíveis para quem deseja assistir presencialmente a disputa entre os bois Caprichoso e Garantido.
Este ano, o festival acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho, no Centro Cultural de Parintins, conhecido como ‘Bumbódromo’.
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Segundo o Governo do Amazonas, no ano passado cerca de 120 mil pessoas estiveram em Parintins durante o período do festival e o número deve crescer para 2025. A alta demanda já é refletida no segmento de hospedagem. O g1 consultou dez hotéis e pousadas da cidade e todos os estabelecimentos afirmaram que não possuem mais vagas disponíveis para a semana da festa.
Por telefone, o gerente de um dos hotéis consultados afirmou que as reservas se esgotaram na semana seguinte ao fim do último festival, em julho de 2024. A maior parte dos estabelecimentos afirmaram ter atingido a lotação máxima de reservas em dezembro do ano passado, cerca de um mês antes do início da venda dos ingressos para o Festival de Parintins.
Os pacotes oferecidos variam na quantidade de pessoas permitidas por quarto e tempo de permanência. Quartos para duas pessoas custam, em média, R$ 827 a diária. Já os quartos para três ou mais pessoas são ofertados por, em média, R$ 1.093.
Um dos estabelecimentos hoteleiros abordados dispõe de uma casa com capacidade para até dez pessoas. A locação do espaço custa R$ 30 mil para um período de cinco dias, uma média de R$ 6.000 a diária.
A servidora pública Meylinie Bastos irá ao festival de Parintins pela primeira vez e resolveu reservar um quarto com mais três amiga na cidade. A servidora conta que conseguiu a reserva em setembro do ano passado e que, em um primeiro momento, se assustou com preço de R$ 5.000 pela hospedagem.
“Eu sempre tive essa vontade de conhecer a tão falada ilha dos bumbás, então após o festival do ano passado eu comecei a me planejar e no momento em que estava pesquisando os valores de quartos tive um impacto, mas para realizar essa vontade a gente pode fazer esse sacrifício pelo menos uma vez, temos que valorizar a nossa cultura”, relatou Meylinie.
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‘Hotel de redes’ é alternativa
Para as pessoas que buscam opções mais acessíveis ou que não conseguiram reservar um quarto a tempo, há outras opções de estadias, como os ‘hotéis de rede’ ou ‘redários’ – espaço coletivo onde é possível armar redes para dormir.
Uma das pousadas consultadas pelo g1 revelou que, para 2025, vai investir em um espaço para abrigar as redes pelo valor de R$ 150 por dia, com direito a café da manhã.
“Essa é a primeira vez que vamos abrir esse andar com esse redário. O turista pode entrar em contato tanto para fazer essa reserva ou mesmo quando já estiver em Parintins” explicou o proprietário.
Em 2024, o empresário Edmilson Prado decidiu apostar na ideia e montar um redário em um dos andares da pousada que administra. A vontade de oferecer hospedagem alternativa de baixo custo surgiu ao perceber o crescimento do número de turistas que vão a Parintins assistir os bois Caprichoso e Garantido.
“(Aqui) os visitantes podem relaxar em redes ou beliches, usufruir da natureza e do ambiente acolhedor de Parintins”, afirmou.
‘Hotéis de redes’ são opções de hospedagem acessíveis durante Festival de Parintins.
Ygson France/Amazonastur
Outra opção disponível é a hospedagem nos próprios barcos que transportam visitantes de diversos municípios do Amazonas até Parintins. Tradicionalmente, a compra do bilhete de embarque já dá direito a estadia no barco em áreas comuns onde é possível atar redes. Há também a opção de alugar quartos dentro da própria embarcação, com custo adicional.
O empresário Vanclei Aragão é dono de uma das maiores caravanas que vai de Manaus até Parintins pelos rios. Ele destaca que a hospedagem na embarcação é uma opção mais viável para o turista.
“A cada ano vem ficando mais escasso encontrar hospedagem disponível e quando se encontra é um valor muito alto que fica até fora dos padrões regionais, com isso, quando oferecemos o pacote de viagem com direito a hospedagem a um preço justo, o visitante já fica tranquilo”, destacou o empresário.
Compra do bilhete de embarque já dá direito a estadia no barco em áreas comuns onde é possível atar redes.
Divulgação/g1 AM
Moradores abrem as portas de casa
A alta demanda por hospedagem em Parintins durante o festival também é oportunidade para moradores da cidade fazerem uma renda extra com o aluguel de imóveis completos ou até quartos dentro da própria residência.
Esse é o caso da estudante de medicina Alda Rodrigues, que relatou ao g1 que aluga uma suíte dentro da casa da família para ajudar nas despesas do curso na Universidade Estadual do Amazonas (UEA). A estudante informou que os preços variam entre RS 4.500 até R$ 5.000 com capacidade de até cinco pessoas, durante as três noites do festival.
“Sempre alugamos apenas uma suíte. Este ano, por motivos de gastos maiores com formatura, decidimos alugar duas suítes”, informou a estudante.
Moradores de Parintins preparam as próprias casas para alugar
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