Microexplosão: entenda o que causou estragos em Nova Europa (SP)

Microexplosão atinge interior de São PauloReprodução/Metsul

A cidade de Nova Europa (SP) foi surpreendida por um forte temporal no último sábado (14), causando estragos significativos e levando a prefeitura a decretar situação de emergência. A tempestade, que durou cerca de 40 minutos, destelhou casas, derrubou árvores e deixou parte da população sem energia elétrica e água. A Defesa Civil confirmou que o evento foi provocado por uma microexplosão, um fenômeno meteorológico raro e de difícil previsão.

Segundo o site ClimaTempo, uma microexplosão é um fenômeno meteorológico intenso e localizado que ocorre durante tempestades severas. “Imagine uma grande quantidade de ar frio e pesado dentro de uma nuvem. Esse ar, carregado de umidade, de repente despenca em alta velocidade em direção ao solo”, disse em nota ao Portal iG.

Quando o ar atinge o chão, ele se espalha em todas as direções, provocando rajadas de vento extremamente intensas, que podem ultrapassar 100 km/h. A destruição causada por uma microexplosão pode ser comparada à de um tornado, com a diferença de que, enquanto os ventos de um tornado giram em espiral, os ventos de uma microexplosão sopram em linha reta.

O que causa o fenômeno?

Microexplosões costumam ser acompanhadas de chuva forte, raios e granizo, cenário que foi registrado em Nova Europa durante o temporal.

De acordo com o Climatempo, esse fenômeno ocorre quando há um forte resfriamento do ar dentro de uma nuvem de tempestade.

“Essas explosões de vento são perigosas. No entanto, costumam ocorrer junto com nuvens muito carregadas e tempestades severas, acompanhadas de chuva forte, raios e granizo. Cenário presente sobre a cidade no dia”, comenta o site.

Destruição em Nova Europa

A tempestade que atingiu Nova Europa provocou a queda de cerca de 150 árvores, três postes e duas caixas d’água, além de destelhar diversas residências. Segundo a Defesa Civil, a análise de imagens de satélite e dados de estações meteorológicas próximas apontou que as rajadas de vento atingiram aproximadamente 85 km/h, confirmando a ocorrência de uma microexplosão.

Diante da gravidade dos estragos, a prefeitura declarou situação de emergência neste domingo (16), com validade de 90 dias e possibilidade de prorrogação. Apesar dos danos, não há registro de desalojados. “Até o momento ninguém está sem moradia. As pessoas estão fazendo reparos em suas residências”, informou Elias Cazetto, assessor de comunicação da prefeitura.

O temporal também afetou serviços essenciais na cidade. As aulas na única escola estadual foram suspensas sem previsão de retorno. Já as escolas municipais continuam funcionando, embora oito salas tenham sido afetadas por infiltrações. “Algumas salas precisaram se juntar, pois houve muita infiltração pelas paredes”, explicou Cazetto.

O fornecimento de energia elétrica e água também foi comprometido em diversos bairros. A força dos ventos chegou a derrubar parte do muro da sede da CPFL Paulista, responsável pela distribuição de energia na região. Em nota, a companhia informou que o serviço já foi restabelecido para a maior parte dos clientes, mas que equipes ainda trabalham em casos isolados.

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