Justiça mantém prisão de advogado investigado por se apresentar como guia espiritual para abusar sexualmente de mulheres em Cuiabá


Defesa do investigado havia entrado com um pedido para a substituição da prisão preventiva para domiciliar, que foi negado pelo STJ. Luiz Antônio é investigado por abusar de mulheres durante encontros religiosos
Reprodução
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, manteve a prisão preventiva do advogado Luiz Antônio Rodrigues Silva, de 49 anos, investigado por abusar sexualmente de pelo menos 13 mulheres, entre elas uma adolescente, em Cuiabá, conforme uma decisão divulgada na última quinta-feira (18).
O g1 procurou a defesa de Luiz Antônio, que disse que ele ainda deve passar por uma decisão de mérito e que ambos seguem confiantes.
A defesa de Luiz entrou com um pedido para a substituição da prisão preventiva para domiciliar, que foi negado pelo ministro. O investigado está preso desde o dia 28 de setembro de 2023.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito atraía as mulheres para encontros espirituais em uma casa de umbanda e se aproveitava da crença religiosa para praticar os abusos.
De acordo com o depoimento das vítimas à polícia, o investigado alegava que os atos eram praticados por um ‘espírito encarnado’. Ao ser questionado a respeito, Luiz negava e dizia que o que aconteceu era na verdade um “trabalho sério”
Durante uma entrevista á TV Centro América, ele o investigado disse que as relações que tinha com as vítimas eram consensuais e que acredita que as acusações sejam planejadas.
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Relembre o caso
Luiz é investigado por abusar de mulheres durante encontros religiosos
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Luiz Antônio foi preso pela primeira vez no dia 5 de setembro de 2023, no entanto, foi solto um dia depois da prisão.
Na época, o suposto médium publicou um vídeo nas redes sociais informando que os trabalhos no local estão mantidos.
A segunda prisão ocorreu no dia 28 de setembro, após novas vítimas afirmarem terem sido violentadas por ele.
De acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) da capital, Judá Marcondes, o suspeito produzia conteúdos no Tik Tok e divulgava o próprio trabalho como líder religioso na plataforma. Em seguida, o homem marcava encontros com as vítimas em um local onde afirmava manifestar sua religiosidade, informou Marcondes.
Relatos
O g1 conversou com uma das vítimas, que não quis se identificar. Ela relatou que começou a frequentar o terreiro em maio de 2022.
O caso teria acontecido quando ela entrou em contato direto com o suposto médium, para que ele colocasse o nome dela na lista para receber o ‘passe’, nome dado a um processo de transmissão de energias por imposição das mãos. Ela contou que não estava bem durante a ocasião e o homem pediu para que ela fosse no local mais cedo para contar o que estava acontecendo.
“Comecei a chorar e ele perguntou se podia me dar um abraço. Depois, segurou minha cabeça, puxou para perto, beijou meu rosto, a minha boca e se afastou. Ele sentou na cadeira com um sorriso no rosto e eu fiquei em pé congelada, não sabia o que estava acontecendo”, disse.
A jovem relatou que perguntou para o homem por que ele tinha feito aquilo e que ela não consentia com a situação. Ele teria respondido que fez porque quis. “Ele deu uma risada e disse que eu estava deixando o que precisava passar e que podia dar tudo o que eu queria”, disse.
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