Júri de réu por matar personal trainer e deixar corpo em calçada na frente da casa dos pais é suspenso; entenda


Caso aconteceu em Montenegro. Ex-companheiro da vítima, que responde pelo crime, demitiu a advogada na noite quarta-feira (5). Débora Michels, de 30 anos, era personal trainer e foi encontrada morta em Montenegro
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O julgamento de Alexsandro Alves Gunsch, réu por matar a personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva, foi suspenso na manhã desta quinta-feira (6). O júri estava previsto para começar nesta quinta e ser concluído nesta sexta-feira (7).
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De acordo com a Justiça, Gunsch demitiu a advogada que o defenderia no júri e, sem representante legal, o julgamento não pode ter continuidade. Agora, o réu deve indicar novo advogado ou o estado ficará responsável por indicar um para ele. Quando isso ocorrer, o júri será remarcado e uma nova data será divulgada.
A sessão seria conduzida pela juíza Débora de Souza Vissoni, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Montenegro. Durante o julgamento, seriam ouvidas seis testemunhas – três de acusação e três de defesa – além do depoimento de um perito e do interrogatório do réu.
No final do julgamento, um conselho de sete jurados decidiria se Gunsch será condenado ou absolvido.
A acusação
A mulher de 30 anos foi encontrada morta no dia 26 de janeiro de 2024, em frente à casa dos pais, em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Relembre o caso abaixo.
Gunsch é acusado de homicídio qualificado por feminicídio (cometido contra mulher em contexto de violência doméstica e familiar), motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP), o réu teria cometido o crime de forma premeditada. A motivação seria “a irresignação com o término do relacionamento”.
“O fato do homem ter colocado o corpo da vítima na frente da casa de familiares causou um abalo moral, psicológico e emocional aos pais dela”, observa o promotor de Justiça Paulo Eduardo de Almeida Vieira, responsável pela denúncia.
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Débora Michels era personal trainer e teria sido morta pelo companheiro em Montenegro
Reprodução
Relembre o caso
Conforme o MP, Gunsch cometeu o crime na residência do casal, por volta das 3h do dia 26 de janeiro, de forma premeditada, por esganadura, ao levantar Débora do chão até que ela desfalecesse.
Logo depois, Gunsch teria abandonado o corpo em frente à casa dos pais de Débora, enrolada em um cobertor. A certidão de óbito atestou que a causa da morte foi asfixia mecânica.
O homem foi preso preventivamente dois dias após o crime. À polícia, ele teria confessado, dizendo que os dois começaram a discutir em casa, mas que a discussão acabou virando uma briga com mútuas agressões.
Segundo a investigação, Gunsch contou ter jogado a companheira contra um móvel. Ela teria perdido a consciência. Na sequência, ele teria levado a mulher para receber atendimento médico, mas, ao perceber que estava sem sinais vitais, teria decidido deixá-la numa calçada, em frente à casa dos pais dela.
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Quem era a personal trainer
Débora tinha um perfil voltado a dicas de exercícios e temas afins nas redes sociais. Ela era licenciada e bacharela em Educação Física, com especialização em musculação, ritmos, cross training, entre outros. Débora atuava desde 2011 como profissional do ramo.
A mulher mantinha um relacionamento com o acusado havia mais de 10 anos. Segundo a família da vítima, nenhum comportamento violento havia sido percebido. Quando soube da decisão da filha pela separação, o pai de Débora, Davi Rodrigues da Silva, decidiu conversar com o genro.
“‘Vai seguir tua vida’, eu falei para ele. ‘Pode arrumar uma companheira que vai te entender’, e ele, ‘não, perfeitamente’, ele me dizia, ‘perfeitamente, é isso aí mesmo que eu quero, já tô dando um jeito'”, disse Silva.
O pai de Débora contou que a filha já estava com suas coisas todas encaixotadas para a mudança, e que ele pretendia buscá-la – plano que foi interrompido.
“Nós íamos lá para pegar no outro dia de manhã [as coisas]. [O acusado] me joga ela morta na frente de casa. Às quatro horas da manhã. Coisa de um animal. Um cara que não pode ficar solto. Não pode, não pode, não pode. Pode pegar uma outra menina, iludir, ludibriar e de repente fazer a mesma coisa”, afirmou o pai da vítima, na época.
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